18/07/2012 às 22:17, atualizado em 12/05/2016 às 17:54

Pesquisa aponta redução da mortalidade infantil no DF

Estudo da Codeplan revela índices animadores em relação às melhorias na Saúde no Distrito Federal. Também mostra dados relativos à Área Metropolitana de Brasília

Por Evelin Campos e Kelly Crosara, da Agência Brasília

A mortalidade entre crianças no Distrito Federal e na Área Metropolitana de Brasília (Amib) sofreu redução entre 2000 e 2010. Os dados foram revelados nesta quarta-feira (18) pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) durante divulgação do quarto volume da publicação Democracia em Foco. O estudo possibilita conhecer e acompanhar as mudanças epidemiológicas de uma população, assim como contribui para a formulação de políticas públicas destinadas a reduzir as desigualdades na área da Saúde.

Para o presidente da Codeplan, Salviano Guimarães, esse tipo de levantamento é fundamental para informar a sociedade. “Por meio da pesquisa, a sociedade toma conhecimento da situação, e os governos federal, estaduais e municipais podem planejar investimentos e melhorias, como políticas de geração de emprego e renda, educação, saúde e transporte.” A demógrafa Lucilene Cordeiro, responsável pelo estudo, afirmou que o próximo desafio é aprimorar a qualidade da informação para especificar as causas dos índices em cada local e definir políticas públicas específicas.

O Distrito Federal apresentou, na última década, melhorias no nível de saúde, com redução da mortalidade em toda a população, à exceção da faixa etária igual ou superior a 70 anos. Isso se reflete no aumento da longevidade da população e na redução de óbitos entre os mais jovens. Na região metropolitana, foi verificada uma redução da mortalidade proporcional de menores de 5 anos. Os níveis de mortalidade, entretanto, ainda são crescentes, especialmente entre adolescentes e jovens do sexo masculino.

Diferenças – No grupo de municípios que compõem a Amib – Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás – o risco de morte aumentou entre a população de 15 a 29 anos de idade e no grupo com 60 anos ou mais. O diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas, Júlio Miragaya, destacou as disparidades entre o DF e a região metropolitana evidenciadas no relatório. “Em praticamente todos os casos, o óbito é mais precoce na área metropolitana devido às diferenças de renda e de qualidade de vida entre o DF e essas localidades”, afirmou.

O estudo também revelou que, em todas as faixas de idade, as chances de morte entre os homens são maiores que entre as mulheres. O diretor também avaliou o número elevado de mortes entre os homens como uma questão cultural. “Isso demonstra que os homens são mais vulneráveis à violência urbana e, também, que eles se cuidam menos”, revela Miragaya.

As principais causas de morte no DF foram as doenças do aparelho circulatório, com participação acima de 25% em todo o período analisado. As neoplasias (tumores) e as causas externas apareceram em segundo e terceiro lugares. Já na Amib as causas externas lideram os índices, com participação acima dos 23%. Um ponto que vale destacar é que as causas mal definidas ainda constam em posição relevante na região metropolitana.