11/07/2012 às 21:00, atualizado em 17/05/2016 às 15:06

Varjão: oito meses sem homicídios

Na série de entrevistas com administradores regionais, Hélio Ferreira das Chagas apresenta à AGÊNCIA BRASÍLIA resultados positivos de sua gestão

Por Ailane Silva, da Agência Brasília


. Foto: Lula Lopes

Assegurar uma vida tranquila para os moradores, com a ajuda das polícias Militar e Civil, e reduzir o número de dependentes químicos no Varjão são grandes vitórias da gestão do administrador regional Hélio Ferreira das Chagas. Além de segurança, a cidade também ganhou incentivos à cultura e registrou avanços na educação e na prestação de serviços públicos.

O Varjão possui um histórico de problemas relacionados à violência e ao uso de entorpecentes. O que foi feito para mudar essa realidade?

Quando assumi a gestão, em outubro de 2011, percebi que havia muitas pessoas com dependência química no Varjão. Para acabarmos com esse problema, nós capacitamos os funcionários da administração, por meio da Academia da Polícia Civil. Depois, lançamos o projeto Varjão Contra as Drogas. As polícias Civil e Militar realizaram os trabalhos ostensivo e repressivo contra o uso de entorpecentes na cidade. Todas as semanas, há blitze em vários pontos. Realizamos também ações preventivas nas escolas e na comunidade. Crianças, jovens e adultos foram alertados sobre os malefícios das drogas. Fizemos parcerias com casas de recuperação e com entidades religiosas, que acolhem gratuitamente os usuários encaminhados pela administração e pela comunidade.

Há parcerias com a iniciativa privada também?

Sim. Conversamos com donos de bares e restaurantes para que esses estabelecimentos comerciais passassem a fechar mais cedo, garantindo ainda mais a segurança da população. A medida, tomada de forma amigável por todos os empresários, já foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) e estabelece que os bares fechem as portas às 23h, de segunda a sexta-feira, e à 1h, nos finais de semana. Com todo esse trabalho, além de reduzir o número de pessoas em dependência química da cidade, o índice de criminalidade e de homicídios caiu expressivamente. A cidade, que chegava a registrar até três homicídios por mês, completa no próximo sábado oito meses sem nenhuma morte criminosa.

A comunidade do Varjão também ansiava pelo uso de câmeras de monitoramento. A demanda está sendo atendida?

Nós conseguimos, por meio de Emenda Parlamentar, verba para colocar câmeras nas principais vias da cidade. A medida já está em processo licitatório. Em princípio, 10 equipamentos serão instalados até agosto, mas, a intenção é adquirir mais 20 até o final do ano. Os computadores de monitoramento ficarão na própria administração e as imagens serão compartilhadas com os órgãos da Secretaria de Segurança. Todas essas medidas vão garantir a segurança da população.

Além do reforço na segurança, há algum projeto de inclusão produtiva ou cultural?

Temos o Projeto Girassol, que está dando os primeiros passos e funciona no Centro Comunitário do Varjão. Ele atende as mulheres da cidade que produzem artesanato e precisam dessa renda para ajudar com as despesas de casa. O objetivo do projeto é a acolher essas trabalhadoras oferecendo um local para que elas possam trabalhar e desenvolver a cultura e a arte na cidade. O espaço também conta com 10 máquinas industriais, que ainda estão ociosas. Por isso, estamos em negociação com o Ministério do Esporte para trazer para o projeto a costura de bolas de futebol e de bandeiras, aumentando, assim, o número de mulheres no mercado de trabalho. Nós também estamos licitando a revitalização e ampliação da Casa da Cultura. A estrutura estava muito danificada e, na época das chuvas, os instrumentos da orquestra ficavam molhados. Outra novidade é o projeto para construção de um balcão para a Escola de Samba Unidos do Varjão, que está em fase de conclusão. A escola possui apenas três anos e foi primeiro lugar do grupo três.

E na educação?

Temos muitos avanços também. Aqui no Varjão funciona a creche da Tia Angelina. A entidade, que atende a 300 crianças de zero a cinco anos, recebe incentivos do Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda. Estamos ampliando o convênio para atender a mais 400 crianças com faixa etária de seis a 14 anos. No caso das mais velhas, quem estuda no ensino regular será atendido com atividades extracurriculares. As atividades funcionarão no Centro de Convivência do Varjão durante todo o dia. O local deve entrar em funcionamento a partir de agosto. Nós também faremos uma audiência pública, no próximo dia 23, às 19h, na Escola Classe do Varjão, com o Instituto Federal de Brasília (IFB). Por meio de parceria com a entidade, vamos oferecer cursos técnicos e a população escolherá, nesse dia, quais são as capacitações preferenciais. Os cursos também serão ministrados no Centro de Convivência.

Qual será o próximo passo para que a população tenha mais qualidade de vida?

Foi fechada uma parceria com o centro universitário UDF para prestação de diversos atendimentos promovidos por alunos e professores da universidade. A população poderá buscar orientação jurídica, que será feita na própria administração. Os comerciantes terão auxílio dos universitários dos cursos das áreas econômicas sobre como melhorar o desenvolvimento dos seus empreendimentos. Já os frequentadores de um dos três PECs [pontos de encontro comunitário] da cidade também serão beneficiados. Alunos e professores do curso de educação física explicarão qual a melhor forma de fazer os exercícios. Além disso, tem uma última novidade: até o final do ano, entregaremos mais três PECs.