13/08/2015 às 00:40

Moradores da Estrutural sugerem melhorias para segurança na região

Na primeira edição do programa Voz Ativa — Segurança e Juventude, governador Rollemberg assinou a Carta pela Paz, documento no qual se compromete a promover ações contra a violência

Por Isaac Marra, da Agência Brasília


O governador Rodrigo Rollemberg assina a Carta pela Paz ao lado da moradora da Estrutural Michelle Marçal
O governador Rodrigo Rollemberg assina a Carta pela Paz ao lado da moradora da Estrutural Michelle Marçal. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Atualizado em 13 de agosto de 2015, à 00h52

No Dia Internacional da Juventude, moradores da Estrutural reuniram-se para apresentar ao governador Rodrigo Rollemberg críticas e sugestões relacionadas à segurança pública na região. Essa foi a primeira edição do projeto Voz Ativa — Segurança e Juventude. A iniciativa faz parte do Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida, programa de combate e prevenção à criminalidade. O encontro, com 450 pessoas, ocorreu na noite dessa quarta-feira (12), no ginásio do Centro Olímpico, na Quadra 3.

Depois de assistir a uma apresentação do grupo local de hip hop Furious D e a um vídeo com depoimentos de moradores e policiais sobre o Viva Brasília, o chefe do Executivo assinou a Carta pela Paz. No documento, lido pela moradora Michelle Marçal, Rollemberg firma o compromisso de promover ações contra a violência e de incentivo à cultura da paz.

“É fundamental fortalecer a integração do sistema de segurança e Justiça com a comunidade, por meio de um trabalho humanizado, sob um novo olhar, e qualificado, com intuito de aumentar a confiança na atuação das forças policiais”, destaca o governador no texto, uma criação conjunta de cerca de 30 integrantes do Grupo de Trabalho de Prevenção do Viva Brasília, composto por representantes de forças de segurança, de órgãos do governo, da sociedade civil e do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Esses momentos com a comunidade, afirmou Rollemberg, são um divisor de águas na forma de fazer política de segurança pública em Brasília. “Temos de atuar com prevenção, policiamento ostensivo, tecnologia e inteligência, e a população, mais do que ninguém, pode nos dizer como.”

Presente no evento, a secretária de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, Jane Klebia Reis, explicou que a intenção do encontro é fazer com que o jovem, além de dizer quais políticas deseja ver implementadas, participe da elaboração desses conteúdos. O secretário da Segurança Pública e da Paz Social, Arthur Trindade, falou da necessidade de melhorar a relação da juventude com as polícias. “Em alguns lugares, há uma tensão muito grande entre ambos, é preciso aproximá-los.”

Demandas
Conforme a dinâmica do evento, os primeiros 20 participantes a chegar falaram diretamente ao governador e aos representantes das forças de segurança sobre os problemas do dia a dia, com as respectivas sugestões para solucioná-los. Antes deles, porém, tiveram a palavra cinco membros de movimentos sociais ligados à juventude que apresentaram assuntos diversos: Coracy Coelho, do Coletivo da Cidade (políticas públicas para educação e esporte); Diarley Viana, do Fórum da Juventude (abordagem policial e creche); Natanael Marcena, do Centro da Juventude (volta do programa Esporte à Meia Noite); Israel Victor, da Rede Afro LGBT (preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais e transexuais); e Caio Valente, do DF em Movimento (jovens em áreas rurais e que vivem nas ruas).

As outras questões colocadas diziam respeito, principalmente, à precariedade da iluminação em alguns setores, o que, segundo os moradores, facilita a ação criminosa, e à forma como a polícia costuma abordar a população. A falta de espaços adequados para a prática de esportes e lazer, aliada à ausência de cursos profissionalizantes, também foram reclamações recorrentes.

Quanto às reivindicações apresentadas, o governador disse que os pedidos serão catalogados e analisados pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social e ajudarão o Estado a elaborar as políticas de segurança para a Estrutural.

Os próximos encontros estão previstos para 3 e 17 de setembro, em Planaltina e Santa Maria, respectivamente, e para 10 de outubro, em Ceilândia. A Estrutural foi escolhida para iniciar os debates por ter a maior concentração de jovens do DF, segundo dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

Também participaram do Voz Ativa os comandantes-gerais da Polícia Militar, coronel Florisvaldo Cesar, e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, coronel Hamilton Santos; os diretores-gerais da Polícia Civil, Eric Seba, e do Departamento de Trânsito do Distrito Federal, Jayme Amorim; a diretora do Serviço de Limpeza Urbana, Kátia Campos, o diretor-administrativo da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Júlio Menegotto; o administrador do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento, Evanildo Macedo; o líder do governo na Câmara Legislativa do DF, deputado distrital Julio Cesar (PRB); a presidente do conselho de segurança comunitária da Estrutural, Candace Costa; e o representante do DF em Movimento Everardo de Aguiar. Além dos secretários de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude e da Segurança Pública e da Paz Social, estavam no encontro os titulares de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Marise Nogueira; do Esporte e Lazer, Leila Barros; de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas; de Justiça e Cidadania, João Carlos Souto; e de Cultura, Guilherme Reis.

Acesse a íntegra da Carta pela Paz.

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