Até o momento, foram utilizados mais que 105 mil metros cúbicos de concreto, a maior parte de alto desempenho. Para transportar todo esse volume, seriam necessários 21.250 caminhões betoneiras

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08/12/2011 às 03:00

Estádio tem concreto de alta tecnologia

Até o momento, foram utilizados mais que 105 mil metros cúbicos de concreto, a maior parte de alto desempenho. Para transportar todo esse volume, seriam necessários 21.250 caminhões betoneiras

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. Foto: Pedro Ventura

Carlos Rezende, da Agência Brasília

A um ano de sua conclusão, o Estádio Nacional de Brasília (ECB) promete fazer jus à fama histórica da Capital Federal, tombada como patrimônio da Humanidade. A cidade, que pelas mãos de Oscar Niemeyer foi pioneira no mundo na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado, assiste agora a mais uma etapa do avanço tecnológico desse material.
 
Até o momento, nos 42% da obra já concluídos, foram utilizados mais de 105 mil metros cúbicos de concreto. A estimativa é de que, até o fim da construção, sejam necessários aproximadamente 170 mil metros cúbicos do material. Para transportar toda essa massa, seriam necessários 21.250 caminhões betoneiras. Se esses veículos fossem perfilados um após o outro, eles dariam quatro voltas e meia em torno do globo terrestre. Para armar o concreto, também foram utilizados 11 mil toneladas de aço.
 
Em um dos dias de maior intensidade de trabalho, explicou o engenheiro de planejamento do Consórcio Brasília 2014, Pedro Henrique Sampaio de Oliveira, chegaram a ser utilizados cerca de mil metros cúbicos de concreto, o equivalente à metade de tudo o que foi utilizado nas fundações da Torre Digital, em Sobradinho.
 
A maior parte do concreto usado na obra é de um tipo especial, o Concreto de Alto Desempenho (CAD), que, além da água, cimento, areia e britas, conta com aditivos de última geração que o fazem capaz de suportar grande quantidade de peso por um tempo quase indefinido. A porosidade e permeabilidade são reduzidas, tornando-o mais resistente ao ataque de agentes agressivos tais como cloretos, sulfatos e dióxido de carbono.
 
Além do aumento na vida útil das obras, esse material pode proporcionar: desformas mais rápidas, diminuição na quantidade e metragem das formas e maior rapidez na execução da obra.
 
Os engenheiros fazem o cálculo da estrutura de concreto com base no projeto arquitetônico da obra. A Resistência Característica do Concreto à Compressão (fck), ou a tensão aplicada na direção central de um material, é um dos dados utilizados nesse cálculo. Sua unidade de medida é o MPa (Mega Pascal). Antigamente, os cálculos estruturais tinham como base concretos de menor resistência, de até 18 MPa. Hoje, se consegue atingir no Brasil resistências superiores a 100 MPa. No ENB, por exemplo, são utilizados concretos de 20, 40 e 60 MPa.
 
Os pilares circulares de sustentação do anel de compressão, a estrutura circular que vai ser instalada no alto dos pilares, estão sendo feitos com concreto de 60 MPa. Não é para menos. Quando instalado, o anel de compressão vai contar com 20 mil metros cúbicos de concreto, além de todo aço de sua estrutura e ainda a cobertura retrátil do estádio, tudo isso a 40 metros do solo, altura correspondente a um prédio de 12 andares. “Instalar o anel de compressão vai ser o maior desafio dessa obra”, aposta o engenheiro Sampaio de Oliveira.
 
Os blocos na base dos pilares circulares e os pilares retangulares das arquibancadas superiores e inferiores vão contar com o concreto de 40 MPa. Já as lages do piso e da Esplanada, que não precisarão suportar grande volumes, estão sendo feitos com o de 20 MPa.

 

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Foto: Pedro Ventura