26/03/2017 às 10:34, atualizado em 05/04/2017 às 11:51

Gerência de Psicologia oferece mais qualidade à rede de saúde pública do DF

Setor foi criado para atender usuários do SUS em sofrimento psíquico. São dez tipos de serviço disponíveis para a população no atendimento de saúde mental

Por Larissa Sarmento, da Agência Brasília

No grupo de psicologia comunitária para idosos do Centro de Saúde nº 5 de Ceilândia, toda sexta-feira o psicólogo Marcus Daniel Lima atende 20 pessoas, a maioria mulheres. Ao entrar na sala, ouve-se o som de música de meditação ao fundo. Os participantes falam sobre seus problemas e encontram ali o apoio que buscam.

Todas as sextas-feiras o psicólogo Marcus Daniel Lima atende no grupo de psicologia comunitária para idosos do Centro de Saúde nº 5 de Ceilândia.

O psicólogo Marcus Daniel Lima atende semanalmente o grupo de psicologia comunitária para idosos do Centro de Saúde nº 5 de Ceilândia. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Os assuntos debatidos são levados pelos próprios pacientes, encaminhados ao grupo pelos médicos da unidade. Cada encontro tem três fases: recepção, meditação e discussão.

Responsável por conduzir a conversa, Marcus Lima é um dos 304 psicólogos ativos na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, distribuídos nos diferentes níveis de atenção: primária, média e de alta complexidade. Os serviços variam de grupos de psicologia comunitária, como o de Ceilândia, a atendimentos para pacientes internados em hospitais.

Ana Alves da Cruz, de 64 anos, participa das reuniões semanais no Centro de Saúde nº 5. “Aqui a gente se sente em casa, conversa com as amigas. O relaxamento é muito bom para nossa mente. Aprendo a não ficar muito nervosa”, conta.

Maria dos Santos Sousa, de 83 anos, concorda com a colega. “A gente conversa com outras pessoas e se sente melhor. Não tenho estresse, não sei o que é isso.”

[Olho texto='”Aqui a gente se sente em casa, conversa com as amigas. O relaxamento é muito bom para nossa mente. Aprendo a não ficar nervosa”‘ assinatura=”Ana Alves da Cruz, participante do grupo de psicologia comunitária no Centro de Saúde nº 5 de Ceilândia” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Em casos mais sérios, é feito o tratamento individual. Neste ano, já foram 249 atendimentos na unidade de Ceilândia.

Atendimentos psicológicos em todo o DF

De acordo com o último balanço quadrimestral da Gerência de Psicologia da Secretaria de Saúde, foram feitos 11.094 atendimentos psicológicos ambulatoriais de setembro a dezembro de 2016 e 6.774 pessoas foram recebidas nos diversos grupos terapêuticos da rede.

Criado há cerca de um ano, o serviço existe para atender usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em sofrimento psíquico e abarca todas as possibilidades de atuação do psicólogo na saúde pública.

Segundo a gerente de Psicologia da pasta, Giselle de Fátima Silva, esse compromisso ético se materializa no sistema prisional, no consultório, na rua e no ambulatório de cuidados paliativos.

“Antes da gerência, os hospitais tinham porta aberta para atendimento psicológico e tinham filas gigantescas”, explica a psicóloga. A ideia é tratar os pacientes com base nas prioridades. “A psicologia no SUS é uma maneira concreta de democratização desse tipo de assistência.”

Dez serviços oferecem para a população atendimento de saúde mental e psicológica no DF:

  • Assistência e vigilância em violência (PAVs)
  • Atenção domiciliar
  • Centros de Atenção Psicossocial (CAPs)
  • Centros de saúde
  • Centros especializados em reabilitação
  • Consultório na rua
  • Núcleos de apoio à saúde da família
  • Psicologia hospitalar
  • Sistema prisional
  • Unidades de terapia intensiva

Serviço de psicologia em unidades de terapia intensiva (UTI)

Disponível em situações de emergência, por meio de pareceres médicos e ronda diária, das 7 às 20 horas

  • Hospital de Base
  • Hospital Materno-Infantil de Brasília
  • Hospital Regional da Asa Norte
  • Hospital Regional de Ceilândia
  • Hospital Regional do Gama
  • Hospital Regional do Paranoá
  • Hospital Regional de Sobradinho

Humanização dos transtornos mentais severos

Nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), o trabalho é feito por demanda espontânea, para pessoas com transtorno mental grave como esquizofrenia, bipolaridade e depressão. Em algumas unidades, há atendimento para dependentes de álcool e outras drogas.

[Olho texto=”Nos CAPs, o trabalho é feito por demanda, para pessoas com transtorno mental grave como esquizofrenia, bipolaridade e depressão” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Katarina Matos, psicóloga do CAPs II de Taguatinga, tenta desmitificar a ideia que a sociedade tem sobre pessoas com esse quadro mental. “Alguns transtornos não têm cura, mas a pessoa pode aprender a conviver com isso, tentar investir nas potencialidades, trabalhar, se relacionar, aprender a viver com qualidade de vida.”

Ela ressalta que o trabalho é humanizado e que o lugar não tem cara de hospital. Os médicos não usam jaleco e se portam de forma igual aos pacientes. No centro, há terapia ocupacional, bazar, festas, grupos, atendimentos individuais e acompanhamento para as famílias.

No CAPs II de Taguatinga, em 2016, foram acolhidas 1.079 pessoas. Neste ano, 275.

Centros de Atenção Psicossocial (CAPs)
CAP-AD Infantojuvenil III Brasília
Para crianças e adolescentes de até 18 anos incompletos
714/715 Norte, Bloco C, Lojas 1, 2 e 3, Asa Norte (61) 3349-2061
CAP-AD Ceilândia
Para adultos acima de 18 anos
QNN 1, Conjunto A, Lote 45/47, Avenida Leste (61) 3372-1091
(61) 3373-2179
CAP-AD Itapoã
Para adultos acima de 18 anos
Anexo II, Complexo Administrativo do Itapoã, Quadra 378, Conjunto A, Área Especial 4, Lago Oeste (61) 3369-9438
(61) 3369-9428
CAP-AD III Rodoviária ou CAP Candanga
Para adultos acima de 18 anos
Setor Comercial Sul, Quadra 5, Bloco B, Loja 73 (61) 3326-4631
CAP-AD III Samambaia
Para adultos acima de 18 anos
QS 107, Conjunto 7, Lotes 3, 4 e 5 (ao lado da UPA) (61) 3459-2581
CAP-AD de Santa Maria
Para adultos acima de 18 anos
Quadra 312, Conjunto H, Casa 12, Santa Maria (61) 3394-3968
(61) 3394-2513
CAP-AD Sobradinho
Para adultos acima de 18 anos
Acolhimento e funcionamento: de segunda a sexta, das 7 às 12 horas e das 13 às 18 horas. Exceto na quinta-feira
Área Residencial 17, Chácara 14, Sobradinho II (61) 3901-3325
(61) 3901-3328
CAP-AD Infantojuvenil III Taguatinga
Para crianças e adolescentes de até 18 anos incompletos
QNF Área Especial 24, Setor F, Norte (61) 3562-7510
CAPs II de Taguatinga
Para adultos acima de 18 anos
Setor A Sul, QSA 9, Taguatinga Sul (61) 3351-7332

Cuidados paliativos no Hospital de Base

Somente no Hospital de Base, 907 pacientes internados foram atendidos pela psicologia em quatro meses. A advogada Adelita Guasco, de 58 anos, é um exemplo.

A advogada Adelita Guasco, 58 anos, recebe acompanhamento psicológico dentro da Unidade de Cuidados Paliativos do Base

A advogada Adelita Guasco, de 58 anos, recebe acompanhamento psicológico na Unidade de Cuidados Paliativos do Base. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Diagnosticada com câncer pela terceira vez, ela enfrenta a doença com acompanhamento psicológico na Unidade de Cuidados Paliativos do hospital.

A unidade é especializada também em complementar o tratamento oncológico, em que o foco é contribuir para diminuir a dor física, social e psicológica dos pacientes e seus familiares.

A equipe é composta por médicos paliativistas, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional e técnicos de enfermagem.

Atendimento psicológico para oncologia

Feito em situações de emergência, das 7 às 20 horas

  • Hospital de Apoio de Brasília
  • Hospital de Base
  • Hospital da Criança de Brasília José de Alencar
  • Hospital Regional de Taguatinga

Para Adelita, que há um ano recebe tratamento quinzenal, a terapia faz grande diferença na vida das pessoas. “Aqui descobrimos o quanto ainda somos úteis, capazes. É um fortalecimento.”

A psicóloga Flávia Nunes, que acompanha Adelita, fala sobre a importância desse tratamento. “Entendemos que o adoecimento envolve questões físicas, biológicas, psicológicas e sociais. O paciente precisa ser visto em todos esses aspectos. É importante a psicologia estar inserida nessas equipes.”

O atendimento para os tratamentos de oncologia é feito também nos Hospitais de Apoio de Brasília, da Criança e Regional de Taguatinga.

Centros de saúde com atendimento psicológico em Brasília
Candangolândia
Centro de Saúde n° 1
EQ 5/7 AE
(61) 3301-5444
(61) 3301-6221
Núcleo Bandeirante
Centro de Saúde n° 2
3° Avenida, Área Especial n° 3
(61) 3386-5694
Guará
Centro de Saúde n° 1
QE 6, AE, Guará I
(61) 3568-3296
(61) 3568-0510
São Sebastião
Centro de Saúde n° 1
Centro de Múltiplas Atividades, Conjunto 10
(61) 3335-3298
Paranoá
Centro de Saúde n° 1
Quadra 21, Área Especial
(61) 3369-4489
(61) 3369-1467
Arapoanga
Centro de Saúde n° 5
Quadra 12 D, Conjunto A, Área Especial
(61) 3489-7096
Sobradinho
Centro de Saúde n° 1
Quadra 14, Área Especial nº 22/23
(61) 3591-1829
(61) 3591-2779
Ceilândia
Centro de Saúde n° 1
QNN 27, ao lado do hospital regional
Centro de Saúde n° 5
QNM 16
Recanto das Emas
Centro de Saúde n° 2
Quadra 102, Área Especial
(61) 3333-6326
Samambaia
Centro de Saúde n° 2
Quadra 611, Área Especial
(61) 3359-1001
(61) 3359-6444
Samambaia
Centro de Saúde n° 3
QN 429, Conjunto F, Lote 1
(61) 3359-5500
(61) 3359-1177
(61) 3359-7960
Taguatinga
Unidade Mista de Taguatinga
C12 Área Especial nº 1, Taguatinga Centro
(61) 3353-8300
Gama
Centro de Saúde n° 1
Área Especial, Entrequadra 6/12, Setor Sul
Asa Sul
Consultório na Rua
Centro POP – SGAS 903, Conjunto C, Lote 78
(61) 3224-0236

Mais informações:

Gerência de psicologia

E-mail: gepsi@saude.df.gov.br

 

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Edição: Vannildo Mendes e Marina Mercante