Kangni Alem afirma que as línguas dos colonizadores são reinventadas pelos povos africanos
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17/04/2012 às 00:15
Kangni Alem afirma que as línguas dos colonizadores são reinventadas pelos povos africanos
Secretaria de Cultura
As marcas da colonização, o uso das línguas europeias e a progressiva retomada do idioma materno configuram importantes questões no fazer literário dos povos africanos. A afirmação é do escritor da República do Togo, Kangni Alem, que abriu a série de debates sobre literatura africana contemporânea, neste domingo (15) na I Bienal Brasil do Livro e da Literatura.
No debate conduzido pelo ativista do movimento negro, ex-presidente da Fundação Palmares e professor da Universidade de Brasília (UnB), Zulu Araújo, o autor de Escravos contou que seu romance foi “uma tentativa de relato da história de africanos em contato com o Brasil. A escravidão se fez pelo Brasil. Houve escravos que regressaram para a África após esse período, levando para lá importantes, expressivas marcas culturais”.
Kangni Alem conversou ainda com o público sobrea originalidade da literatura africana que, apesar de se valer, em parte, dos idiomas dos colonizadores -francês, inglês ou português – renova, reinventa esses idiomas com seus legados culturais e linguísticos primeiros.