Estudantes de idiomas estrangeiros estão sendo qualificados para dar apoio na recepção de visitantes estrangeiros que vierem a Brasília para os jogos do mundial de futebol

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16/02/2012 às 03:00

Copa contará com voluntários do CIL

Estudantes de idiomas estrangeiros estão sendo qualificados para dar apoio na recepção de visitantes estrangeiros que vierem a Brasília para os jogos do mundial de futebol

Por

Carlos Rezende, da Agência Brasília

Estudantes de escolas do Governo do Distrito Federal (GDF) estão sendo qualificados para atuar como voluntários na recepção de visitantes estrangeiros que vierem a Brasília para os jogos do mundial de futebol. Eles são alunos de uma instituição que é modelo em matéria de ensino público de idiomas no Brasil, o Centro Interescolar de Línguas (CIL), vinculado à Secretaria de Educação do DF (SEDF), e estão inscritos no projeto Um Gol de Educação na Copa de 2014.
 
Os futuros voluntários devem preencher dois requisitos para participar do projeto: estar matriculado nos níveis básicos dos cursos de línguas em uma das oito unidades da CIL do DF e ter 18 anos completos até o início do campeonato.
 
Esse é o caso da estudante Karen Fernandes, que terá 19 anos durante a competição. Apesar de ter terminado o ensino médio no ano passado, continua sua formação em inglês e francês na unidade de Ceilândia. “Meu objetivo é me preparar bem para receber o turista estrangeiro e, com isso, aprender mais sobre outras culturas e países”, explica.
 
“Planejo morar alguns anos no Canadá, onde falam os dois idiomas que estudo”, revelou. “Talvez o mundial de futebol seja uma ótima oportunidade para fazer um bom contato ou conhecer alguém que me abra as portas para um futuro intercâmbio”, aposta Karen.
 
Matriculada no curso de inglês, Rafaella de Castro, 16 anos, vê o trabalho como voluntária na Copa do Mundo como uma realização pessoal a ser alcançada. “Também quero estar bem preparada para dar o melhor de mim. Será muito bom saber que o visitante estrangeiro saiu com uma boa impressão do Brasil, do Distrito Federal”, destaca.
 
Para Rafaella, os cursos do projeto são muito interessantes, porque abordam assuntos diferentes do que ela está acostumada a estudar na escola, como curso de culinária, noções de turismo, regras e história do futebol. “Não entendia absolutamente nada do esporte. Não sabia nem o que era um impedimento (jogada irregular em que um jogador de um time domina a bola no campo de ataque, quando está à frente do último homem da equipe adversária)”, conta.
 
Ao contrário de Rafaella, a torcedora do Flamengo Fernanda Alcântara da Silva, 16 anos, afirmou saber identificar quando um jogador de futebol entra em posição de impedimento. Mas está tendo que pesquisar, agora, informações sobre os principais craques das equipes estrangeiras. “E a professora está certa em pedir isso, pois a gente tem que saber quem é o Cristiano Ronaldo (destaque da equipe de Portugal) ou Leonel Messi (craque da Argentina) para exercer bem a função de voluntário na Copa do Mundo, não é mesmo?”, pergunta, convencida da importância desse conhecimento.
 
Em um ponto as três adolescentes estão de pleno acordo: o CIL é uma das melhores escolas de línguas que existe em Brasília. “Eu não trocaria meu curso por nenhum outro, mesmo os das escolas privadas”, afirma Fernanda. “Em três anos, só tive excelentes professores”, acrescenta Karen. “A metodologia de ensino faz a gente se interessar e aprender mais rápido”, completa Rafaella.
 
Seis mil alunos – a professora coordenadora do CIL de Ceilândia, Andreia Souza Pires, 33 anos, explicou que a unidade tem capacidade para 6 mil estudantes por semestre, divididos em três turnos: matutino, vespertino e noturno. “A procura é tanta que não damos conta de atender toda a demanda”, diz.
 
Andreia já foi aluna do CIL. Estudou francês, espanhol e Inglês. Depois foi se aprimorar nos Estados Unidos e na Inglaterra. No retorno ao Brasil, ingressou na escola pública de línguas onde está até agora. “Hoje eu sou coordenadora de professores que já me deram aula. Isso é um sinal de que nossa metodologia dá resultados”, avalia.
 
Voluntariado – Idealizadora do projeto, professora de inglês e coordenadora do Núcleo do CIL (NCIL), que faz a gestão pedagógica das oito unidades, Ana Cristina Chaves, 40 anos, explicou que, além do aprimoramento do idioma estrangeiro, os alunos aprendem a importância do trabalho voluntário e desenvolvimento humano. “Com isso, a gente forma um voluntariado altamente qualificado”, enfatiza.
 
“Além disso, acreditamos que alunos de escolas públicas, falando um idioma estrangeiro fluentemente e com conteúdo, serão um excelente cartão de visitas do nosso país para o restante do mundo na ocasião da Copa de 2014”, finaliza Cristina.
 
Centros de Atendimento ao Turista – um outro grupo de colaboradores que atuará nos Centros de Atendimento ao Turista (CAT’s), da Secretaria de Turismo do DF (Setur-DF), também está sendo treinado desde a última segunda-feira (13). Ao todo, serão cerca de 120 horas de palestras sobre assuntos que interferem direta ou indiretamente na rotina do atendimento ao público, como lições sobre comportamento, teoria do turismo, preparação para a Copa do Mundo, Marca Brasil, estratégias de marketing e eventos e outros temas. O treinamento ocorre no período da tarde, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
 
A equipe contratada na primeira turma passou pelo mesmo treinamento e hoje atua na Rodoviária Interestadual de Brasília, Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, Praça dos Três Poderes e Setores Hoteleiros. Entre as habilidades, os atendentes dos CAT’s são capazes de atender em até oito idiomas. O grupo também foi qualificado para indicar, além dos roteiros turísticos, serviços de emergência e procedimentos padrões do aeroporto e rodoviária interestadual.

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