26/06/2012 às 20:51

Combate à coqueluche tem 95% de cobertura no DF

Crianças recebem três doses da vacina até completarem seis meses de idade

Por suzano Almeida, da Agência Brasília


. Foto: Valter Campanato/ABr

Desde 1998, a coqueluche é controlada no Distrito Federal por meio da aplicação de vacinas nos primeiros meses de vida. Segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do DF, Sônia Geraldes, neste ano o DF registrou 54 ocorrências de suspeita de contágio por coqueluche. Apenas seis casos foram confirmados e tratados na rede pública.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, a vacinação de crianças no DF chega a 95% de cobertura, com a aplicação de três doses: aos dois, quatro e seis meses de idade. Após a terceira dose, são ministradas outras duas de reforço. A primeira, entre seis e 12 meses depois da terceira dose, e a segunda, entre quatro e seis anos de idade.

Assistência integral – A criança de sete meses que foi a óbito nessa segunda-feira (25), vítima de coqueluche, era moradora da cidade de Águas Lindas (GO). Segundo a própria família, a criança não havia recebido as doses necessárias para a imunização devido à falta da vacina na rede pública municipal desde fevereiro.

Os primeiros sintomas apresentados pela criança eram semelhantes aos da gripe. Com o agravamento do quadro, cogitou-se a possibilidade de ela ter contraído o vírus H1N1, hipótese posteriormente descartada. Apenas no dia 18, os médicos que tratavam a criança no Hospital Regional de Brazlândia foram informados pela família de que o bebê não havia sido imunizado. Às 19h do mesmo dia foi providenciada a transferência da criança para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Materno Infantil de Brasília. Por volta das 2h do dia 19 a criança já estava na unidade.

“Desde a chegada, a criança recebeu toda a assistência por parte da rede pública. Porém, uma criança nessa idade com uma doença de tamanha gravidade tem grandes chances de vir a óbito”, explica o secretário-adjunto de Saúde, Elias Miziara.

Laudo – Hoje foi realizado o exame que apontará a verdadeira causa do óbito. A previsão é de que o resultado seja divulgado em 15 dias. A diretora da Vigilância Epidemiológica Sônia Geraldes enfatiza que, apesar de o laudo que apontará de forma definitiva a causa mortis ainda não estar pronto, a morte da criança não foi ocasionada por falha no atendimento, mas pela falta de imunização nos períodos corretos. 

Saiba mais

O que é coqueluche – A coqueluche é uma doença de origem bacteriana que tem sintomas iniciais parecidos aos da gripe. Porém, o quadro de tosses sucessivas se amplia com o decorrer do tempo e os intervalos entre elas começam a ser menores, com longos acessos. A enfermidade pode ser diagnosticada em adultos e crianças, que, quando acometidas pela doença nos meses iniciais de vida, sofrem consequências mais graves.

Forma de transmissão – A coqueluche pode ser transmitida pela saliva e pelo contato com superfícies contaminadas pelo portador da enfermidade.

Cuidados – A vacina pode ser encontrada gratuitamente em todos os postos e centros de Saúde do Distrito Federal. Para que a criança seja imunizada, o responsável deve observar o cartão de vacinação para não haver atrasos ou ausência de doses, o que pode acarretar complicações no caso de contágio.

Apesar da doença também atingir jovens e adultos, a diretora da Vigilância Epidemiológica explica que a partir dos 15 anos o organismo possui maior resistência, por isso estuda-se a possibilidade de uma dose extra na idade adulta, para evitar a propagação da doença.