18/01/2017 às 15:23, atualizado em 19/01/2017 às 10:34

DF começa o ano com menor incidência de dengue desde 2013

São 35 casos prováveis na primeira semana epidemiológica de 2017. Ações integradas do governo de Brasília começaram em outubro, no início do período de chuvas, após crescimento da doença no primeiro semestre de 2016

Por Guilherme Pera, da Agência Brasília

A primeira semana epidemiológica de 2017 registra 35* casos de dengue entre moradores do Distrito Federal, menor número desde 2013 (veja lista abaixo). Em comparação com a quantidade do ano passado – 488 –, a redução é de 92,8%. A baixa incidência se dá após o governo de Brasília atuar de forma integrada no combate ao Aedes aegypti de maneira constante desde outubro.

“O ano de 2016 teve uma incidência muito alta de dengue”, recorda Denílson Magalhães, assessor de Mobilização Institucional e Social para Prevenção de Endemias da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Saúde. “Trabalhamos com a mobilização da população, com ações de manejo ambiental e de eliminação de focos do mosquito, e isso teve impacto na redução dos casos da doença.”

Uma das três frentes de ação consiste em alertar a comunidade. As outras são de combate direto ao mosquito e de manejo ambiental. A equipe de inspeção de imóveis é formada por 30 homens do Corpo de Bombeiros Militar do DF.

A de agentes comunitários, que interagem diretamente com a população, com aproximadamente mil servidores, foi constituída neste mês de janeiro, quando um grupo das Forças Armadas se incorporou ao esforço.

Para fazer o manejo ambiental, as administrações regionais seguirão dando apoio para remover móveis e objetos que favoreçam a infestação de mosquitos. Segundo Magalhães, há uma espécie de “coleta seletiva” de entulho. “Não retiramos materiais como restos de construção civil nem podas de árvores, pois não abrigam o mosquito. Concentramos os esforços, por exemplo, em garrafas, vasos de plantas e vasos sanitários descartados”, explica.

Risco de proliferação do Aedes aegypti e o Cidades Limpas

Fundamental para as ações, o Levantamento de Índices Rápidos do Aedes aegypti (LIRAa) é feito quatro vezes ao ano para determinar a taxa de proliferação do mosquito nas regiões administrativas. Se o porcentual de imóveis pesquisados com presença de larvas for abaixo de 1%, o nível de perigo da área é verde.

Mas se o porcentual for de 1 a 3,9%, já entra no nível amarelo de alerta. “Com 4% ou mais, a região está no nível vermelho, de surto, e os esforços nela são mais concentrados”, alerta Magalhães. Áreas em nível vermelho recebem também o fumacê, veículo que passa nas ruas pulverizando produto químico para matar os focos do mosquito. A última publicação do LIRAa foi em outubro de 2016, e a próxima será ainda neste mês.

Uma sala de situação, com equipe de especialistas, monitora a evolução dos casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e os dados de infestação do mosquito. Uma vez por semana, os técnicos fazem uma reunião com as forças-tarefa para avaliar a situação da cidade e decidir como as ações serão desenvolvidas.

Em Brazlândia, o lançamento do programa Cidades Limpas tem como prioridade o combate ao Aedes aegypti. Trata-se da região administrativa com maior incidência da doença em 2016, com quase 3 mil pessoas com dengue a cada 100 mil habitantes, além de um índice de 4,4% de imóveis com presença de larvas. Em 2017, o número de casos é zero.

Balanço das doenças causadas pelo mosquito em 2016 e 2017

Em 2016, o DF teve 17.867 casos de residentes com confirmação de dengue. Desses, 56% concentraram-se nas regiões de Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Samambaia, São Sebastião e Taguatinga. Os números são do Boletim Epidemiológico de Dengue, Chikungunya e Zika nº 1 deste ano, o último relativo a 2016. O documento também relatou 177 casos de zika vírus e 153 de febre chikungunya.

Na primeira semana epidemiológica de 2017, foram apenas 35 de dengue. Não foram registrados casos de febre chikungunya nem de zika vírus.

Casos prováveis de dengue notificados na primeira semana epidemiológica em moradores do Distrito Federal

2013: 109
2014: 110
2015: 61
2016: 488
2017: 35*

*Quantidade sujeita a alteração

Edição: Vannildo Mendes