01/08/2016 às 15:29, atualizado em 05/12/2016 às 15:57

Metodologia do Viva Brasília será levada a escolas públicas do DF

Projeto-piloto começa em setembro em cinco unidades de ensino. Objetivo é integrar governo e sociedade para desenvolver ações que reduzam a violência juvenil

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

A integração entre as forças de segurança tem mostrado resultados positivos desde que foi institucionalizada pelo programa Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida, da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social. A ideia agora é levar o sucesso da metodologia para escolas públicas do Distrito Federal que tenham histórico de violência. Para isso, foram mapeados 22 colégios que concentram 22% das ocorrências em ambiente escolar. O projeto-piloto, que começa em setembro, será feito em cinco desses locais.

O objetivo do Viva Brasília nas Escolas é integrar órgãos governamentais, sociedade civil e movimentos voluntariados no desenvolvimento de ações que diminuam a criminalidade envolvendo a juventude. “O foco será o perímetro escolar, que nos permite trabalhar com os jovens matriculados nas escolas vulneráveis e os que evadiram mas continuam frequentando aqueles lugares por algum motivo”, resume a coordenadora do Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida, Laiza Stagna.

Para alcançar a meta, foram pensadas três frentes: Núcleo de Articulação Territorial Escolar, Brasília Cidadã na Escola e Comitê da Paz na Escola. Esses grupos, que serão próprios de cada colégio, trabalharão para criar ações específicas dentro da realidade local.

[Olho texto=”Será estabelecido um diálogo com os adolescentes para identificar quem são as lideranças no perímetro escolar e, a partir disso, formar um canal de conversa com o colégio” assinatura=”” esquerda_direita_centro=””]

O Núcleo de Articulação Territorial Escolar terá representantes da Polícia Militar, da unidade de ensino, do sistema socioeducativo, do conselho tutelar e da assistência social. “São órgãos que atendem pessoas vulneráveis, mas ainda não têm uma rotina institucional de diálogo”, explica Laiza. A ideia é que os envolvidos debatam problemas daquele perímetro e elaborem ações que atendam aos jovens.

Participação juvenil nos Comitês da Paz na Escola

Os Comitês da Paz na Escola serão voltados à participação de jovens ligados ao contexto estudantil. Segundo a coordenadora, será estabelecido um diálogo com os adolescentes para identificar quem são as lideranças no perímetro escolar e, a partir disso, formar um canal de conversa com o colégio. A aproximação se dará por meio de atividades como teatro, oficinas e rodas de discussão.

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Entre as capacitações destacam-se temáticas como mediação de conflitos, policiamento comunitário e conhecimento dos sistemas de garantias de direitos e deveres. “Vamos incentivar a participação social para que eles exerçam seu papel de cidadania, assumindo seu protagonismo e sua responsabilidade nas decisões em que estão envolvidos”, esclarece Laiza Stagna.

“Identificamos que essas escolas em situação de vulnerabilidade são vizinhas de equipamentos urbanos precários. Ou seja, um beco utilizado para acertos de contas, uma praça onde há tráfico de drogas, uma quadra que está desativada e ninguém usa. ” A ideia é que a população passe a ocupar esses espaços. “Percebemos que nem todos os locais estão deteriorados, mas utilizados por atividades ilícitas”, detalha.

Voluntariado no Viva Brasília nas Escolas

No caso do Brasília Cidadã na Escola, os voluntários que integrarão o Viva Brasília nas Escolas serão escolhidos por meio do Portal do Voluntariado, lançado pelo governo em 21 de junho. A plataforma cruza informações de quem tem vontade de colaborar em atividades sociais com as de organizações (governamentais ou não) que desenvolvem esse tipo de trabalho.

Eles serão responsáveis por ajudar a colocar as demandas em prática. Por exemplo, caso haja a necessidade de reparos em uma quadra de esportes, os voluntários ficarão incumbidos disso.

Escolas que serão atendidas pelo Viva Brasília nas Escolas

Para escolher os 20 colégios que vão receber a iniciativa (as outras 15 serão atendidas no ano que vem), a Secretaria da Segurança Pública cruzou a base de dados da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Secretaria de Educação e da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude.

As cinco unidades que receberão o projeto-piloto ficam na Asa Sul, em Ceilândia, em Planaltina, em Samambaia e em Taguatinga.

São parceiros do Viva Brasília nas Escolas as Polícias Militar e Civil e as Secretarias de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude; do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos; e de Educação.

Edição: Marina Mercante