No aniversário de 52 anos da capital federal, o time do Brasil, formado por operários da obra, vence a Copa Solidária

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22/04/2012 às 13:30, atualizado em 17/05/2016 às 15:04

Clima de Copa do Mundo no Estádio Nacional

No aniversário de 52 anos da capital federal, o time do Brasil, formado por operários da obra, vence a Copa Solidária

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Brasília, 21 de abril de 2012 – A final da 2ª Copa Solidária Operários da Bola, disputada no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha na noite deste sábado, foi verde e amarela com a vitória do time do Brasil nas categorias masculina e feminina. O campeonato dos trabalhadores que constroem a arena teve início há mais de um mês e envolveu mais de 800 operários, dos 3,6 mil que trabalham em três turnos. Na noite deste sábado, familiares e amigos dos “atletas” torceram da arquibancada do estádio.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, acompanhado da primeira dama, Ilza Queiroz, deu o pontapé inicial da disputa após ser recebido pela batucada do grupo brasiliense Patubatê e a animação das jogadoras, que soltaram a voz ao cantar “Eu sou brasileiro” e “Parabéns à você” pelos 52 anos de Brasília.

“No aniversário da nossa capital, temos que celebrar a construção de um estádio que vai alavancar o desenvolvimento econômico do Distrito Federal. E que será não apenas palco de jogos de futebol, mas também uma arena multiuso. Esse campeonato representa a solidariedade e a integração dos responsáveis pela obra desse monumento”, destacou o governador.

O grupo Patubatê, formado por percussionistas que utilizam sucata como instrumento musical, esteve no estádio para gravar mais algumas cenas de seu novo DVD, que está sendo produzido na arena desde janeiro. “Queríamos fazer esse trabalho em uma obra, um ambiente mais urbano. E o estádio tem esse aspecto sustentável, que tem tudo a ver com a gente. Quando soubemos da Copa, vimos que era a oportunidade perfeita para finalizar as imagens”, disse Fred Magalhães, integrante do grupo.

Finais – O campeonato masculino, que começou no dia 17 de março com a participação de 64 equipes (com nomes de países) nas eliminatórias, classificou hoje as equipes para as quartas de final, as semifinais e a grande final. A decisão dos homens foi disputada entre Brasil e França, como na Copa do Mundo de 1998, ano em que a seleção canarinho perdeu para os franceses.

No entanto, dessa vez o resultado foi diferente. O jogo foi acirrado e teve que ser decidido nos pênaltis, após empate por 1×1 no tempo normal. Com duas cobranças convertidas e dois erros do adversário, o Brasil consagrou-se campeão.

“Foi um jogo difícil, mas conseguimos vingar a derrota para a França no mundial de 98!”, brincou o goleiro e capitão da equipe brasileira, Filliphe Barros, que é gerente administrativo no estádio.

Já a competição feminina começou e terminou hoje, com quatro partidas e quatro equipes. A final foi entre Brasil e Itália e também precisou ser decidida nos pênaltis, com o resultado de 1×1. Com dois gols convertidos e uma defesa, o time do Brasil, mais uma vez, levantou o troféu de primeiro lugar.

“A melhor sensação que sentimos hoje é de poder jogar aqui antes de qualquer jogador famoso. Fizemos bonito e honramos nosso país e nossa capital, que hoje completa 52 anos”, ressaltou a atacante “Rafinha”, como quis ser chamada a jogadora, que atua como ajudante de carpintaria na construção da arena.

Doação – O torneio dos operários do Estádio Nacional recebeu o nome de Copa Solidária porque, além das partidas de futebol, os trabalhadores se uniram em uma ação social. Dias antes do início do campeonato, um grupo de operários visitou duas instituições e fez a entrega de uma tonelada de alimentos recolhida no ato da inscrição. Os alimentos foram entregues à Casa da Criança Ana Maria Ribeiro (Criamar) e ao Abrigo dos Excepcionais de Ceilândia (Abrigoaec).

Assim como o gesto dos operários, toda a obra do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é planejada e executada para estimular o desenvolvimento social e econômico da cidade. O estádio é uma Ecoarena. Na construção são usados materiais recicláveis ou reciclados. Tudo o que saiu do antigo estádio foi reaproveitado na própria obra ou em cooperativas de reciclagem do DF. Com a derrubada da última arquibancada, por exemplo, o entulho foi transformado em brita para ser reutilizado na concretagem do piso da arena.

Depois de pronto, o estádio terá captação de energia solar e de água de chuva. A arena será capaz de gerar 2,5 megawatts de energia, o que corresponde ao abastecimento de mil residências por dia.

Andamento das obras – Atualmente, a obra do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é uma das mais adiantadas do Brasil, com 54% de sua execução concluída. A arquibancada inferior está finalizada, a intermediária está 90% concluída e a superior já foi totalmente pré-fabricada na obra. Sua montagem começará nos próximos 30 dias.

Os pilares com mais de 36 metros de altura livre e o grande anel da esplanada, com 300 metros de diâmetro, estão sendo executados para receber a cobertura metálica que protegerá os cerca de 70 mil espectadores do sol e da chuva, de forma a dar conforto e segurança aos usuários durante os jogos e demais eventos que ocorrerão na arena.

O estádio será uma arena multiuso adequada para receber eventos e shows de grande porte, e não apenas partidas de futebol. Antes mesmo da Copa do Mundo de 2014, o estádio passará por licitação internacional para que uma empresa especializada em entretenimento o administre e potencialize o desenvolvimento econômico da capital federal, gerando emprego e renda. Além de pagar o aluguel da arena, a empresa vencedora ficará responsável por inserir Brasília em um calendário de eventos e shows nacionais e internacionais, mantendo a economia da cidade aquecida.

Obras de infraestrutura e investimentos na qualificação profissional e no desenvolvimento do turismo, com geração de emprego e renda, serão os principais legados que os grandes eventos esportivos deixarão à capital federal.