05/07/2015 às 20:13, atualizado em 12/05/2016 às 18:03

Circuito de economia solidária é lançado em Brasília

Feira reuniu vários produtos durante o fim de semana, entre peças artesanais e comidas, além de oficinas no Parque da Cidade 

Por Renaro Cardozo, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

O estacionamento próximo ao Parque Ana Lídia, no Parque da Cidade, foi o local escolhido para a realização da 1ª Feira do Circuito Ecosol de Brasília. Ecosol é a sigla de economia solidária, uma forma diferente de comercialização de produtos originados de grupos e associações, como explica Rosimeri Mello Pereira, representante do Fórum de Ecosol do Distrito Federal e Entorno.

Durante este fim de semana, segundo os organizadores, mais de 600 pessoas circularam pelo local, comprando de camisetas, tapetes e peças de decoração a comidas feitas com alimentos oriundos da agricultura familiar. Um palco montado no centro da feira foi liberado para quem quisesse se apresentar. Teve de música a recital de poesia.

O clima descontraído entre público e feirantes é uma das características da ecosol. “Não é só uma relação de consumo, é uma relação humana. Queremos uma vida tranquila sem explorar os outros”, afirma Rosimeri. Segundo ela, o objetivo da economia solidária é valorizar e potencializar o talento de todos os envolvidos, além de investir em sustentabilidade. “Incentivamos o consumo consciente. Não descartamos sobras que podem gerar renda, por exemplo.” E o benefício financeiro é repartido entre todos do grupo.

Solicitação
O circuito foi uma solicitação da Rede de Economia Solidária à Subsecretaria de Empreendedorismo, da Secretaria do Trabalho e do Empreendedorismo. De acordo com o diretor de Economia Solidária do órgão, Fabrício Soares Lino, desde o início do ano estão ocorrendo encontros para mapear as necessidades do setor. Entre as reivindicações, locais para a comercialização dos produtos.

O projeto do circuito ecosol é baseado em modelo adotado no Rio de Janeiro. Além de aproximar o público dos produtos, a iniciativa tem o objetivo de apresentar o setor para a comunidade.

“Mostrando que a economia solidária é possível, mudaremos a forma de comercializar”, acredita Maria da Consolação Toledo Costa, representante da Rede Pequi — entidade formada por 12 grupos só de mulheres. Maria ficou contente com a realização da feira, mas pediu mais atenção do poder público quanto à criação de pontos fixos para a ecosol.

A Rede Pequi montou o primeiro ponto fixo de ecosol de Brasília: o Armazém do Ofício, em Taguatinga. As integrantes também participam da fundação da Rede Candanga de Produção, que fará materiais como lixos para carros, camisetas e lençóis para a Rede Pequi e outros grupos.

Alternativa
“A economia solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar”, explica Lino. Nos últimos anos, o setor vem se apresentando como alternativa para a geração de trabalho e renda em todo o País.

A intenção, segundo o diretor, é fazer feiras mensais em diferentes regiões administrativas de Brasília. Mas dependendo da procura e da demanda, esse planejamento pode mudar. O próximo evento está previsto para agosto, em local a ser definido.

Veja a galeria de fotos: