16/03/2018 às 09:04, atualizado em 16/03/2018 às 11:50

Emater presta assistência técnica a 120 escolas públicas por ano

Um dos espaços atendidos é o Centro de Ensino Especial 2, na Asa Sul, que funciona como exemplo para outras instituições

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília

O programa Agricultura Urbana, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), funciona há cerca de dez anos e tem como principal alvo as escolas públicas da capital.

O programa Agricultura Urbana, da Emater-DF, funciona há cerca de dez anos e tem como principal alvo as escolas públicas da capital. Um dos espaços atendidos é o Centro de Ensino Especial 2, de Brasília, que atualmente funciona como exemplo para outras instituições.

O programa Agricultura Urbana, da Emater-DF, funciona há cerca de dez anos e tem como principal alvo as escolas públicas da capital. Um dos espaços atendidos é o Centro de Ensino Especial 2, na 612 Sul. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

O objetivo é incentivar a segurança alimentar com a produção de orgânicos em hortas na cidade. São cerca de 120 escolas atendidas anualmente.

A empresa oferece assistência técnica para o manejo básico de hortas. A capacitação, com a visita de técnicos ao local atendido, envolve preparação do solo, tipos de irrigação, adubação e controle de pragas, por exemplo.

Por meio do programa, também são fornecidos adubos, sementes e ferramentas necessárias ao cultivo. São atendidos ainda centros de saúde, unidades de internação socioeducativa e entidades sem fins lucrativos.

Para solicitar assistência técnica, é preciso protocolar o pedido em um dos escritórios da Emater ou na sede do órgão, na Asa Norte. O ofício também pode ser enviado por carta, para o CEP 70.770-915. O documento deve conter o endereço, o tipo de horta e o público a ser atendido.

[Olho texto=”Na agrofloresta, diferentes produções nascem juntas, como na natureza, com uma espécie protegendo a outra” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O Centro de Ensino Especial 2, na 612 Sul, tem uma das hortas escolares atendidas. Em uma área de aproximadamente 5 hectares, a escola mantém canteiros suspensos, viveiro e uma agrofloresta.

Diferentemente do pomar, na agrofloresta as produções nascem juntas. “É tudo misturado, como a natureza produz, um protegendo o outro”, explica o professor Antônio Francisco da Silva, responsável pela área.

Ele diz que já perdeu as contas de quantos itens cultiva no local, que tem banana, abacaxi, cana, feijão e uma variedade de outros alimentos.

Na quarta-feira (14), o colégio teve sua primeira Festa do Milho, só com comidas feitas à base do cereal, produzido no espaço desde o fim do ano passado.

O professor conta que o que é colhido na horta serve para a merenda dos alunos. O restante é vendido entre os docentes para ajudar a manter o trabalho no espaço.

O que é colhido na horta serve para a merenda dos alunos. O restante é vendido entre os docentes para ajudar a manter o trabalho no espaço.

O que é colhido na horta serve para a merenda dos alunos. O restante é vendido entre os docentes para ajudar a manter o trabalho no espaço. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

A área, que mistura brinquedos à natureza, ainda serve para desenvolvimento de trabalhos lúdicos dos alunos. “Com certeza isso ajuda no desenvolvimento deles e acalma”, avalia a professora Ana Cristina da Silva.

A horta do Centro de Ensino 2 ainda é visitada por alunos de outras escolas da rede, que passam o dia em atividades de educação ambiental. Além dos alimentos, Antônio ainda planta flores ornamentais. As sementes são compradas ou colhidas em viagens do professor.

Desde 2016, o lugar também serve de exemplo para outras instituições interessadas em começar trabalho semelhante. Professores e gestores inscritos em um curso do Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Eape) vão até a horta para conhecer a iniciativa e se inspirar.

[Olho texto='”É muito bonito esse trabalho de unir o sensorial à educação”‘ assinatura=”Gerson Rodrigues, servidor do Jardim de Infância do 6º Comar” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Gerson Rodrigues, de 47 anos, da área administrativa do Jardim de Infância do 6º Comar, é encantado com o projeto. “É muito bonito esse trabalho de unir o sensorial à educação”, opina. Ele ajuda a implementar uma horta no local onde atua inspirado no formato que conheceu lá.

Parte da produção vai para merenda dos alunos

Na Escola Classe 410 de Samambaia, o que não é utilizado na merenda escolar é doado para que os alunos levem para casa. O espaço também recebe o auxílio técnico da Emater e desde 2010 investe em educação ambiental.

São cultivados itens como alface, cebolinha e coentro. Outros tipos de gêneros, como feijão e mandioca, são plantados em atividades específicas de cada disciplina, para ajudar pedagogicamente no ensino de histórias relacionadas aos alimentos.

Neste ano, a escola começará o plantio de mudas alimentícias não convencionais, como a ora-pro-nóbis. Rica em ferro, a planta também contém fibras e vitamina C.

Edição: Vannildo Mendes