24/08/2012 às 18:06

UPA do Recanto das Emas reduz demanda em hospitais

Atendimentos na unidade revelam que 98% dos pacientes têm casos resolvidos na própria UPA, sem necessidade de transferência para hospitais

Por Leandro Cipriano, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura

 Em apenas 40 dias de serviços prestados pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas – entre 12 de julho e 22 de agosto – um total de 13.168 pessoas já foram atendidas no local. Nas especialidades clínica médica, pediatria e odontologia, 12.235 atendimentos ocorreram de forma prática e eficiente. Em outras palavras, foram mais de 12 mil pessoas que não precisaram ir aos hospitais públicos do Distrito Federal, desafogando o Sistema Único de Saúde (SUS).

“Dotamos uma cidade importante e populosa com um instrumento de saúde pública humanizado e adequado para atender a comunidade. Nosso governo vai mudar completamente o modelo de atenção à saúde do DF”, disse o governador Agnelo Queiroz.

Do total de pacientes tratados na clínica médica, pediatria e odontologia, aproximadamente 98% não precisaram ser transferidos para hospitais, pois os casos conseguiram ser resolvidos no atendimento oferecido na própria unidade. Nas situações de maior urgência e risco de morte, os pacientes são estabilizados na UPA e então transferidos para os hospitais.

Segundo a gerente técnica da UPA do Recanto das Emas, Cristiane de Aguiar, o número de atendimentos mostra que a unidade funciona da forma como foi programada. “A taxa de resolutividade da UPA é muito alta. Ela serve para funcionar de forma intermediária, entre o atendimento primário e o de nível hospitalar. A ideia é atender os pacientes da forma mais eficiente possível, colocando nos hospitais apenas os que realmente precisam ir”, afirmou Aguiar.

De acordo com o último estudo do Ministério da Saúde, de cada 100 casos que chegam  aos hospitais, 97 são solucionados na própria UPA, o que comprova a eficiência das unidades. O Governo do Distrito Federal calculou que, depois da ativação da UPA no Recanto das Emas, além da primeira, já inaugurada em Samambaia em fevereiro do ano passado, a procura por prontos-socorros seria reduzida em mais de mil pessoas.

Transferências – De 9.107 atendidos na UPA do Recanto das Emas pela clínica médica, apenas 40 pessoas que estavam na sala amarela – setor de gravidade média – precisaram ser transferidas para algum hospital. Dos 2.822 pacientes da pediatria, 93 da sala amarela foram levados. Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da UPA, também chamada de sala vermelha, onde se concentram os casos com risco de morte, foi preciso fazer 68 transferências para os hospitais, totalizando 201 nesses 40 dias. Todos já estavam estabilizados.

Nas próximas semanas, é prevista a inauguração de mais uma nova UPA, desta vez em São Sebastião, totalizando três. A expectativa é que a unidade será capaz de atender uma média de 30 mil habitantes por mês.

Estrutura – A UPA do Recanto das Emas oferece atendimento de urgência e emergência pediátrica, clínica médica, odontologia, locais de observação e internação. Possui capacidade para receber até 450 pacientes por dia e funciona 24 horas. Ela conta com 17 leitos para observação, seis consultórios, duas salas de acolhimento e classificação de risco, salas de raio-X e laboratório para exames, e sala de odontologia. É considerada uma UPA de Porte 3, pois atende uma área com população entre 150 mil e 300 mil pessoas. Trabalham nela cerca de 300 profissionais, entre clínicos gerais, pediatras, odontólogos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos de laboratório e administrativos.

O atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento funciona com agenda aberta, permitindo encaixes. No entanto os casos mais graves são priorizados, ao usar uma classificação de risco com base em cores – de azul, considerada de baixa gravidade, até vermelha – para medir a situação do paciente.

Samambaia – Inaugurada no ano passado pelo GDF, a UPA de Samambaia também tem mostrado resultados promissores para reduzir o número de pessoas nos hospitais públicos. De 15 de fevereiro de 2011 até esta quinta-feira (23), já foram realizados 116.478 atendimentos. Dos principais serviços que utilizam hospitais públicos e que foram resolvidos pela UPA, é possível destacar: 66.639 pacientes recebidos pela clínica médica; 26.544 na pediatria; 13.262 de traumatologia e 2.906 em odontologia.

Parceria – A construção de UPAs no Distrito Federal é fruto de parceria entre o GDF e o Ministério da Saúde. O investimento em unidades inauguradas é de R$ 3 milhões, sendo R$ 400 mil do governo local e R$ 2,6 milhões pelo governo federal. Além disso, o ministério destina mais R$ 3 milhões para manutenção anual.