16/07/2015 às 14:43, atualizado em 01/02/2017 às 20:39

Governo detalha principais obras de 2015

Algumas foram retomadas, outras reiniciadas. Saiba também o que será feito no segundo semestre

Por Saulo Araújo, da Agência Brasília

Urbanização externa do Setor Habitacional Parque do Paranoá onde até dezembro imóveis serão entregues pelo governo de Brasília
Urbanização externa do Setor Habitacional Parque do Paranoá onde até dezembro imóveis serão entregues pelo governo de Brasília. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Diante da reduzida capacidade de investimento causada pela crise financeira, o governo de Brasília adota medidas criativas para manter um cronograma de obras. Por meio de financiamentos, receitas próprias ou remanejamento de recursos, o Executivo iniciou e retomou empreendimentos. Também definiu projetos que terão início no segundo semestre. Na manhã desta quinta-feira (16), na Residência Oficial de Águas Claras, o governador Rodrigo Rollemberg e integrantes de sua equipe apresentam a situação de cada um. As intervenções para melhorar a mobilidade se destacam, mas há verbas volumosas destinadas a construções nas áreas social, cultural e esportiva.

O aposentado João de Deus Costa tem 62 anos, 26 vividos no Paranoá. A vista da janela da casa dele, na Quadra 21, nunca foi das mais aprazíveis: mato alto, lixo amontoado e esgoto. No início do ano, a paisagem começou a ser alterada. Agora, máquinas e homens trabalham para transformar o lugar numa espaçosa praça comunitária com bancos, cadeiras, pista de skate e calçada com piso tátil.

O empreendimento integra um complexo de obras de infraestrutura nos arredores do Setor Habitacional Parque do Paranoá, onde o governo de Brasília deve entregar 4.384 residências até dezembro. “Só quem vive aqui sabe o quanto essa obra é importante, principalmente para quem tem filhos e netos, que vão poder se divertir em um lugar cheio de atrações e com segurança”, diz João de Deus.

Outra intervenção em andamento é a ciclovia da Vila Basevi, em Sobradinho. Anunciada em 27 de maio pelo governador, a pista está quase pronta. Os ciclistas já podem usar o 1,462 quilômetro de faixa exclusiva para bicicletas que liga o Lago Oeste à Escola Classe da Vila Basevi. Faltam detalhes como o plantio de grama e a instalação de canaletas para escoar a água da chuva.

Quem reside na região administrativa e utiliza transporte público também tem o que comemorar. O Terminal Rodoviário de Sobradinho II será entregue em breve e vai tornar mais confortável a vida de motoristas, cobradores e passageiros. O espaço terá lanchonete, banheiro adaptado a pessoas com deficiência e pontos de embarque e desembarque bem iluminados e protegidos do sol e da chuva. Hoje, a espera pelos coletivos é em um local improvisado, ao relento. Outras nove plataformas estão com construções avançadas: no Guará (I e II), no Núcleo Bandeirante, no P Sul (Ceilândia), no Paranoá, em Taguatinga Norte, em Taguatinga Sul, em Planaltina e no Cruzeiro Novo.

No outro extremo de Brasília, no Setor Habitacional Sol Nascente, em Ceilândia, as obras em curso de drenagem, pavimentação e construção de uma bacia de contenção de águas vão beneficiar cerca de 100 mil moradores dos três trechos de uma das regiões mais carentes da cidade. A benfeitoria, neste momento, contempla o Trecho 1 do setor e vai custar R$ 41 milhões.

O Sol Nascente ganhará, até dezembro, um restaurante comunitário. Cerca de 70% das obras estão executadas. Quando inaugurado, vai atender mais de 4 mil pessoas diariamente. As 13 unidades espalhadas pelo Distrito Federal oferecem comida balanceada por nutricionistas ao preço de R$ 1 o prato.

Ainda na maior e mais populosa região administrativa da capital, o governo anunciou a destinação de recursos para resolver problemas de alagamento. A rede de drenagem de águas pluviais do viaduto da QNN 5/7 será ampliada, auxiliando no escoamento hídrico do local onde duas pessoas — incluindo uma criança de 6 anos — morreram afogadas porque os veículos em que estavam ficaram submersos na parte baixa do acesso. Os acidentes aconteceram em outubro de 2013 e janeiro de 2014.

Em Águas Claras, que tem ruas internas estreitas e sem possibilidade de alargamento, a construção de quatro viadutos deve minimizar um dos principais problemas: os engarrafamentos. Os elevados vão permitir que milhares de motoristas trafeguem com mais fluidez. O empreendimento custará cerca de R$ 12 milhões e deve ser concluído em 2016. Aproximadamente 140 mil pessoas serão beneficiadas. Outro projeto audacioso, de R$ 273 milhões, com previsão de ser concluído em 2018, é a construção do túnel de Taguatinga. O empreendimento deve melhorar o fluxo dos veículos no centro da região.

O governo de Brasília concentra esforços para aumentar a oferta de creches. São 21 construções em andamento em várias regiões administrativas, boa parte delas em estágio avançado. Cada uma terá capacidade para 112 crianças. Serão, portanto, 2.352 meninos e meninas de até 5 anos beneficiados. Na QR 412 de Samambaia Norte, a Creche Sucupira recebe os últimos retoques. A unidade conta com brinquedoteca, playground, salas de aula e berçário. As novas construções se somarão às 87 creches espalhadas pelo DF, que atendem cerca de 14 mil crianças de até 5 anos.

A superlotação dos presídios do DF será minimizada com a ampliação do Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo Penitenciário da Papuda. Dois novos blocos são erguidos — 77% das obras estão executadas —, o que vai aumentar em 400 a oferta de vagas. Hoje, o CDP tem capacidade para receber 1.212 detentos, mas na primeira semana de julho lá havia 3.421 presos, número que pode flutuar dependendo da quantidade de apenados que entram e saem do sistema diariamente. A mesma quantidade de vagas [400] será aberta no Presídio Feminino do Gama, popularmente conhecido como Colmeia. Lá, 67% das obras de ampliação estão concluídas.

O governo também dá atenção a obras que garantam o pleno abastecimento de água em regiões em desenvolvimento. É o caso do Setor Noroeste. Um reservatório com capacidade para armazenar 5 mil metros cúbicos de água é construído próximo ao Autódromo Internacional Nelson Piquet. A intervenção deve ser finalizada em dezembro e garantirá que não falte água aos moradores do bairro. Com custo estimado de R$ 5 milhões, a novidade beneficiará cerca de 40 mil habitantes.

Na Saúde, a ampliação do Hospital da Criança de Brasília José Alencar é prioridade. Referência no tratamento de câncer infantojuvenil e reconhecida internacionalmente, a unidade será ampliada com o segundo bloco, que vai proporcionar a abertura de mais 202 leitos de internação, 20 de unidade de terapia intensiva e 18 de cuidados intermediários. A terraplanagem na área já começou. A previsão é que o complexo custe R$ 92,7 milhões.

Leia a apresentação do plano de obras.

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