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31/10/2012 às 17:17
Percentual de 11,9% em setembro de 2012 é o menor desde o início da série histórica, em 1992. Programas de capacitação profissional, em especial o Qualificopa, estão entre os responsáveis pela ocupação de 8 mil postos no mês
Pouco mais de um mês após concluir o curso de telemarketing da 4ª turma do Qualificopa, o programa do DF de capacitação profissional, Samya Silva, de 21 anos, foi contratada por uma empresa do ramo. Ela está entre as 8 mil pessoas inseridas no mercado de trabalho no mês de setembro, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do período, divulgada nesta quarta-feira (31).
A taxa de desemprego total no DF passou de 12,6% em agosto para 11,9% em setembro – a menor da série histórica, iniciada em 1992. A população desempregada caiu de 183 mil para 173 mil. A Indústria de Transformação foi a que mais gerou oportunidades, nos setores de bebidas, tecelagem, vestuário e acessórios, gráfico, farmacêutico e de bens de capital, totalizando 5 mil vagas. Em segundo lugar, o Comércio e Reparação de Veículos gerou 4 mil postos.
O número de ocupados atingiu a marca de 1,278 milhão. Segundo o secretário de Trabalho, Renato Andrade, a promoção de programas de capacitação profissional tem contribuído consideravelmente para o aumento do nível de ocupação. “A meta é alfabetizar, qualificar e inserir no mercado de trabalho. Além de firmar parcerias com diversas secretarias e órgãos de governo, fazemos a busca ativa das pessoas que precisam de qualificação”, explicou.
“Dentre os muitos programas do governo, destacamos o Qualificopa, que prevê que pelo menos 20% dos alunos sejam encaminhados para empresas”, acrescentou o secretário. Renato Andrade lembrou ainda que a realização da Copa das Confederações, em junho de 2013, promete trazer muitas oportunidades de emprego para os brasilienses em todos os setores. “É preciso que essas pessoas se qualifiquem”, recomendou.
Leia mais sobre empregabilidade do Qualificopa aqui.
De acordo com o presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Júlio Miragaya, as perspectivas são de resultados ainda melhores para o último trimestre do ano, com as contratações temporárias. A pesquisa é resultado de parceria entre a Secretaria de Trabalho, a Codeplan e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Mercado de trabalho – Ao mesmo tempo em que o nível ocupacional registrou aumento, houve redução de 2 mil pessoas na população economicamente ativa, que é a mão de obra disponível no setor produtivo. Em setembro de 1992, esse contingente era de 739 mil pessoas. Depois de 20 anos e com quase o dobro do valor (1,451 milhão), o cenário é de aumento no número de empregos, com a menor taxa de desemprego da série.
De acordo com o gerente de Base de Dados do Dieese, Jusçânio de Souza, as melhorias no mercado de trabalho e na qualidade de vida possibilitaram a saída de menores de idade, donas de casa e idosos do mercado de trabalho. “Atualmente políticas públicas dão condições para que pessoas que estavam na população economicamente ativa não por opção, mas para agregar renda, não tenham essa necessidade”, afirmou.
Na comparação com setembro de 2011, o tempo médio de procura por trabalho diminuiu uma semana, passando de 43 para 42 semanas. O número de assalariados com carteira assinada aumentou 1,3%, e o de sem carteira assinada, 3%. Com a criação de novas vagas, houve redução do trabalho precário (os chamados ‘bicos’) e do desalento (procura frustrada por emprego).
Estabilidade e queda – Em setembro, a Construção Civil permaneceu estável, com a criação de mil postos de trabalho. O tempo necessário para a liberação de licenças para as obras é o principal motivo para a estagnação, segundo o secretário de Trabalho. Já o setor de Serviços teve queda de 0,3%. Ainda assim, o setor responde por 70% das ocupações no DF.
O setor da Administração Pública, Defesa e Seguridade Social apresentou leve variação positiva, com 2 mil novos postos. O estudo também indicou queda no rendimento médio dos ocupados (-1,1%) e dos assalariados (-2,9%). Segundo Júlio Miragaya, a queda geral é puxada pelo setor público, que é muito representativo no DF. “Existe a questão dos salários congelados e da saída de aposentados para entrada de novos servidores, com vencimentos menores”, justificou. “O aquecimento da indústria e dos serviços é um bom caminho para que a redução do desemprego continue”, afirmou.