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25/07/2012 às 16:30
A agenda em homenagem ao Dia do Taxista incluiu aconselhamento, testagem para a hepatite C e vacinação contra o tipo B
O taxista Amilton Antônio Pereira, 51 anos, foi o primeiro a se vacinar contra a hepatite B, durante ação da Secretaria de Saúde no Departamento de Permissão e Concessão, no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN), na manhã desta quarta-feira (25). A atividade fez parte da programação do Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais, 28 de julho, promovida ao longo desta semana em vários pontos do Distrito Federal.
A agenda em homenagem ao Dia do Taxista incluiu aconselhamento, testagem para a hepatite C e vacinação contra o tipo B. O objetivo é conscientizar os motoristas sobre os riscos e a prevenção para o enfrentamento dessa doença, que muitas vezes evolui silenciosamente. João José da Silva, 60 anos, fez o teste e recebeu a vacina. “Estou aproveitando a oportunidade para colocar a saúde em dia”, disse. Entre 9h e 13h, a coordenação do Programa de Combate às Hepatites Virais da SES-DF disponibilizou 150 doses de vacina e 150 testes rápidos para taxistas, numa ação conjunta com o Serviço Social do Transporte (Sest/Senat). O teste é simples – basta uma gota de sangue – e o resultado sai em cinco minutos.
Segundo a coordenadora do programa, Domênica Fachinelli, quem tem o exame positivo é encaminhado a um dos ambulatórios do fígado da rede pública – nos hospitais regionais de Sobradinho, Taguatinga, Ceilândia, Planaltina, Unidade Mista da Asa Sul e no Hospital de Base.
Programação – A programação prossegue na sexta (27), das 14h às 16h, quando haverá aconselhamento, discussão em grupo e educação em saúde durante encontro com portadores de hepatites virais e familiares, na Unidade Mista da Asa Sul (Hospital-Dia, 508 Sul). O ponto alto da agenda, no entanto, será no sábado (28), das 9h às 16h, na Escola Classe do P Norte, em Ceilândia – Estrada da Cascalheira S/N VC 311, no Condomínio Sol Nascente. Cerca de 600 alunos – crianças e adolescentes – serão imunizados contra a hepatite B. Já os pais e a comunidade residente nas imediações da escola são convidados a participar das atividades e a se submeter ao teste rápido para hepatite C – cerca de mil testes serão disponibilizados. Também haverá aconselhamento.
A Secretaria de Saúde do DF registrou, este ano, 82 casos de hepatite C e 68 casos de hepatite B. Somando-se aos números apurados desde 2007, foram notificados 1.081 de hepatite C e 872 casos de hepatite B. Segundo a diretora da Vigilância Epidemiológica, Sonia Geraldes, o diagnóstico e o tratamento são feitos em qualquer unidade da rede pública de saúde do Distrito Federal. Estima-se que cerca de 0,8% da população esteja infectada com hepatite C e 0,3% com hepatite B, e grande parte não sabe que está doente.
A hepatite é basicamente uma inflamação no fígado. Existem vários tipos da doença com gravidade variável, dependendo do estágio em que é detectada e a forma como é tratada. “As hepatites podem ser causadas por vírus, e os tipos mais comuns são as tipo B e C”, explica a diretora. A hepatite B é uma doença sexualmente transmissível que também pode ser contraída em estúdios de tatuagem e piercing sem higiene por quem compartilha seringas no uso de drogas e por transfusão de sangue.
A doença pode ser transmitida ainda da mãe para o bebê, durante a gravidez. Segundo Sonia Geraldes, a transmissão por transfusão de sangue quase não existe mais. “Esse é um risco que desapareceu depois de 1993, quando o sangue dos doadores passou a ser testado”, afirma a diretora. A hepatite B é diagnosticada por meio de exame de sorologia (exame de sangue), feito em toda a rede pública. A prevenção também é realizada nos centros de saúde, por meio de vacina, e, dependendo da gravidade, o tratamento é feito com medicamentos antivirais. “A hepatite pode evoluir para cirrose e câncer de fígado. Por isso, é bom ficar atento e verificar se as três doses da vacina contra a hepatite B estão em dia”, recomenda ela.
A vacina que é aplicada em pessoas com até 29 anos de idade tem três doses. Acima dessa idade, também é oferecida aos seguintes grupos: manicures, usuários de drogas, hemofílicos, profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, pacientes que fazem hemodiálise, portadores do vírus da hepatite C e do HIV, bombeiros, policiais e profissionais de saúde. Assim como a hepatite B, a hepatite C também é assintomática e não é facilmente percebida. Na forma crônica, o infectado pode apresentar sintomas como vômito, mal-estar e dores musculares. A doença também pode evoluir para cirrose e câncer de fígado. Para diagnosticar a hepatite C é feito o exame de sorologia. “Como não existe vacina contra essa forma de hepatite, é aconselhável que o paciente diagnosticado procure a rede pública e tome uma solução injetável por pelo menos seis meses”, alerta Sônia Geraldes.