18/10/2015 às 21:00

Plano de sustentabilidade é um dos legados da Virada do Cerrado

Documento traz orientações para boas práticas em eventos. Ponto de coleta de resíduos eletrônicos no Pontão do Lago Sul foi outro resultado da ação que ocorreu em setembro

Por Samira Pádua, da Agência Brasília


. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Um plano que apresenta informações para orientar a produção de eventos sustentáveis destaca-se como um dos principais resultados da primeira edição da Virada do Cerrado — Cidadania e Sustentabilidade, que ocorreu de 11 a 13 de setembro, em 21 regiões administrativas de Brasília. Elaborado de forma colaborativa e em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Distrito Federal (Sebrae-DF), o documento teve por objetivo incentivar as instituições responsáveis pelas atividades durante o evento a adotar boas práticas de sustentabilidade.

Estruturado em eixos, o texto traz ações necessárias (consideradas fundamentais para garantir a sustentabilidade) e sugeridas (propostas adicionais), que foram apresentadas aos envolvidos na Virada e podem ser utilizadas em futuros eventos. No campo da mobilidade, é exemplo de ação fundamental a divulgação das linhas de transporte público e o incentivo às caronas solidárias. No aspecto inclusão social e acessibilidade, como sugestão, propõe-se descentralizar as atividades para além do Plano Piloto.

Temas como utilização da água, coleta seletiva, reúso de materiais, iluminação natural, estratégias de comunicação e aproveitamento de espaços também são tratados no plano. Como forma de compensação, há, ainda, a ideia de inventariar as emissões de carbono durante os eventos e neutralizá-las com o plantio de mudas nativas do Cerrado. “O documento tem ainda o caráter de educação ambiental, porque não se muda uma cultura sem dialogo e educação”, destaca a subsecretária de Educação e Mobilização Socioambiental, da Secretaria do Meio Ambiente, Gabriela Barbosa Batista.

Descarte de eletrônicos
A criação de um ponto de coleta voluntária de resíduos eletrônicos no Pontão do Lago Sul, na QI 10, foi outro efeito benéfico da Virada do Cerrado. Equipamentos como monitores, teclados, impressoras, celulares podem ser deixados na administração do centro de lazer, de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 17h30. O material recolhido é encaminhado a uma cooperativa de reciclagem do Varjão capacitada pela instituição parceira da iniciativa, o Instituto GEA — Ética e Meio Ambiente, organização da sociedade civil de interesse público de São Paulo.

A ação faz parte de uma série de outras que serão promovidas pelo Pontão, com o objetivo de sensibilizar, capacitar e formar colaboradores e visitantes sobre a importância da preservação e da exploração dos recursos naturais de forma sustentável. A destinação adequada de materiais poluentes e degradantes do meio ambiente, a exemplo do óleo de cozinha usado nos restaurantes, é uma delas.

Números do evento
Fruto do trabalho colaborativo de órgãos dos governos federal e de Brasília, cerca de 80 organizações da sociedade civil articuladas, além de voluntários, a Virada do Cerrado contou com aproximadamente 200 atividades socioambientais, educativas, esportivas e culturais gratuitas e abertas ao público. A estimativa da Secretaria do Meio Ambiente é que o evento reuniu em torno de 20 mil pessoas, entre participantes e organizadores. “Essa primeira Virada foi uma experiência, um laboratório de como podemos fazer para ter um grande momento de mobilização da sociedade em torno da sustentabilidade”, avalia o secretário do Meio Ambiente, André Lima.

Entre os números da Virada constam ainda mais de 500 quilos de resíduos coletados no Complexo Cultural da Fundação Nacional de Artes (Funarte), um dos locais que recebeu atividades; mais de 300 pneus e de cem paletes retirados das ruas de Santa Maria, visando contribuir para a limpeza da região e para evitar focos do mosquito transmissor da dengue; e mais de 300 quilos de resíduos removidos de parques do DF e 1,5 mil litros retirados das ruas do Lago Norte e do Varjão.

Origem do nome
A mobilização pela defesa do Cerrado deu origem ao nome do evento. No começo do ano, pensava-se em Virada Socioambiental e Virada Sustentável. Este último, realizado em São Paulo desde 2011, inspirou a ação em Brasília.

O Dia Nacional do Cerrado é comemorado em 11 de setembro e a Lei nº 4.939, de 2012, instituiu a Semana do Cerrado e a incluiu no calendário oficial de eventos do DF.

Acesse a íntegra do plano de sustentabilidade.

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