31/08/2012 às 00:20

GDF realiza o maior mutirão de cirurgias da rede pública

 Serão atendidos mais de 16 mil pacientes.  Meta é zerar a fila de espera em diversas especialidades médicas e reduzir em até 70% a demanda por cirurgias como a vascular

Por Evelin Campos, da Agência Brasília


. Foto: Roberto Barroso

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, acompanhado da primeira-dama, Ilza Queiroz, e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lançou nesta quinta-feira o programa Saúde Para Todos. Ele realizará um mutirão de 16.632 cirurgias, além de consultas de especialidades e exames complementares.

O mutirão não vai alterar o fluxo de atendimento normal dos hospitais. De segunda a sexta-feira, ocorrerá em horários alternativos: entre 18h e 22h, para as consultas e, entre 19h e 1h nos centros cirúrgicos. Aos sábados e domingos, será o dia todo. O procedimento segue até junho de 2013.

A expectativa do governo é zerar a fila de espera em grande parte das especialidades com o mutirão, o maior já realizado na rede pública do DF. “Durante muito tempo, a saúde pública ficou sucateada e apenas cirurgias de emergência eram realizadas. Agora tomamos a iniciativa de enfrentar a fila de espera”, destacou Agnelo Queiroz, anunciando que ele fará algumas cirurgias. “O esforço é de todos os profissionais da rede. Essa é uma forma de  dar uma contribuição.”

O ministro Alexandre Padilha exaltou o empenho da atual gestão do GDF em oferecer à população saúde de qualidade. “O DF conseguiu realizar, em 2011, mais cirurgias do que em 2010, e agora está de parabéns por mais essa iniciativa”, elogiou o ministro.

Cerca de 2 mil profissionais estarão mobilizados no mutirão. Ele será realizado em toda a rede pública, que conta com 12 centros cirúrgicos e 48 salas de cirurgias instaladas nos 11 hospitais regionais e no Hospital de Base. Com a criação dos novos turnos de trabalho, haverá um aumento real de 90% na oferta de salas de cirurgia.

Qualidade de vida – Aos 55 anos de idade, Maria Waldez comemorou a iniciativa do mutirão. À espera de uma cirurgia vascular há três anos, a servidora pública conseguiu marcar a operação para a próxima quinta-feira (6), no Hospital Regional da Asa Norte. “Tenho dores, formigamento e coceira nas pernas, além do risco de desenvolver uma trombose. Agora esse incômodo vai acabar”, disse Maria Waldez.

Para ela, a ação significa melhoria da rede pública de saúde. “À medida que o governo realiza os mutirões, as demandas das pessoas são resolvidas e o atendimento nos hospitais fica mais fácil e rápido.”

De acordo com o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, a estratégia da atual gestão de recuperar o sistema público de saúde possibilitou a realização dos mutirões. “Reconstruímos a rede, contratamos profissionais e investimos em estrutura física. Quando assumimos, cerca de 30 salas de cirurgia estavam fechadas”, afirmou o secretário, que ressaltou ainda o esforço do GDF para  modernizar os hospitais e recompor o quadro de pessoal.

Parceria – O mutirão é uma ação integrada com o Ministério da Saúde. O investimento total nas cirurgias será de R$ 34 milhões, dos quais R$ 26,4 milhões do GDF e R$ 7,6 milhões do governo federal. Além das especialidades previstas pelo ministério – oftalmologia, urologia, ginecologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cirurgia geral e vascular –, foram incluídas, no DF, a cirurgia de trauma de face: ao todo, 126 pacientes serão beneficiados.

O ministro da Saúde destacou, ainda, ações e investimentos bem-sucedidos do GDF. “Dentro do SOS Emergências, iniciado nos principais prontos-socorros do país, o DF já alcançou resultados importantes. Entre eles, o aumento de 100% do número de macas no Hospital de Base e a reestruturação da unidade”, disse Padilha.

Esforço concentrado – O mutirão será apenas o início de um esforço integrado para regularizar a situação das cirurgias no DF. “Quem vai participar dos mutirões são pacientes que já têm indicação cirúrgica, solicitação de exames, e aguardam na fila. As demandas que surgem no dia a dia serão atendidas dentro do sistema normal do hospital, que continuará com as cirurgias marcadas e de emergência”, explicou Agnelo Queiroz.  

“Vamos operar até o último paciente. A partir daí as pessoas conseguirão operar rapidamente, sem necessidade de espera”, acrescentou o secretário de Saúde. “Este governo está fazendo uma gestão de qualidade em parceria com o Ministério da Saúde”, afirmou o diretor do Hospital de Base, Julival Ribeiro.