09/05/2015 às 13:17

Vacina contra a gripe é cercada de mitos

Vigilância Epidemiológica do DF esclarece inverdades sobre o tema, como a de que a imunização pode causar a doença

Por Saulo Araújo, da Agência Brasília

A campanha nacional de vacinação contra a gripe começou, e, com ela, mitos voltam a povoar a imaginação de muita gente. Embora a eficácia da vacina seja reconhecida pelos principais organismos de saúde do País, ainda há quem acredite que ela possa causar danos. Uma das preocupações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal neste ano é derrubar todas as inverdades em torno do tema.

Entre os mitos mais clássicos está o de que a vacina destinada ao combate à influenza pode causar a doença. A diretora da Vigilância Epidemiológica, da Subsecretaria de Vigilância à Saúde, Cristina Segatto, explica que não há componentes nas doses que provoquem a patologia, mas a vacina começa a fazer efeito em torno de cinco dias após ser ministrada. Por isso, se a pessoa tomar a vacina e já estiver com vírus incubado, poderá adoecer, pois o organismo ainda não terá assimilado a defesa. “Esses casos são comuns e muita gente associa à vacina. O vírus usado na fabricação da vacina é “morto” e não tem capacidade de causar doença”, esclarece a enfermeira.

Segundo Cristina, quem toma a antigripal não está 100% livre de contrair a patologia, mas as chances são bem menores. “A vacina é feita para proteger contra os três vírus [H1N1, H2N3 e Influenza B] de maior prevalência na população e que circulam mais, mas existem alguns outros”, destaca.

Gestantes
Outra dúvida recorrente é se a vacina prejudica mulheres grávidas. Muito pelo contrário: gestantes, em qualquer período, devem ser imunizadas. Aquelas que já deram à luz são orientadas a tomar a dose contra a influenza 45 dias depois do parto.

Também não passa de mito a crença de as vacinas da rede privada serem mais eficientes que as da rede pública. Nos dois casos, há um rigoroso controle de temperatura, desde o momento em que a vacina sai do laboratório até a aplicação nas clínicas privadas ou unidades públicas. “Podemos assegurar que a nossa vacina é de excelência, com controle criterioso da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], que não liberaria a aplicação de um produto de qualidade duvidosa”, garante a diretora da Vigilância Epidemiológica.

Poucas são as contraindicações da vacina. Aqueles que têm doenças neurológicas ativas ou alergia severa a ovo não devem ser vacinados antes de procurar um médico. Pessoas com febre são orientadas a esperar a temperatura do corpo voltar ao normal para se imunizarem.

Campanha nacional
A campanha antigripal vai até 22 de maio e visa atingir especialmente idosos (acima de 60 anos), crianças entre 6 meses e menores de 5 anos, gestantes, servidores e internos dos sistemas prisional e socioeducativo, profissionais de saúde e portadores de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes. Nesse último caso, o paciente deve apresentar o pedido do médico no posto de saúde.

A meta da Secretaria de Saúde do DF é imunizar 80% do público-alvo. Neste sábado (9), acontece a mobilização nacional contra a gripe e todos os 153 postos de Brasília estarão abertos até as 17 horas.

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