10/01/2017 às 19:28, atualizado em 11/01/2017 às 09:53

Em dois dias, 180 mil m² de área pública foram recuperados no Guará

Construções irregulares estavam em parque e reserva protegidos ambientalmente. Serviço continua nesta quarta-feira (11)

Por Marina Nery, da Agência Brasília

A retirada ocorreu de forma pacífica e contou com 143 agentes

Retirada nesta terça-feira (10) no Parque Ezechias Heringer ocorreu de forma pacífica e contou com 143 agentes. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

Órgãos do governo recuperaram, nesta terça-feira (10), mais 100 mil metros quadrados (m²) de área pública ocupada irregularmente no Parque Ecológico Ezechias Heringer, no Guará. Com a retirada de ontem, 180 mil m² foram desobstruídos em dois dias de operação.

Ao longo de aproximadamente um mês, serão removidas construções que estão dentro de uma área de 5.473.283 m² — que engloba os 3.450.184 m² do parque e os 2.023.099 m² da Reserva Biológica do Guará.

Os locais, protegidos ambientalmente, são ocupados de forma irregular há mais de 20 anos, principalmente por chácaras com cultivo agrícola e criação de animais. Segundo a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), em alguns pontos, as invasões têm até cinco casas em um mesmo lote e apresentam mais características de ocupação urbana do que de área de proteção ambiental (APA).

[Olho texto=”Depois, haverá mutirão de limpeza e avaliação de danos, além da elaboração de um novo plano de manejo” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Além da utilização irregular para moradias, há empresas instaladas. Todos os invasores foram notificados com antecedência e tiveram seus recursos julgados. Antes da derrubada, é oferecido caminhão de mudança para as ocupações residenciais. Já nas comerciais, os responsáveis devem fazer a retirada, caso contrário, a mercadoria é apreendida e levada ao depósito da Agefis. Os custos da operação serão individualizados e cobrados integralmente dos chacareiros.

Qual é a importância da desocupação no Guará

Orientadas pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), as remoções são necessárias para a manutenção da fauna e da flora. As construções ilegais se instalaram ao longo das margens do Córrego do Guará. Substâncias como fertilizantes e agrotóxicos usadas na agricultura acabam poluindo os afluentes próximos, como o Córrego do Riacho Fundo, que deságua no Lago Paranoá. Além disso, há relatos de que as invasões são usadas para a prática de crimes.

Segundo a Agefis, as desocupações estão sendo feitas com o máximo de cuidado, para não causar mais dano ambiental. Depois, haverá mutirão de limpeza, avaliação de danos e elaboração de um novo plano de manejo. A retirada ocorreu de forma pacífica e contou com 143 agentes.

Ação conjunta para a desobstrução de área pública no Guará

O efetivo foi composto por integrantes da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap); da Agência de Fiscalização (Agefis); da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb); da Companhia Energética de Brasília (CEB); da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap); do Corpo de Bombeiros Militar, do Departamento de Trânsito (Detran-DF); da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos; da Polícia Militar; da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e da Subchefia de Ordem Pública e Social, da Casa Militar.

Edição: Marina Mercante