26/06/2012 às 20:17, atualizado em 12/05/2016 às 18:04

Economia do DF expandiu 2,4%

Na passagem de 2010 para 2011, indicador da atividade econômica brasiliense atingiu a cifra de R$ 161,472 bilhões

Por Da Redação, com informações da Seplan e da Codeplan


. Foto: Lula Lopes

Principal indicador de análise de desempenho da economia brasiliense, o Produto Interno Bruto (PIB) do Distrito Federal em 2011 – soma de todas as riquezas produzidas no período – apresentou expansão de 2,4% em relação ao ano anterior, atingindo a cifra de R$ 161,472 bilhões. Os dados integram a pesquisa preliminar apresentada nesta terça-feira pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), em parceria com a Secretaria de Planejamento do DF (Seplan).

Ao analisar o desempenho de 2011 em relação a 2010 por setor de atividade, as estimativas mostram que a agropecuária obteve uma variação positiva de 24,5%, recuperando o nível de produção de todas as suas culturas. No entanto, o resultado impacta pouco no PIB fechado do ano, uma vez que a atividade representa discreta participação nos setores produtivos do DF.

A produção industrial, por sua vez, subiu 3% no período, impulsionada, sobretudo, pela construção civil – com crescimento estimado em 3,6% –, reflexo do aumento da oferta de crédito habitacional; e pela indústria de transformação, com incremento de 2,1%, impacto dos desempenhos positivos na fabricação de cimento e alimentos e bebidas – dois dos segmentos mais representativos da indústria de transformação no Distrito Federal.

Serviços – Em seguida aparece o setor de serviços, que registrou alta de 2,2% na passagem de 2010 para 2011, com crescimento generalizado das atividades. Destaque para o comércio, com avanço de 4,4%. O dinamismo no consumo dos brasilienses fica evidente em um estudo da consultoria IPC Marketing Editora, que em 2010 elegeu Brasília como a terceira cidade brasileira com maior capacidade de consumo, posição mantida em 2011. Também se destacaram intermediação financeira, seguros e previdência complementar, que cresceram 3,1%; e atividades imobiliárias e aluguel, cuja expansão ficou em torno de 3%.

Tomando por base a Pesquisa de Emprego e Desemprego do DF (PED/DF), houve aceleração de 1,7% no nível de ocupação dos brasilienses, com a criação de aproximadamente 20 mil postos de trabalho e redução do contingente de desempregados em 17 mil pessoas. Com isso, a taxa média de desemprego no DF caiu de 13,6%, em 2010, para 12,4%, no ano passado.

Os números, na avaliação do Diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas Júlio Miragaya, refletem o impacto da crise europeia em relação ao crescimento de 2011. Na avaliação do economista, o Distrito Federal ainda possui uma forte dependência frente ao setor de serviços. Isso, segundo o estudo, impactou negativamente no resultado geral. “O segmento tende a perder peso, em função da crescente consolidação de Brasília como polo comercial e de prestação de serviços de uma extensa região”, diz o estudo.

Embora mantenha representativa participação na composição do PIB-DF, dada a sua condição de capital do País, os segmentos Administração, Saúde e Educação Pública avançou apenas 2% em 2011 em relação ao ano anterior.

O presidente interino da Codeplan, Salviano Antônio Guimarães Borges, ressaltou que Brasília foi criada para ser a capital política e administrativa do país e que não pode ficar dependente apenas dos serviços públicos. “Ela (Brasília) cumpriu bem esse papel, mas não pode ser apenas isso. Temos que expandir o crescimento para outras áreas, como a iniciativa privada e a indústria inteligente”, afirmou.

O PIB preliminar apurado em 2010 também foi revisto para cima – para 3,5%– na comparação com 2009, chegando à marca de R$ 146,575, crescimento estimulado principalmente pela indústria, que apresentou um avanço de 31,82% em seu faturamento em 2010, de acordo com dados da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra).

Novas frentes – De acordo com o secretário de Planejamento e Orçamento, Luiz Paulo Barreto, durante décadas o investimento na infraestrutura do DF foi deixado de lado. “Agora, com os recursos do Programa de Aceleração do governo federal e com os investimentos em infraestrutura, queremos diminuir essa distância que separa a capital federal de outros centros do país”, disse. O secretário lembrou que é um processo de médio e longo prazo que está sendo implantado pelo governo.

Barreto destacou que o investimento na área de alta tecnologia, com a criação do parque digital, é uma das medidas que irão impulsionar o crescimento do DF. “Queremos fazer do DF um centro de excelência em tecnologia”, disse. Para ele, esse é um dos projetos que vai contribuir para que Brasília deixe de ser dependente dos serviços públicos. A ideia, de acordo com Júlio Miragaya, é alavancar o crescimento local com investimento maciço em infraestrutura no DF e na região do Entorno.