18/05/2015 às 14:00

Alunos da rede pública têm acesso gratuito a esporte

Centro de Iniciação Desportiva existe há mais de 30 anos e atende 9 mil estudantes. Objetivo é ensinar valores por meio da prática de atividades físicas

Por Paula Oliveira, da Agência Brasília


. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

A Secretaria de Educação, por meio do programa Centro de Iniciação Desportiva, oferece a estudantes da rede pública de ensino o acesso gratuito a 18 modalidades esportivas, como futsal, handebol, caratê e natação. As atividades ocorrem sempre no horário contrário ao turno em que o aluno estuda, às segundas, quartas e sextas-feiras, em 118 polos espalhados em 30 regiões administrativas — apenas o Paranoá não tem atividades por falta de professores (veja a relação das atividades oferecidas por região). Em cada turno, há três turmas com aulas que duram, em média, uma hora e 20 minutos.

Nove mil alunos participam do programa, que começou de maneira experimental no início dos anos 1980 e foi oficializado em 1993. “O nosso objetivo é oferecer a esses jovens a oportunidade de conhecer valores que o esporte proporciona, como disciplina e coleguismo; a formação de grandes atletas é consequência”, explica a coordenadora de Educação Física e Desporto Escolar, da Secretaria de Educação, Vênus Déa Vargas Aragão.

O programa da Secretaria de Educação já lançou nomes importantes do esporte nacional como Leila Barros e Ricarda Lima, ex-atletas da seleção brasileira de vôlei e, respectivamente, secretária e secretária-adjunta do Esporte e Lazer do DF. A ex-aluna da rede pública Kamilla Ferreira de Carvalho, de 18 anos, participou do programa durante quatro anos nas aulas de futsal em Taguatinga Norte. Apesar de se destacar no esporte, ela decidiu seguir carreira em ciências contábeis. “Estar no Centro de Iniciação Desportiva foi importante para eu conseguir conquistar o que tenho hoje”, afirma. “Consegui organizar melhor minha rotina de estudos e me concentrar mais nos meus objetivos em vez de passar as tardes sem atividades.”

Kamilla continua a frequentar as aulas, agora como auxiliar do professor que lhe ensinou as regras do esporte que tanto ama, Luciano Piau Braga. Ele atua no projeto desde 2005 e já viu muita criança mudar o comportamento e ter foco no futuro pelo simples fato de participar das atividades extracurriculares. “O esporte é o meio que uso para formar o caráter deles, não é necessariamente a finalidade; meu foco é o desenvolvimento da pessoa, não do atleta”, diz Luciano.

Um exemplo é Alana Coelho Araújo, de 15 anos. Até os 10, a menina não parava em casa, respondia mal à mãe e tinha notas baixas. “Se eu não estivesse aqui, estaria à toa. Hoje sei bem o que quero: ser jogadora profissional de futsal”, conta. Agora Alana sabe que, para seguir seus planos, precisa mudar de comportamento e se tornar boa aluna. “Minha mãe adorou a mudança, diz que estou mais calma e mais estudiosa”, diverte-se a menina, que frequenta as aulas há cinco anos.

Vagas
Os Centros de Iniciação Desportiva funcionam por meio de uma parceria da Secretaria de Educação com as administrações regionais e entidades privadas. “Nem todas as escolas têm espaço disponível para as aulas do programa, então buscamos locais possíveis dentro das comunidades”, detalha a coordenadora Vênus Déa. Dos 118 polos, 33 são frutos de parcerias.  

No início de cada ano letivo, professores do projeto visitam as escolas e divulgam a disponibilidade de vagas. “Mas, se um aluno quiser se matricular agora, e houver vaga na turma, pode participar também”, diz Vênus Déa. Quem se interessar deve ir até a regional de ensino da sua região para fazer a matrícula ou entrar em contato diretamente com o professor responsável pela turma. A condição é de que esteja matriculado na rede pública de ensino.

Durante o horário em que participam do programa, a criança ou o adolescente ficam sob responsabilidade do professor da rede. É cobrada a presença e há uma avaliação do rendimento. “Temos três fases: iniciação, aperfeiçoamento e treinamento. O aluno evolui no seu tempo e não há necessidade de chegar até a última etapa, que já é para atletas de alto rendimento”, ressalta o chefe do Núcleo de Acompanhamento do Centro de Iniciação Desportiva e da Ginástica nas Quadras, da coordenação de Educação Física e Desporto Escolar, Oldair José de Souza. Dentro do projeto, também há turmas específicas para alunos com deficiência.

Abaixo, os contatos das regionais de ensino:

Brazlândia

3901-3683

Ceilândia

3901-6646

Gama

3901-8093

Guará

3901-6657

Núcleo Bandeirante

3901-4337

Paranoá

3901-7552

Planaltina

3901-4472

Plano Piloto

3901-8150

Recanto das Emas

3901-1549

Samambaia

3901-7944

Santa Maria

3901-6593

São Sebastião

3901-8343

Sobradinho

3901-4094

Taguatinga

3901-8046

Veja a galeria de fotos: