02/11/2012 às 15:02, atualizado em 12/05/2016 às 17:54

Candangolândia comemora seu 56º aniversário

Celebração inclui shows e atividades esportivas

Por Lúria Rezende, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal

Reduto de muitos pioneiros de Brasília, a Candangolândia completa neste sábado (3) o seu 56º aniversário com show do Projeto Rádio Feira, às 10h, na Feira Permanente. Além das comemorações que envolvem atividades culturais ao longo do mês de novembro, a cidade, que abriga 20 mil habitantes – muitos deles trabalharam na construção da capital federal – também celebra a inauguração do Complexo Esportivo. A festa segue até o dia 29 (veja a programação abaixo).

Segundo o administrador Regional da Candangolândia, João Hermeto de Oliveira Neto, o Complexo Esportivo é o maior presente do GDF para a cidade. A estrutura abrigará campo de futebol semioficial com refletores, dois vestiários, tribuna de honra e arquibancadas para receber até 1,5 mil pessoas. Hermeto ressalta que a área é privilegiada, na entrada Sul da cidade. “Ela estava esquecida há muito tempo. Diariamente, 120 mil carros passam por lá.”

Além do campo de futebol, o complexo também terá uma pista de caminhada aberta para os moradores. “Houve um cuidado de fazer este caminho para que as pessoas pudessem se sentir seguras, sem exposição ao trânsito e nem à possível violência”, salienta Hermeto. Outra melhoria é o projeto do calçadão que liga a Candangolândia ao ParkShopping.

Educação e lazer – Em outubro passado, os moradores da cidade receberam a reforma da Biblioteca da Candangolândia, resultado de parceria entre a administração local e uma empresa de venda de combustíveis, responsável pelo projeto Bibliotecas Casas do Saber, que em cinco anos já reformou e equipou 106 bibliotecas.

A nova biblioteca conta com acervo de mais de 14 mil livros e pode abrigar, nos três turnos, 300 pessoas por dia. A Biblioteca da Candangolândia fica aberta de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h, e aos sábados, das 7h às 12h.

Oscar Niemeyer também deixou sua assinatura na Candangolândia. É dele o projeto do Centro de Ensino Médio 1 Júlia Kubitschek. Construída em 1957, com estrutura de madeira, a antiga escola foi demolida em 1989 para a criação de um campo de futebol.

Hoje, a unidade funciona em novo prédio, com área construída de 3.740 m². A estrutura tem 18 salas de aula e capacidade para 2,4 mil alunos, quadra poliesportiva, biblioteca, laboratórios de física, química, artes, biologia e sala de vídeo.

As amigas Laina Iorrane, Vanessa Soares e Stephane Rodrigues, todas com 13 anos, estudam na nova escola. “A gente tinha que ir para o Núcleo Bandeirante para estudar. Hoje, podemos ir andando, já que a escola fica perto de casa”, conta Vanessa.

As três estão no sétimo ano e praticam vôlei gratuitamente nas manhãs de segunda, quarta e sexta-feira, na Praça do Bosque. O local está sendo preservado e aguarda definição do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) quanto ao tombamento. A Praça do Bosque possui estrutura de um clube aberto aos moradores da Candangolândia, com parquinho, quadras esportivas, ginásio coberto, churrasqueiras, equipamentos de ginástica, pista de skate, etc. “É o nosso lugar preferido para encontrar os amigos e fazer esporte”, afirma Stephane.

Projeto social – Um galpão, um tatame, algumas luvas de boxe e muito improviso. É assim que Wilson Nogueira faz para conseguir atender os duzentos alunos que frequentam, de segunda a sábado, o centro esportivo ao lado da administração. Campeão de títulos nacionais de artes marciais, o lutador já foi morador de rua, mas hoje é ele quem tira pessoas de lá. Wilson Nogueira desenvolveu na cidade um projeto esportivo que integra lutas como judô, jiu-jitsu, muay thai, boxe e MMA.

“É muito gratificante para mim, ver todas essas pessoas dedicadas ao esporte. A equipe da família Grace me tirou das ruas, e hoje eu não quero que qualquer aluno meu passe pelo que passei quando usei drogas e fiquei perdido”, pondera Wilson.

O idealizador da prática esportiva local conta com a colaboração de mais quatro professores, todos voluntários. “O problema é o material. Muita coisa que está aqui foi comprada com verba própria. Muitos desses meninos não têm short de luta ou quimono”, acrescenta. Entidades ou interessados em colaborar com o projeto podem entrar em contato com o professor pelo telefone: 8636-8857.

Turismo – No dia 17 de outubro, a administração entregou a reforma do primeiro Cofre Público de Brasília, inaugurado em 1957. A estrutura, que guardava os envelopes com o pagamento dos operários que construíram a nova capital, estava abandonada há mais de 20 anos. “Transformamos esse local em ponto de visitação turística, onde as pessoas poderão conhecer um pouco da história de Brasília”, destacou João Hermeto de Oliveira Neto.

O cofre fica aberto para visitação, de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h e, aos sábados, das 7h às 12h. Até dezembro, ele abrigará a exposição Brasília de Madeira, com registros do início da construção da capital e das primeiras estruturas físicas erguidas.

História – A área da Candangolândia foi utilizada para abrigar as famílias dos operários que trabalharam na construção de Brasília. Após a inauguração da capital federal, muitos se mudaram. Uma parcela permaneceu na Candangolândia, resguardando a memória do acampamento pioneiro. A cidade foi fundada em 3 de novembro de 1956 e se tornou região administrativa em 1994.

Veja a programação completa

01out2012 programacao anivcandangolandia