15/02/2017 às 10:52, atualizado em 05/04/2017 às 11:52

Governo fortalece a atenção primária à saúde

Com mudanças definidas em portarias publicadas hoje (15), meta é resolver até 70% dos problemas sem o paciente precisar recorrer às emergências da rede pública. Novidades foram divulgadas em entrevista coletiva nesta manhã

Por Saulo Araújo, da Agência Brasília

A Secretaria de Saúde ampliou a meta de cobertura da Estratégia Saúde da Família no DF até 2018 de 62% para 75%

Uma das mais importantes ações para reduzir a demanda de pacientes nas emergências dos hospitais é fortalecer a atenção básica à saúde na rede pública. Com essa convicção, o governo de Brasília deu o passo mais importante para reformular a porta de entrada da maioria dos doentes que procura assistência no Distrito Federal. Publicada nesta quarta-feira (15) no Diário Oficial do DF, a Portaria nº 77, de 2017 estabelece a nova política de atenção primária na capital do País.

Secretário de Saúde, Humberto Fonseca, falou durante coletiva sobre importantes ações para reduzir a demanda de pacientes nas emergências dos hospitais é fortalecer a atenção básica à saúde na rede pública.

Secretário de Saúde, Humberto Fonseca, falou sobre ações para reduzir a demanda de pacientes nas emergências dos hospitais e fortalecer a atenção básica na rede pública. Foto Tony Winston/Agência Brasília

A ideia central é fazer com que todas as unidades básicas do setor no DF funcionem com equipes da Estratégia Saúde da Família. As mudanças constituem um conjunto de ações a fim de melhorar os mecanismos de prevenção de enfermidades.

O documento assinado pelo secretário de Saúde, Humberto Fonseca, traz sete diretrizes a serem seguidas para promoção de bem-estar voltado para a família: acolhimento, classificação de risco, resolubilidade, territorialização, acompanhamento, garantia de acesso e ordenação da rede pública.

[Olho texto='”As pessoas vão conhecer suas equipes (de saúde da família), as equipes conhecerão a população, e poderemos oferecer uma atenção mais resolutiva e personalizada ao cidadão”‘ assinatura=”Humberto Fonseca, secretário de Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

No acolhimento, a orientação é assegurar que o paciente relate de forma clara seus problemas. A interface entre equipe e usuário do sistema é importante para um direcionamento mais adequado, de acordo com as necessidades diagnosticadas.

Pelas projeções da pasta, é possível resolver até 70% dos problemas somente na atenção primária. Por isso, a meta é estender de 30,7% para 75% a cobertura da Estratégia Saúde da Família no DF até 2018.

Fonseca explicou que, dentro da meta para 2017, todos os centros, clínicas e unidades passarão a funcionar com base na lógica da Estratégia Saúde da Família. “Isso significa que as pessoas vão conhecer suas equipes, as equipes conhecerão a população e poderemos oferecer uma atenção mais resolutiva e personalizada ao cidadão”, observou.

Visitas domiciliares

Na nova configuração de assistência básica à saúde em Brasília estão previstas visitas regulares às residências de pessoas atendidas pelos profissionais. A ideia é que os cidadãos criem vínculos com eles e sigam à risca os tratamentos indicados, reduzindo-se as chances do desenvolvimento ou agravamento de doenças crônicas.

Cada equipe de saúde da família atenderá, no máximo, 4 mil pessoas. Ela será composta por um médico, um enfermeiro, dois técnicos em enfermagem e cinco agentes comunitários de saúde.

[Numeralha titulo_grande=”75%” texto=”Meta de cobertura da população do DF pelas equipes de saúde da família até 2018″ esquerda_direita_centro=”direita”]

A Portaria nº 78, de 2017, também publicada nesta quarta-feira (15), regulamenta o processo de conversão progressiva do modelo tradicional de atendimento à Estratégia Saúde da Família. Pelos próximos 30 dias, os servidores que trabalham em unidades básicas deverão comunicar se desejam ou não integrá-lo.

Aqueles que não aceitarem o novo formato serão realocados em outras unidades. Quem decidir ficar passará por um treinamento de 120 horas na Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais do Sistema Único de Saúde, totalmente voltado para transformar as unidades básicas em equipes de saúde da família. Ao fim da formação, os servidores serão submetidos a avaliações teórica e prática. Os não aprovados serão aproveitados em outros níveis de atenção à saúde.

O modelo de transição tem prazo de 120 dias, ou seja, até junho. Depois de formadas, as equipes serão convertidas em saúde da família em um ano. Se todos aderirem, o número de equipes saltará dos atuais 242 para 571. Com isso, a cobertura poderá superar os 70%.

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O coordenador de Atenção Primária da secretaria, Marcos Quito, explica que a reformulação será feita com o próprio quadro da pasta. “Para o servidor que decidir aderir, a única mudança será na dinâmica do trabalho, porque o treinamento será totalmente voltado à Estratégia Saúde da Família, onde o foco será o cuidado dedicado a crianças, gestantes, diabéticos e hipertensos”.

Edição: Vannildo Mendes