28/03/2012 às 03:00, atualizado em 12/05/2016 às 18:04

Desaquecimento na geração de emprego

Codeplan divulgou os índices econômicos do período. Taxa de desemprego cresceu em decorrência da retração do mercado após as festas de final de ano

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Cristina Ávila, da Agência Brasília

A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou nesta quarta-feira (28) os índices econômicos do período. Na comparação entre janeiro e fevereiro, foi registrado aumento na taxa de desemprego de 11,5% para 12,4%. O índice, no entanto, é o menor desde 1992. A Codeplan apontou ainda que a média de rendimentos da população ocupada (que inclui todo tipo de ocupação remunerada, inclusive de empresários e assalariados) cresceu 0,8% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado.
 
Em fevereiro, o número de ocupados chegou a 1,245 milhão de pessoas. A população desempregada no mesmo período foi de 176 mil pessoas, 13 mil a mais em relação a janeiro. Esse aumento reflete um comportamento típico do período com o desaquecimento do mercado após as festas de final de ano. Além disso, é resultado do aumento da População Economicamente Ativa (PEA – 6 mil pessoas) ao mesmo tempo em que houve a redução dos postos de trabalho (7 mil). “Pessoas que estavam em casa resolveram ir para rua procurar emprego”, afirma a presidente da Codeplan, Ivelise Longhi. Segundo ela, o movimento foi motivado pela elevação dos ganhos da população ocupada.
 
Setores – Ivelise Longhi observa que as atividades que historicamente movimentam a economia no Distrito Federal são a construção civil, serviços e o funcionalismo público. “Há, sim, uma preocupação. Precisamos investir para a melhoria da indústria. O Distrito Federal deve investir na indústria do conhecimento, do turismo. A Copa está aí, para termos saldos ainda mais positivos”, diz a presidente da Codeplan.
 
Em relação a janeiro, houve o aumento de 1,4%  na geração de emprego na construção civil,  o equivalente a mil novos trabalhadores. No comércio, o movimento também foi positivo. Houve o acréscimo de 1%, o correspondente a 2 mil novos postos. Houve redução na administração pública, em 3,4% ou 7 mil postos, e na indústria, em 2,3% ou mil postos.
 
O número de assalariados no DF diminuiu em 1% devido à redução do setor público e da relativa estabilidade do setor privado (0,2%). O número de pessoas com carteira assinada aumentou 0,7%, enquanto os ocupados sem carteira assinada diminuíram em 2,0%. Houve ainda um pequeno aumento entre autônomos, de 0,7%.
 
Dinheiro no bolso – Em janeiro, o rendimento médio dos ocupados foi estimado em R$ 2.223. O valor representa crescimento de 0,8% em relação a dezembro de 2011. O rendimento médio dos assalariados foi de R$ 2.352 e se manteve relativamente estável no período.
Os assalariados do setor privado, com e sem carteira de trabalho assinada, apresentaram aumento de 1,4% e de 0,8%. O rendimento médio dos autônomos manteve-se relativamente estável.
 
Desemprego total nos meses de fevereiro (DES/PEA)
1992   14,0%
1993  16,4%    
1994  15,1%
1995  14,5%
1996  16,4%
1997  16,5%
1998  19,5%
1999  21,8%
2000  21,9%
2001  19,8%
2002  21,3%
2003  22,3%
2004  22,5%
2005  19,3%
2006  19,5%
2007  17,9%
2008  17,6%
2009  16,3%
2010   14,1%