O Ambulatório de Ostomizados, do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), voltado para o tratamento de pacientes submetidos a cirurgias para construção de novos trajetos de eliminação de fezes e urina, presta atendimento a moradores de Santa Maria e do Entorno. Antes da implantação do serviço, em maio, os pacientes precisavam se deslocar para outras regionais em busca de assistência.
A ostomia, nome dado ao procedimento cirúrgico que cria um novo orifício externo de eliminação, exige que o paciente passe por um processo de redescoberta, relacionado a um novo estilo de vida. Por isso, a necessidade da criação de um serviço específico para auxiliar e acompanhar o processo de readaptação de pacientes com o objetivo de elevar a qualidade de vida e minimizar os impactos negativos na vida dos ostomizados.
De acordo com a enfermeira-chefe do ambulatório do HRSM, Ana Angélica Barbosa, muitos pacientes são jovens feridos com faca ou armas de fogo na região abdominal que perdem parte do intestino. “Esses jovens ficam muito abalados, porque o fato de terem que usar uma bolsa para coleta de excrementos afeta muito a vida social e sexual deles”, revela a enfermeira. Segundo ela, justamente por isso são necessárias ações especificas como palestras e acompanhamento com psicólogos e psiquiatras.
No ambulatório os pacientes são orientados também sobre os cuidados que precisam ter com a bolsa de colostomia e a forma correta de trocá-la mediante boas práticas de autocuidado. Ana Angélica explica ainda que, em muitos casos, o uso dessas bolsas é temporário. Segundo ela, de acordo com o grau da lesão sofrida pelo paciente, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal oferece cirurgias reparadoras para a reconstrução do órgão.
Os pacientes ostomizados que precisarem de assistência em Santa Maria deverão ser encaminhados pelos centros de saúde ou setores do próprio HRSM para receberem atendimento. O serviço é oferecido a partir de um agendamento feito pelo próprio o paciente no ambulatório do HRSM, mediante a apresentação de encaminhamento médico e documentos pessoais.
A medida é reflexo da proposta para regulamentação da implantação de serviços de atenção à saúde das pessoas ostomizadas, aprovada em 2007 pelo Conselho Nacional de Saúde, após intensa mobilização da sociedade organizada, com destaque para as associações de ostomizados, espalhadas por todo Brasil.
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