23/09/2012 às 15:00, atualizado em 12/05/2016 às 17:49

Fiscalização e consciência no trânsito

Nesta Semana Nacional do Trânsito, a AGÊNCIA BRASÍLIA conversa com o diretor-geral do Detran-DF, José Alves Bezerra. Ele destaca as ações do órgão para tornar mais seguro o tráfego na capital

Por Suzano Almeida, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal

 Nesta Semana Nacional do Trânsito, a AGÊNCIA BRASÍLIA conversa com o diretor-geral do Detran-DF, José Alves Bezerra, que fala sobre as ações do departamento para tornar mais seguro o trânsito na capital federal

O Distrito Federal é uma das unidades da Federação com maior número de veículos por habitante. Para garantir bom trânsito, cumprimento das leis e segurança de condutores e pedestres, o Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) realiza ações de fiscalização e educação em toda a cidade. Esse trabalho tem apresentado resultados positivos, conforme demonstra pesquisa recente do órgão. Entre janeiro e agosto de 2012, por exemplo, foram registrados 275 óbitos no trânsito, enquanto no mesmo período do ano passado esse número chegou a 322. As mortes por atropelamento – 72 nos primeiros oito meses desse ano – apresentaram o menor índice desde 2000.

Que ações para melhorar a segurança no trânsito podemos destacar?

Nossos agentes fiscalizam constantemente as principais vias do DF para coibir o excesso de velocidade e dificultar que motoristas alcoolizados transitem pelas ruas. Essas ações ocorrem de forma itinerante para evitar que os motoristas saibam onde estão sendo feitas. Também promovemos campanhas educativas, com entrega de materiais e com artistas, que falam sobre os excessos ao volante e sobre o respeito às leis de trânsito.

O respeito à faixa de pedestres é uma conquista dos moradores do DF. O que é feito para manter essa situação?

Quando a campanha de respeito à faixa começou, em 1997, tínhamos cerca de 400 delas no DF. Hoje, são mais de 5 mil. Esse número aumentou muito e ficou mais difícil realizar campanhas em todas elas. Por isso, atualmente fazemos apenas nas principais passagens de pedestres e procuramos manter esse costume. Houve, ainda, aumento de população, e 85% dela respeitam a faixa.

Estudos recentes da Gerência de Estatística do Detran mostram que o número de mortes por atropelamento caiu. O que motivou essa redução?

Ainda consideramos o índice de atropelamentos muito alto. De janeiro a agosto do ano passado 100 pessoas perderam a vida. Este ano, no mesmo período, ocorreram 72 mortes, o menor índice desde 2000. Temos feito campanhas de educação e também fiscalizamos, em conjunto com outros órgãos. Esperamos que os índices continuem caindo.

Os dados também mostram que, até agosto, a maior parte dos acidentes ocorreu à noite e que a maioria dos acidentados eram idosos. Há alguma explicação para isso?

Podemos atribuir alguns desses acidentes a problemas com os próprios veículos. O horário também pode contribuir para a ocorrência desses acidentes, por causa do cansaço, abuso de álcool. No caso dos idosos, um complicador é a diminuição dos reflexos, decorrentes da idade, além de problemas de visão, entre outros motivos.

Quais as próximas ações programadas?

Iniciaremos, em outubro, uma nova campanha de respeito às faixas de pedestre, que se estenderá até dezembro. Três vezes por semana, faremos ações de conscientização nas passagens de pedestres mais movimentadas. Também daremos continuidade às atividades habituais, como as operações Lei Seca, Ressaca, Funil e Último Gole, além do trabalho de fiscalização.

Como são definidos a data e o tema da Semana Nacional de Trânsito?

A data e o tema são predeterminados democraticamente pelo Denatran [Departamento Nacional de Trânsito], em conjunto com órgãos de fiscalização de trânsito de todo o país. Este ano, o objetivo é conscientizar motoristas sobre o risco de não respeitar a velocidade. O Detran do DF tem bons números, especialmente por causa de operações como a Funil, da Secretaria de Segurança Pública do DF. Esse trabalho, capitaneado pelo Detran, polícia militar e outras forças que nos ajudam, realiza mobilizações itinerantes em busca de criminosos e veículos irregulares. Graças a ele, foi possível reduzir, de janeiro a agosto deste ano, o número de mortes no trânsito para 275, contra 322 óbitos em 2011. O número mais próximo foi em 2006, quando ocorreram 283 mortes.

Que ações ainda serão realizadas na Semana Nacional de Trânsito?

Até o próximo dia 25 estaremos com atividades no Pavilhão do Parque da Cidade: passeio motociclístico, palestras, peças teatrais e jogos. A novidade é que estamos sorteando um sobrevoo no helicóptero do Detran por dia, para que as pessoas conheçam a rotina do controle de tráfego.

A população tem comparecido? Qual a expectativa de público até o final das atividades?

Embora não tenha quantitativo da participação popular na Semana Nacional de Trânsito, posso afirmar que a expectativa está sendo superada. Muitos motociclistas têm ido ao Pavilhão para realizar, gratuitamente, revisão em suas motocicletas. Cerca de 500 crianças de escolas públicas e particulares têm participado de atividades. Oferecemos palestras com policiais e bombeiros militares, simulador de situações no trânsito e também mostramos como funcionam os equipamentos de segurança. Além de carros de drift e seus pilotos, que fazem parte da campanha “Lugar de Correr é no Autódromo”.