Cubano Senel Paz, conhecido no Brasil pelo sucesso do filme Morango e Chocolate, esteve na Jornada Literária da América Hispânica, na 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura

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17/04/2012 às 23:36

A arte de sacudir uma sociedade

Cubano Senel Paz, conhecido no Brasil pelo sucesso do filme Morango e Chocolate, esteve na Jornada Literária da América Hispânica, na 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura

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Secretaria de Cultura

O quarto encontro da Jornada Literária da América Hispânica ofereceu a oportunidade ao público de tomar contato com o cubano Senel Paz, conhecido no Brasil pelo sucesso do filme Morango e Chocolate, inspirado em conto homônimo e com argumento e roteiro assinado pelo escritor. Morango e Chocolate mostra o embate entre um militante cubano e um gay.  “Um livro que sacudiu e mudou a sociedade cubana para sempre”, relatou Eric Nepomuceno, escritor e tradutor brasileiro, que fez a mediação do debate.
 
O livro de contos Morango e Chocolate deu a Senel Paz o Prêmio Juan Rulfo e uma notoriedade em seu país e no mundo com a qual o autor não poderia ter sonhado. Ele contou: “Foi muito rápido: correu por Havana inteira a notícia de que eu tinha ganhado um prêmio com um texto sobre homossexualismo. Logo o texto já tinha sido copiado e distribuído por toda a cidade, chegou ao teatro e tornou-se muito popular. Isso me deu a dimensão da importância do texto. Era uma catarse da sociedade cubana”.
 
Senel Paz acredita que uma obra de arte precisa conseguir dialogar com todas as pessoas, inclusive as que têm preconceito. “Meu texto não tinha a provocação e sim a reflexão sobre o tema”, defende.
 
Mas o autor reconhece que foi o filme que conseguiu chegar mais longe na difusão de seu trabalho. “Comunista, heterossexual e ateu. Este era o perfil ideal do partido comunista. Hoje, são páginas passadas”, diz. E celebra: “O filme conseguiu expulsar esse mau humor da sociedade cubana. O cubano é um povo aberto e este espírito fechado criava tensões em todos os campos. Em Cuba, vivemos coletivamente muitas experiências”.