30/05/2012 às 16:22, atualizado em 12/05/2016 às 17:55

Empregos no DF crescem em 2012

Construção civil é a principal responsável pelo aumento de vagas no mercado de trabalho

Por Thaís Antonio, da Agência Brasília


. Foto: Lula Lopes

A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) de abril de 2012, divulgada nesta quarta-feira (30), mostra que houve redução no Distrito Federal nos índices de desemprego em relação ao mesmo período do ano anterior. A taxa de desemprego de 13,1% registrada em abril é considerada a menor da série histórica, desde 1992. Técnicos apontam que a perspectiva para o segundo semestre é positiva e que o DF deve fechar o ano com taxas de ocupação de vagas maiores do que em 2011. O aumento de empregos está diretamente relacionado à construção civil, que cresceu 16,9% nos últimos 12 meses.

A PED é fruto de parceria entre a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Secretaria de Trabalho e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa é realizada mensalmente em cerca de 2,9 mil domicílios de todas as regiões administrativas do DF.

No DF, os índices mantiveram-se estáveis de março a abril, com a variação negativa de apenas 0,2 ponto percentual. Os números foram considerados “promissores” pelo presidente-interino da Codeplan, Salviano Guimarães. “O Distrito Federal está em crescimento, registra aumento de renda e oferta de trabalho, além de nível de desemprego estável”, destacou.

O secretário-interino de Trabalho, Washington Luiz Sales, reforçou a importância dos índices para a economia do DF. “Interrompemos uma série em ascendência do desemprego, que vinha crescendo desde janeiro. Essa linha também foi verificada em 2011, mas chegamos a 2012 com níveis menores”, salientou.

“O comportamento das taxas no começo do ano é um comportamento sazonal típico. O importante é que, em 2012, partimos de um patamar menor. Em janeiro de 2011, tínhamos 12,6% de taxa de desemprego. Este ano, partimos de 11,5%”, destaca o diretor de Gestão de Informação da Codeplan, Júlio Miragaya. “A tendência é chegarmos em dezembro de 2012 com uma taxa inferior à de dezembro de 2011, que foi de 11%”, analisa.

A expectativa do GDF é de que as taxas de desemprego sejam ainda mais reduzidas até dezembro deste ano, com índices na casa dos 10% – em 2011, as taxas de dezembro ficaram em torno de 11%. “A expectativa de redução é pequena, mas contínua. Não queremos saltos, nem soluços. Esperamos uma geração de emprego programada, prevista e devidamente planejada”, afirmou Washington Luiz Sales, reforçando o papel da Secretaria de Trabalho no fomento da formação qualitativa de mão de obra. “A geração de empregos é decorrente de uma politica macroeconômica que atinge todo o país. Aqui no Distrito Federal, as medidas que estão sendo tomadas fortalecem esse cenário.”

Crescimento – Para Júlio Miragaya, o Brasil caminha para a reativação da atividade econômica. “O país deve fechar o ano em um ritmo de crescimento de 4% a 4,5% e isto favorece muito a redução do desemprego no país todo”, destacou. “Como o DF reflete a situação do Brasil como um todo, com certeza tende a acompanhar esse movimento. Se, por um lado, temos uma tendência de recuperação da economia nacional, por outro partimos de um patamar positivo em relação ao ano passado.”

Como fatores do aquecimento da economia, destacam-se as políticas federais de redução de impostos e o consequente aumento de consumo. O PAC da Mobilidade Urbana, que destinará R$ 2,2 bilhões ao Distrito Federal, também será um fator importante na aceleração da economia do DF, com destaque para a construção civil, que hoje conta com focos importantes de obras no DF – Noroeste, Águas Claras, Samambaia, Ceilândia, além de unidades residenciais no Riacho Fundo II e em São Sebastião – e emprega 76 mil pessoas.

Empregos – “O governador Agnelo Queiroz entende que qualquer política de geração de emprego tem que, necessariamente, incluir os cidadãos que estão na região do Entorno”, destacou Washington Luiz Sales. Entre as iniciativas do GDF para a promoção de empregos, o secretário-interino de Trabalho destacou os incentivos à instalação de grandes empresas no DF e na região do Entorno, a Cidade Digital e o fomento ao turismo. “O governo entende que o turismo é uma grande alavanca de empregos. Cada turista que vem a Brasília gera uma série de outros empregos, não vinculados diretamente àquela atividade principal.”

Washington Luiz lembrou ainda que, com a reforma do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, de 3 a 5 mil vagas serão geradas para atender às demandas internas – sem contar as atividades ligadas à aviação. Outro importante gerador de empregos será a renovação da frota de ônibus. “Serão 3 mil novos veículos a partir do ano que vem. A Secretaria de Trabalho precisa preparar mão de obra para atender essa demanda”. O secretário-interino destacou que a PED é importante para identificar as necessidades locais e estabelecer as políticas.

Gênero – A tendência de melhora do mercado de trabalho tem favorecido mais aos homens do que às mulheres. A taxa de desemprego dos homens atualmente está em 9,9%, enquanto a das mulheres está em 16,7%. Em relação a abril de 2011, a taxa de desemprego masculina caiu 10,8%, e a feminina subiu 2,5%.