20/06/2012 às 19:55

Dival prepara profissionais para teste de leishmaniose

Nesta terça e quarta-feira (20 e 21) a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) realiza treinamento de profissionais

Por Secretaria de Saúde

Veterinários, biólogos, agentes de saúde e de vigilância ambiental vão atuar como multiplicadores para aplicação do teste TR DPP®, que detecta a leishmaniose visceral em cães. A Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) realiza treinamento dos profissionais nesta terça (20) e quarta-feira (21). A programação inclui aulas teóricas e práticas, além de um estudo dirigido para apresentar a nova metodologia.

O teste TR DPP® Leishmaniose Visceral Canina, desenvolvido pela Fundação Bio-Manguinhos, é um ensaio de triagem para a detecção de anticorpos específicos para Leishmania sp, em cães. Apresenta vantagens por ser confiável, rápido, simples e fácil de usar. “A metodologia deve ser implantada no início do segundo semestre”, informa o médico veterinário da Dival, Laurícyo Monteiro Cruz.

As leishmanioses são doenças infeciosas que têm por agente etiológico diferentes espécies de protozoários parasitas do gênero Leishmania sp., endêmica em 88 países, totalizando 350 milhões de pessoas expostas à infecção. A Leishmania sp. está presente em áreas desde a floresta tropical das Américas do Sul e Central aos desertos no Oeste da Ásia, com mais de 90% dos casos de Leishmaniose Visceral (LV) ocorridos em Bangladesh, Nepal, Índia, Sudão e Brasil.

Estima-se a ocorrência de cerca de 500 mil novos casos anuais de leishmaniose visceral humana (LVH) e, entre os anos de 2000 e 2010, foram relatados 38.173 novos casos pelo Ministério da Saúde. A LV, algumas vezes referida como calazar, é uma doença crônica e potencialmente letal se não tratada antes do aparecimento dos sintomas. Sinais clínicos da doença incluem indisposição, anemia, febre, perda de peso e inchaço no baço, fígado e gânglios linfáticos.

A leishmaniose visceral é uma zoonose a qual os cães são comumente implicados como os principais reservatórios domésticos do parasita, sendo estes de grande importância na manutenção da transmissão desta doença. Os vetores das leishmanioses são insetos conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos e, em linguagem popular, como cangalhinha, mosquito-palha, birigui etc.

O Ministério da Saúde preconiza a eutanásia de cães infectados, identificados por meio de teste sorológico como uma das medidas de controle para transmissão da LV. Este procedimento tem provado ser uma importante etapa do controle empregado no Brasil, visando prevenir a infecção do vetor e, consequentemente, a transmissão do parasita ao homem.

Tratamentos para leishmaniose visceral em humanos são considerados muito difíceis. Já para cães e outros reservatórios do parasita, não é indicado nenhum tipo de tratamento, visando diminuir a possibilidade do surgimento de resistência parasitária a essas drogas.