14/03/2018 às 09:09, atualizado em 14/03/2018 às 09:12

Desde 2015, Codhab promoveu melhorias em 117 casas de baixa renda

Outras 94 estão em obras ou aguardam início da reforma. Para receber o serviço gratuito, família precisa ter renda de até três salários mínimos. Uma das beneficiadas foi Verací dos Santos, que mora na Fercal

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

Verací dos Santos, de 42 anos, não segura a emoção toda vez que fala das mudanças pelas quais sua casa passou. O local foi ampliado, recebeu banheiro e cozinha novos e teve graves problemas de salubridade resolvidos.

A residência de Verací dos Santos, de 42 anos, foi ampliada e recebeu banheiro e cozinha novos e teve graves problemas de salubridade resolvidos.

A residência de Verací dos Santos, de 42 anos, foi ampliada e recebeu banheiro e cozinha novos e teve graves problemas de salubridade resolvidos. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

“Minha vida era um tormento. Eu passava muito sufoco, sempre no aperto. Para alguém entrar na cozinha, o outro tinha que sair”, conta. Ela mora na Fercal há 27 anos e, durante todo esse tempo, viveu com o marido no espaço improvisado.

O que Verací hoje caracteriza como a realização de um sonho faz parte de um dos eixos do Programa de Assistência Técnica em Arquitetura e Urbanismo, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab). O trabalho foca na oferta de melhorias habitacionais a famílias de baixa renda.

A dona de casa foi uma das primeiras a serem atendidas na região, onde 24 obras já estão concluídas e 22 aguardam para ter início em cerca de duas semanas.

De acordo com ela, a família, que vive com cerca de R$ 500 por mês de programas sociais, não teria condições de arcar com os serviços, que ainda incluíram reparos nas redes elétrica e hidráulica.

Em todo o DF, desde 2015, 117 pessoas tiveram suas casas melhoradas, 47 residências estão em obras e outras 47 aguardam o início da reforma. O serviço custeado pela Codhab abrange o projeto, o material de construção e a obra.

Requisitos para ter acesso ao Programa de Assistência Técnica em Arquitetura e Urbanismo

O investimento em cada casa pode ser de até R$ 13,5 mil. Para ter acesso ao benefício, é preciso ter renda familiar de no máximo três salários mínimos, estar em área passível de regularização e morar há pelo menos cinco anos no DF. Idosos e pessoas com deficiência têm prioridade, além de locais onde a situação é mais alarmante.

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Antes de ser habilitado para o eixo do programa, o interessado recebe a visita de um assistente social e de um arquiteto, que fazem um relatório sobre a situação do lugar. A ideia é corrigir problemas de insalubridade e insegurança.

A dona de casa Edilene de Jesus Pereira, de 30 anos, morava em uma área de risco no Trecho 3 do Sol Nascente e foi transferida para onde vive hoje, no Trecho 2, há dois anos. Ela tem três filhos — dois meninos e uma menina —, que dormem juntos em um cômodo apertado.

A casa de Edilene de Jesus Pereira, de 32 anos, vai receber, entre outras melhorias, um novo quarto e um fosso de ventilação.

A casa de Edilene de Jesus Pereira, de 32 anos, vai receber, entre outras melhorias, um novo quarto e um fosso de ventilação. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

“Eles dividem duas caminhas de solteiro, que é tudo o que cabe no quarto”, explica. O aperto deve ter fim em uma semana, quando serão encerradas as obras tocadas por meio do programa. A casa ganhará um novo quarto e um fosso de ventilação. A sala ficará maior, e o banheiro será adaptado.

As inscrições para a iniciativa são abertas na medida em que novos editais são lançados. As empresas que criam o projeto e avaliam a situação social das famílias são escolhidas por meio de licitação.

Quem executa as obras são instituições cadastradas. Há uma fila e um rodízio entre elas. Em muitos casos, são contratados profissionais da própria comunidade para trabalhar.

O atendimento de assistência técnica em arquitetura e urbanismo também faz parte do programa Habita Brasília. Para obter informações específicas de cada região, o morador pode entrar em contato com os postos da Codhab.

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