Em apoio à campanha “O saco é um saco”, do Ministério do Meio Ambiente, o Zoológico de Brasília instalou uma sacola gigante a poucos metros da entrada. Iniciativa visa incentivar o uso de sacolas ecológicas

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13/02/2012 às 03:00

Zoológico contra as sacolinhas

Em apoio à campanha “O saco é um saco”, do Ministério do Meio Ambiente, o Zoológico de Brasília instalou uma sacola gigante a poucos metros da entrada. Iniciativa visa incentivar o uso de sacolas ecológicas

Por

Evelin Campos, da Agência Brasília

O Jardim Zoológico de Brasília está apoiando, desde janeiro, o trabalho de conscientização quanto ao uso de sacolas sustentáveis, com a mensagem intitulada “O Saco é um Saco: pro Zoo, pro Planeta, pro Futuro e pra Você”. A campanha, que conta com a adesão do Governo do Distrito Federal desde o final do ano passado, tem o objetivo de alertar a sociedade sobre os impactos da deterioração dos sacos plásticos na natureza e apontar soluções alternativas para o uso sustentável desse material.

Por conta disso, uma sacola gigante, símbolo da campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco” foi instalada próximo à entrada do zoológico, em frente ao lago onde ficam os hipopótamos. Promovida em nível nacional pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a campanha chegou ao DF por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), que solicitou um espaço à Fundação Jardim Zoológico.

Ambiente ideal – Ao instalar a sacola gigante no zoológico, a Secretaria pensou nas crianças como público-alvo principal, de acordo com o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF, Eduardo Brandão. “As crianças são o melhor público para a educação ambiental. O DF está em fase de conclusão de uma legislação adequada para o uso racional das sacolas plásticas. O projeto está tramitando na Câmara Legislativa e a Secretaria do Meio Ambiente já está trabalhando com a regulamentação da lei”, destacou.

Já o diretor presidente do Zoológico, José Belarmino da Gama Filho, ressaltou que a campanha reforça o compromisso da instituição com a sustentabilidade. “A principal vocação do zoológico de Brasília é ambiental. Trabalhamos com a conservação da fauna, a reprodução e, é claro, com a educação ambiental da população. Somente em 2011 recebemos 1 milhão de visitantes e a meta para este ano é que esse número aumente em 20%. Portanto, é natural que uma campanha desse porte seja feita aqui, onde há grande circulação de pessoas”, afirmou Gama Filho. O número de crianças que visitam o zoológico também contribui para o sucesso da iniciativa, na avaliação do diretor, uma vez que o zoo recebe, por dia, cerca de mil crianças, em visitas monitoradas.

Conscientização – A exposição da sacola gigante não é, entretanto, a única ação do zoológico, que também irá distribuir cartilhas e folders explicativos do Ministério do Meio Ambiente para o público visitante. A gerente de Consumo Sustentável do MMA, Fernanda Daltro, aposta no potencial de disseminação do zoológico. “O zoológico, por suas atividades ambientais e seu fluxo de visitantes, é um lugar interessante para tratarmos de temas relacionados ao meio ambiente, especialmente as sacolinhas. Além da poluição visual, do entupimento de bueiros e enchentes causadas pelo descarte desse material, ainda há o risco para os animais, prejudicados ao ingerir esse plástico, que não se biodegrada no organismo”, exemplificou.

A mensagem, impressa na sacola gigante e avistada por todos que entram no zoológico, dá o tom da campanha apoiada pelo GDF. Em Brasília a passeio, o casal de Mato Grosso do Sul, Maria Irene Câmara e Alexandre Câmara, aprovou a campanha. “Qualquer iniciativa para abolir as sacolas plásticas é válida. Onde moramos as redes de supermercados não disponibilizam mais as sacolas comuns, apenas embalagens alternativas. Nós, por exemplo, usamos sacolas de pano”, contou ela, funcionária pública. “Acho interessante a campanha, pois é uma boa maneira de promover a consciência ambiental de forma visível”, concordou ele, técnico em informática.

A estrutura também não passou despercebida por Eduardo, o neto de dois anos do aposentado Mário Falcão, 58 anos. “Foi ele quem me mostrou e perguntou o que era. Acho correto que se exponha a sacola para que todos sigam o exemplo”, disse.

Legislação – Em alguns estados e cidades brasileiros as tradicionais sacolinhas plásticas são vetadas por lei. É o exemplo da cidade de São Paulo, onde a Lei nº 15.374, de 18 de maio de 2011, proíbe a venda e a distribuição de sacolinhas plásticas em supermercados e centros comerciais. A regra entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano. Capitais como Belo Horizonte (MG), Aracaju (SE), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES) também possuem legislações específicas de proibição, substituição ou determinação de matérias-primas para confecção das sacolas.

Em outras capitais, como Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM) e Salvador (BA) existem Projetos de Lei em tramitação. Em Campo Grande (MS) houve a tentativa com a apresentação de quatro projetos, todos arquivados na Câmara dos Vereadores. Já Rio Branco (AC), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR) e Belém (PA) permanecem sem legislação ou projetos sobre o tema.

Em Brasília, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou uma lei que prevê a substituição das sacolas plásticas comuns por modelos ecológicos. O Projeto de Lei, de número 297/11, ainda não foi sancionado.

Além de banir as sacolinhas, algumas leis em vigor preveem que os estabelecimentos estimulem o uso de sacolas reutilizáveis e resistentes ao transporte de produtos e mercadorias.

Opções sustentáveis – As sacolas comuns, ainda encontradas em muitas lojas e supermercados, levam cerca de quatro séculos para se decompor. Com o intuito de reduzir o impacto ambiental causado pelo descarte desse material, embalagens alternativas foram criadas e, hoje, são facilmente encontradas no comércio.

Entre as opções mais conhecidas estão as chamadas ecobags, feitas de lona, algodão, tecido PET reciclado ou outro material resistente. Em geral as ecobags são leves e podem ser utilizadas muitas vezes. O plástico oxibiodegradável, por sua vez, tem sido adotado por alguns supermercados e estabelecimentos comerciais por seu prazo de decomposição: o material possui uma substância que o desintegra em até 18 meses.

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