12/03/2018 às 09:02, atualizado em 19/03/2018 às 19:01

Projeto Produtor de Água no Pipiripau será destaque no fórum mundial

Livro sobre a história da iniciativa será lançado durante o evento, que ocorre neste mês em Brasília. Doações estão sendo arrecadadas para plantio de mudas no córrego

Por Paloma Suertegaray, da Agência Brasília

O trabalho de recuperação de mananciais, executado pelo programa Produtor de Água no Pipiripau, em parceria com agricultores da região, vai ganhar destaque no 8º Fórum Mundial da Água, que ocorre em Brasília de 18 a 23 de março.

Além da apresentação das ações, será lançado um livro que narra a história da iniciativa. Como parte do evento, também estão sendo arrecadadas doações para plantio de mudas nas margens do córrego.

[Olho texto=”Doações durante o fórum vão custear mudas de árvores, arbustos ou gramínea para proteção de reservas hídricas no DF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Os congressistas poderão participar das mesas sobre o projeto, encabeçadas por parceiros como a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Universidade de Brasília (UnB), explica José Bento da Rocha, superintendente de Planejamento e Programas Especiais da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa).

Também será lançado um livro, em inglês e português, que detalha a criação e desenvolvimento do programa, editado pela Adasa. “Cada capítulo foi escrito por um dos órgãos integrantes do projeto. Foram incluídos depoimentos de diversos produtores”, descreve Rocha. Gratuito, o livro terá parte da tiragem distribuída durante o fórum.

Campanha arrecada doações para plantios de mudas

Para recuperar e proteger as reservas hídricas do Distrito Federal, cada 5 euros doados ao fórum serão convertidos em mudas de árvore, de arbusto ou de gramínea. É possível colaborar na hora de fazer a inscrição ou durante o evento, no estande do Produtor de Águas.

As sementes serão plantadas em tubetes durante o fórum e levadas para o Projeto Pede Planta, em que alunos de escolas particulares de Brasília cuidam de espécies vegetais em viveiros.

[Olho texto=”Doadores poderão acompanhar o sucesso dos plantios na restauração ecológica por meio de plataforma on-line” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

Lá, elas serão preparadas até que virem mudas e estejam prontas para o plantio na época de início das chuvas, em setembro e outubro de 2018.

Depois disso, as espécies vão ser levadas para propriedades rurais que participam do Produtor de Água. As áreas ainda não foram definidas.

Os dados serão inseridos ema uma plataforma on-line chamada Sistema de Informação de Restauração. Por ela, os doadores poderão acompanhar o sucesso dos plantios na restauração ecológica.

Segundo a Adasa, a estimativa é que até dois hectares sejam recuperados por meio da campanha.

Como funciona o Produtor de Água no Pipiripau

Financiado pelo governo federal, o programa é de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA), com versão adaptada às características regionais. No caso do Pipiripau, atuam 16 parceiros sob coordenação da Adasa.

Desde o começo da iniciativa, foram firmados 172 contratos. Ao todo, as ações na bacia beneficiaram aproximadamente 300 produtores.

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Os investimentos somaram em torno de R$ 6 milhões, que custearam a plantação de mais de 360 mil mudas, além de atividades de conservação de solo em mais de 1,3 mil hectares.

Os produtores rurais são voluntários e procuram o governo, caso queiram. Eles ficam responsáveis pela manutenção de benfeitorias, como plantio de mudas de árvores nativas, recuperação de estradas e terraceamento (técnica de conservação destinada ao controle de erosão hídrica, utilizada em terrenos muito inclinados).

Ao firmar o contrato, eles têm até cinco anos de pagamentos por essas manutenções. São três tipos:

  • Conservação do solo: R$ 43,10 por hectare ao ano em caso de abatimento de 25 a 50% das erosões; R$ 71,82 por hectare ao ano, se esse porcentual for de 51% a 75%; e R$ 114,92 por hectare ao ano, se acima de 75%
  • Restauração de área de preservação permanente (APP) e/ou vegetação nativa em até 20% da área total, desconsiderando APP: R$ 129,28 por hectare ao ano, se a manutenção for parcial e R$ 229,84, se integral
  • Conservação de remanescentes de vegetação nativa: R$ 344,76 por hectare ao ano. São elas as áreas fora de APP e dos 20% da área total. São consideradas preservadas as que não demandarem nenhum investimento além do cercamento

Os valores serão corrigidos de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O que é o Fórum Mundial da Água

Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos.

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Em Brasília, o evento é organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo local — representado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa) — e pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Agência Nacional das Águas (ANA).

O fórum ocorre a cada três anos e já passou por: Daegu, Coreia do Sul (2015); Marselha, França (2012); Istambul, Turquia (2009); Cidade do México, México (2006); Kyoto, Japão (2003); Haia, Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).

A escolha de Brasília como sede da 8º edição se deu em 26 de fevereiro de 2014, durante reunião de governadores do Conselho Mundial da Água, na Coreia do Sul. Será o primeiro fórum a realizar-se no Hemisfério Sul.

8º Fórum Mundial da Água

De 18 a 23 de março

No Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha

Inscrições abertas no site oficial do evento

Edição: Vannildo Mendes