25/06/2012 às 12:30

Energia sustentável no Riacho Fundo

Em fase experimental, projeto da administração regional utiliza tecnologia para captação e uso de energia solar nos postes de iluminação da cidade

Por Evelin Campos, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura

Tema de debates em todo o mundo, a sustentabilidade ocupa, atualmente, o topo da lista de prioridades de muitos gestores públicos. No Distrito Federal, a Administração do Riacho Fundo I encontrou, há cerca de dois meses, uma solução inovadora para utilização de energia limpa na iluminação da cidade. Em fase experimental, o projeto prevê o uso de energia fotovoltaica nos postes de iluminação.

Por meio de placas de quartzo e silício, a energia solar é captada e armazenada durante o dia em um capacitor. À noite, um sensor detecta a ausência de luz e libera a energia acumulada. “Inicialmente, a implementação da tecnologia fotovoltaica será feita em locais com maior fluxo de pessoas, mas a novidade já repercutiu de forma favorável entre os moradores da cidade”, destaca o administrador Artur Nogueira.

Até o momento foram instalados 12 postes em seis pontos de ônibus. Cada um teve custo de R$ 3,2 mil. A tecnologia, no entanto, possui vantagens que superam o ônus financeiro. Os equipamentos são importados e possuem garantia de 25 anos. Ao longo desse período, necessitam de poucos serviços de manutenção.

As lâmpadas são de led, têm vida útil de 40 mil horas e capacidade de emitir luz por até 10 horas. A sugestão da tecnologia partiu do engenheiro e diretor de Obras da administração, Walter Pfrimer. “Esses postes são uma mini usina independente. É uma energia limpa que se paga em longo prazo com a economia e os benefícios ambientais. Ainda é cara, mas acredito que daqui a alguns anos custará em torno de R$ 800”, afirma.

Tecnologia – O diretor de Obras da administração, Walter Pfrimer, descobriu as placas de quartzo e silício durante um curso de controle de poluição ambiental. Amplamente difundida em países como Alemanha e Espanha, a tecnologia também é utilizada na Universidade de São Paulo (USP) e é 100% limpa.

Em Brasília, onde a incidência de sol favorece o uso da energia fotovoltaica, o investimento é sólido. Para dias nublados ou chuvosos, as placas funcionam com reserva de até três dias. “Hoje a grande vantagem é a sustentabilidade da tecnologia. É o futuro. Não tem como fugir disso”, finaliza Pfrimer.

Melhorias – Proporcionar qualidade de vida, estimular a consciência ambiental e promover a cidadania são os objetivos das obras no Riacho Fundo, segundo o administrador. Além da instalação da nova tecnologia, os bancos dos pontos de ônibus receberam pintura acrílica e aumento do contra piso. Também foi construído piso tátil para deficientes visuais e rampas de acesso para cadeirantes.

As melhorias estão sendo realizadas nas principais avenidas e quadras da cidade, conforme a demanda por iluminação. “Aliamos a ideia de acessibilidade e conforto”, diz Artur Nogueira.

O empresário Brenno Castelo Branco, de 28 anos, elogia as iniciativas. “Acredito que uma ação como essa é muito importante, pois contribui com a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais”, ressalta.

Também empresário, Braule Lopes Cunha, de 22 anos, aprova a instalação dos postes. “A iniciativa é boa porque incentiva a prática de ações sustentáveis. Além disso, é importante por ser uma energia limpa e que gera economia dos recursos. Gostei da iniciativa”, destaca.