04/09/2012 às 17:03, atualizado em 12/05/2016 às 18:15

Reutilização de água na Ecoarena

Água da chuva será armazenada em reservatórios e usada para irrigação, vasos sanitários e para lavagem em geral

Por Lúria Rezende, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal

As obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha entraram em nova etapa. Quatro reservatórios para captação de água da chuva estão em fase de construção. Ela será armazenada nas cisternas e utilizada nos vasos sanitários, mictórios, irrigação e lavagem em geral. Cada uma delas terá a capacidade para guardar 350m³ (cúbicos), o equivalente a duas piscinas semiolímpicas.

O governador Agnelo Queiroz, e presidente do Comitê Organizador Brasília 2014, destacou que a iniciativa está plenamente de acordo com o projeto de sustentabilidade que orienta a concepção do estádio. “Essa ação mostra que seguimos o caminho certo. Decidimos construir uma arena verde, que segue os conceitos mais modernos de aproveitamento dos recursos naturais. Não é apenas uma obra, mas um legado para a capital do país”, afirma o governador.

Segundo o coordenador do Comitê Organizador Brasília 2014, Sérgio Graça, a água será captada pela cobertura e conduzida até o subsolo por meio de quatro canais. Depois de tratada nas cisternas, seguirá para as caixas de distribuição. De acordo com Graça, a implantação do sistema prevê uma economia de até 40%. “Vai depender do regime de utilização do estádio, mas podemos estimar uma duração de, aproximadamente, quatro meses de utilização dessa água.”

Selo de sustentabilidade – A iniciativa de reutilizar água pluvial está de acordo com as regras para a obtenção da certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida a construções sustentáveis e ambientalmente eficientes. Criado pelo U.S. Green Building Council, o certificado garante o selo de maior reconhecimento internacional e o mais utilizado em todo o mundo, inclusive no Brasil. A certificação também tem diferentes níveis de acordo com o desempenho do empreendimento, como Silver, Gold e Platinum.

São avaliados o consumo de energia, o reaproveitamento de água, o uso de materiais certificados ou reciclados na construção e no mobiliário, a localização do empreendimento e a baixa produção de resíduos, entre outros itens. O Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha é o único no mundo com chance de conseguir o Leed Platinum.

Iluminação – Outra proposta está em execução para a conquista do selo Platinum. Para economizar e otimizar a iluminação de algumas áreas do estádio, haverá a substituição de lâmpadas normais pela tecnologia LED (sigla em inglês para diodo emissor de luz). “Elas duram mais horas e pode-se gerar uma economia de até 20%”, disse Graça.

As lâmpadas possuem 8W de potência, 5.000K e mais de 95% de potência. Os benefícios ainda são a durabilidade, com cerca de 48 mil horas a mais que as incandescentes, e melhorias na luminosidade do ambiente.