27/11/2015 às 21:34, atualizado em 26/05/2016 às 17:25

Retomada desocupação de área no Trecho 2 do Sol Nascente

Treze casas foram derrubadas nesta sexta-feira (27). Mais de 200 edificações foram erguidas irregularmente no local onde serão construídas 2.148 moradias populares

Por Rafael Alves e Dayane Oliveira, da Agência Brasília

. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

Foram retomados nesta sexta-feira (27), coordenados pela Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), os trabalhos para desocupar uma área de aproximadamente 245 mil metros quadrados no Trecho 2 do Setor Sol Nascente, em Ceilândia. Durante a operação, derrubaram-se 13 casas de alvenaria, 380 metros lineares de muros e 50 metros de cercas, desligaram-se 19 pontos clandestinos de energia e 14 de captação irregular de água e soterraram-se duas fossas. Além disso, oito mudanças de móveis e objetos pessoais dos invasores foram feitas — todas para outras residências em Ceilândia. Cerca de 200 funcionários de 15 órgãos de governo participaram da ação que teve início na terça-feira (24).

Negociação
Desde o início da manhã, funcionários da Agefis e policiais militares negociavam para que os ocupantes deixassem as casas pacificamente. Em alguns momentos, o Batalhão de Choque da Polícia Militar precisou intervir e usar bombas de efeito moral e spray de pimenta para conter os ânimos dos mais exaltados. Duas pessoas acabaram presas por desobediência. Um homem de 72 anos passou mal e foi atendido pelo Corpo de Bombeiros.

Na tentativa de impedir a desocupação, várias pessoas subiram nos telhados das casas. Uma família permaneceu durante todo o dia em cima de uma das construções e só desceu por volta das 16 horas. A operação foi interrompida por causa de uma forte chuva na região, mas deve continuar na terça-feira, 1º de dezembro.

Depois que for desocupado, o local receberá 2.148 novas unidades habitacionais do programa Pró-Moradia II. O terreno pertence à Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) e está em processo de doação à Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab). O montante de recursos previstos para as obras é de R$ 220 milhões, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

Pausa
A operação foi suspensa na quarta-feira (25) depois que deputados distritais questionaram as ações da Agefis. Na quinta-feira (26), um grupo formado pela Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos e pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa visitou o local para avaliar se os direitos da população da área não estavam sendo violados.

Segundo a diretora-presidente da Agefis, Bruna Pinheiro, a comitiva foi recebida a pedradas. “Nós mudamos a estratégia e, a partir de agora, o serviço social acompanhará todas as ações”, afirma. “Essas pessoas que entraram em confronto com os funcionários da operação são realmente baderneiras.” Bruna disse que medidas mais enérgicas só foram tomadas para garantir a segurança dos trabalhadores e dos ocupantes.

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