20/03/2018 às 15:59, atualizado em 20/03/2018 às 17:50

Experiência do DF no fechamento do lixão será apresentada em congresso internacional

Integrante da Associação Internacional de Resíduos Sólidos confirmou a informação durante visita ao Aterro Sanitário de Brasília na manhã desta terça (20)

Por Samira Pádua, da Agência Brasília

A experiência do Distrito Federal na abertura do Aterro Sanitário de Brasília e no fechamento do lixão da Estrutural será apresentada no congresso da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (Iswa, sigla em inglês) que ocorrerá em outubro, na Malásia.

Especialistas estrangeiros em engenharia sanitária ambiental visitaram o Aterro Sanitário de Brasília nesta terça-feira (20)

Especialistas estrangeiros em engenharia sanitária ambiental visitaram o Aterro Sanitário de Brasília nesta terça-feira (20). Foto: Tony Winston/Agência Brasília

A informação foi confirmada pelo presidente do grupo de trabalho que trata de aterros sanitários na Iswa, o engenheiro ambiental Luis Marinheiro, em visita ao aterro na manhã desta terça-feira (20).

De acordo com ele, o objetivo é que o êxito do encerramento do lixão da Estrutural e da construção do novo aterro sirva de exemplo para outros lixões no mundo.

“A Iswa participou e continuará a apoiar essa iniciativa meritória, que levou ao fechamento de um dos maiores lixões do mundo, mais precisamente o segundo, de uma lista de 50 que a associação estudou e mapeou”, ressaltou Marinheiro, que veio de Portugal e também participa, em Brasília, das atividades do 8º Fórum Mundial da Água.

A Associação Internacional de Resíduos Sólidos está entre as cinco entidades que assinaram, quando da inauguração do Aterro Sanitário de Brasília, um documento que estabelece o compromisso em monitorar ações do governo local em relação à gestão de resíduos.

Além da Iswa, representantes da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) e da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (Aidis), que também firmaram o acordo, estavam na visita desta terça (21).

[Olho texto='”É importante que esse grupo acompanhe a evolução e nos ajude a avaliar os rumos que estamos tomando”‘ assinatura=”Kátia Campos, diretora-presidente do SLU” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Antes de conhecerem o local, assistiram a uma apresentação da diretora-presidente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Kátia Campos, sobre as ações de governo que culminaram no encerramento das atividades do lixão da Estrutural, com a incorporação de catadores de material reciclável.

“É importante que esse grupo acompanhe a evolução e nos ajude a avaliar os rumos que estamos tomando”, disse Kátia.

A presidente da Aidis, Pilar Tello, elogiou o trabalho e sanou dúvidas a respeito do funcionamento do aterro. “Não é fácil fechar, tirar os catadores do lugar. É uma experiência difícil que só se consegue com uma decisão política totalmente comprometida com o bem-estar da população”, frisou a mexicana, que disse ter ficado impressionada com a tecnologia usada na construção do aterro.

A visita também contou com a presença de uma comitiva da França que quer estabelecer parcerias com o governo de Brasília na área de resíduos sólidos e de representantes da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa-DF).

Em função do 8º Fórum Mundial da Água, estão previstas visitas de outros grupos a instalações do SLU durante a semana.

Como funciona o Aterro Sanitário de Brasília

Localizado entre Samambaia e Ceilândia, o Aterro Sanitário de Brasília foi projetado para comportar 8,13 milhões de toneladas de lixo. São 760 mil metros quadrados de área, 320 mil deles para rejeitos (materiais não reutilizáveis).

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Diferentemente do lixão da Estrutural, a disposição dos rejeitos no aterro é precedida por uma série de cuidados. Diversas camadas têm o papel de evitar a contaminação do lençol freático.

O método de receber apenas o que não é aproveitável minimiza impactos ambientais e está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A desativação do lixão da Estrutural ocorreu após quase 60 anos. Com 201 hectares, a área está próximo ao Parque Nacional de Brasília e a menos de 20 quilômetros da Esplanada dos Ministérios.

Edição: Marina Mercante