Novo comandante do Corpo de Bombeiros começou como recruta e alcançou o mais alto cargo na corporação. O coronel Gilberto Lopes quer ser um exemplo para que os militares sigam uma trajetória de aperfeiçoamento intelectual e laboral. É o que ele conta nesta entrevista à AGÊNCIA BRASÍLIA

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23/01/2012 às 03:00, atualizado em 12/05/2016 às 17:55

Exemplo a ser seguido

Novo comandante do Corpo de Bombeiros começou como recruta e alcançou o mais alto cargo na corporação. O coronel Gilberto Lopes quer ser um exemplo para que os militares sigam uma trajetória de aperfeiçoamento intelectual e laboral. É o que ele conta nesta entrevista à AGÊNCIA BRASÍLIA

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“Uma das minhas prioridades como comandante é valorizar o capital humano, com muita motivação que os incentive a continuar trabalhando na instituição.”
Coronel Gilberto Lopes comandante-geral do CBMDF

Victor Ribeiro, da Agência Brasília

Herói. Essa é a forma mais recorrente de se referir a um bombeiro militar. Além de combater incêndios, a corporação também luta contra queimadas florestais e realiza os mais diversos tipos de resgate, desde acidentes de trânsito até afogamentos.

O trabalho do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) também inclui a concessão de alvarás de construção e, ao final da obra, a verificação do cumprimento de requisitos de segurança. Essas, por exemplo, são algumas das atribuições do Comitê de Gestão da Copa do Mundo, formado por 300 bombeiros militares. Eles realizam ainda simulações de situações críticas para prevenir qualquer incidente durante os megaeventos que a capital do país receberá nos próximos anos.

Ao todo, a corporação tem 5,2 mil homens, que agora respondem ao coronel Gilberto Lopes, novo comandante-geral do CBMDF. Ele começou sua trajetória na corporação em 1984, como recruta. No último dia 6, tomou posse como comandante-geral e entrou para a história por ter sido o primeiro soldado a chegar ao mais alto cargo do Corpo de Bombeiros do DF.

O senhor entrou no Corpo de Bombeiros do DF como soldado e hoje é o comandante-geral. Como foi sua trajetória?

Ingressei na corporação em 12 de janeiro de 1984, como soldado de segunda classe, recruta. Passei um ano desempenhando todos os serviços inerentes à função, como sentinela da guarda e faxina. Procurei sempre me aperfeiçoar em termos profissionais e também nos estudos. Já havia concluído o antigo segundo grau – atual ensino médio – e, à noite, eu fazia pré-vestibular. No ano seguinte eu fiz o concurso de admissão para oficiais e, das cinco vagas disponíveis, a quinta eu consegui abarcar. Um ano depois, iniciei minha carreira como oficial. Entrei como cadete, em três anos saí como aspirante e tive meu fluxo de carreira normal. Em dezembro de 2010, fui promovido a coronel, por critério de merecimento, e, no dia 5 de janeiro deste ano, o governador Agnelo Queiroz me convidou a assumir o comando-geral do Corpo de Bombeiros.

O senhor acredita que essa sua história possa influenciar os demais militares?

Com certeza. Inclusive eu tive uma formatura com meu efetivo na última terça-feira e falei que nós nunca devemos deixar de buscar nossos objetivos. Em que pesem as dificuldades, sejam de trabalho, sejam financeiras, temos sempre que procurar melhorar, tanto profissional quanto intelectualmente. Eu me considero uma pessoa vitoriosa, por ter entrado como praça e ter alcançado o posto máximo da corporação.

O senhor falou que teve essa primeira reunião com a corporação. O que mais o senhor conversou com os bombeiros sobre sua gestão?

Lembrei que a corporação ganhou muito com meu antecessor [coronel Márcio de Souza Matos], em termos institucionais. Hoje temos até um fato inédito: uma licitação internacional para compra de viaturas. E ainda a reforma e a construção de novos quartéis e a aquisição de material de proteção individual. Isso tudo eu vou manter, porque foi um processo bem feito e cabe a mim, como gestor, dar prosseguimento. Uma das minhas prioridades como comandante é valorizar o capital humano, com muita motivação que os incentive a continuar trabalhando na instituição.

É, então, uma gestão em consonância com o governo, que usou o primeiro ano para arrumar a casa, montar uma infraestrutura e agora vai focar mais nos recursos humanos. Serão admitidos novos servidores?

As contratações por concurso já começaram, com 333 novos militares, que já estão na Academia [do Corpo de Bombeiros Coronel Osmar Alves Pinheiro]. Tem ainda um cadastro de reserva, válido por dois anos. Depois de 12 anos sem concurso público para o Corpo de Bombeiros, notamos um vácuo temporal de ingresso de pessoal. Em contrapartida, há militares indo embora, se aposentando por tempo de serviço ou por questões de saúde.

E os outros projetos, como o Centro Olímpico e a Policlínica?

As obras do Centro Olímpico [no Setor Policial Sul] já estão bastante adiantadas. Estive semana passada com o coronel responsável por essa demanda e ele me garantiu que até 21 de abril poderemos inaugurar nosso Centro Olímpico. Quanto à Policlínica, todo o projeto básico já foi aprovado e queremos lançar a pedra fundamental ainda antes do Carnaval, para que as obras comecem logo.

Sobre a proximidade da Copa do Mundo, o Corpo de Bombeiros costuma fazer um trabalho focado no que ocorre antes – como a concessão de alvarás – e após as estruturas estarem prontas – avaliando a segurança dessas estruturas. Como é a preparação dos militares?

Nós temos aqui nosso Departamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico, com militares capacitados, com cursos nas áreas de vistoria e de alvarás. É um trabalho que já está sendo feito, em conjunto com outros órgãos de Segurança Pública, tendo em vista a Copa do Mundo. Temos previstas também ações simuladas preventivas, que vão ocorrer periodicamente até 2014.

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Foto: Mary Leal