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09/08/2012 às 20:22
Exposição Guayasamín – Continente mestiço revela face do artista humanista equatoriano reconhecido internacionalmente pelo engajamento social dentro e fora da América Latina
A partir de amanhã (10), o Museu Nacional da República sedia a exposição Guayasamín – Continente Mestiço, do artista plástico equatoriano Oswaldo Guayasamín (1919-1999). Militante silencioso, ele revelou em telas, esculturas e desenhos sua opinião e experiência da ditadura no Equador e em países da América do Sul. “Sua obra é um grito desesperado pela paz e um não à violência. É uma mensagem em favor da paz, dos humildes”, declarou Pablo Guayasamín ao definir o trabalho do pai.
Com 379 peças, a mostra marca a comemoração dos 203 anos da primeira tentativa de independência do Equador e tem o maior número de peças do artista já vindas para o Brasil. Elas ficam expostas até o dia 14 de outubro.
O expressionismo de Guayasamín exibe a violência do período através de figuras humanas tristes, lágrimas, horror, corpos esqueléticos e olhos arregalados que saltam da tela. O trabalho tem forte influência da arte pré-colombiana, sua principal vertente.
Para o curador da exposição, Wagner Barja, a exposição dará aos visitantes um panorama do amplo alcance da obra de Guayasamín. “Vamos mostrar um trabalho que vai na contramão da história oficial do continente americano que, também em relação ao conturbado mundo contemporâneo, vem povoar nossas mentes com ideais humanistas”, concluiu. Não foi à toa que o poeta Pablo Neruda afirmou sobre Guayasamín: “Pensemos antes de mergulhar em sua pintura, porque não nos será fácil de voltar”.
O artista já esteve na cidade à época de sua inauguração. O retrato que fez do ex-presidente Juscelino Kubitschek durante sua estada na capital também faz parte da exposição.
Ação paralela – No mesmo dia da inauguração da mostra, o Alto Comissariado das Nações Unidas (ACNUR) abre as portas para a divulgação da campanha Gracias, Equador. O lançamento faz parte do plano de proteção aos refugiados equatorianos.
O Equador abriga atualmente a maior população de refugiados da América Latina. De acordo com o ACNUR, são mais de 55 mil pessoas, principalmente de origem colombiana, que foram forçadas a abandonar seu país de origem devido a conflitos armados, perseguições e violações dos direitos humanos.
Flaac – O último dia da mostra, 14 de outubro, marca o início das comemorações do Festival Latino-americano e Africano de Arte e Cultura – Flaac 2012 (UnB).
A exposição é uma realização da Embaixada do Equador em parceria com o GDF, a Secretaria de Cultura, a Universidade de Brasília, o Flaac 2012 e o Museu Nacional.
Serviço:
Exposição Guayasamín – Continente Mestiço
Abertura: dia 10 de agosto às 19h
Visitação: de 11 de agosto a 14 de outubro, das 9h às 18h
Museu Nacional do Conjunto Cultural da República
Setor Cultural Sul Lote 2