07/11/2012 às 16:04

Pacientes crônicos passam a ter UTI em casa

Pessoas internadas nas Unidades de Terapia Intensiva poderão receber assistência médica em casa com estrutura completa e equipe multidisciplinar

Por Da Redação, com informações da Secretaria de Saúde


. Foto: Renato Araújo/SES-DF

 O Governo do Distrito Federal passa a oferecer, a partir desta quarta-feira (7), o serviço de Home Care – internação domiciliar para pacientes de alta complexidade. Em Brasília, 40 pacientes crônicos serão transferidos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de vários hospitais para suas residências, onde receberão assistência médica de qualidade. A iniciativa é pioneira no setor público.

Segundo o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, o serviço vai humanizar o atendimento e ampliar a capacidade do tratamento de alta complexidade. “A ação faz parte do planejamento para ampliar o número de leitos de UTI”, explica. A empresa responsável por fornecer a internação domiciliar é a Medilar, de São Paulo, selecionada por meio de licitação.

Além de favorecer as famílias e os pacientes, a mudança vai proporcionar economia aos cofres públicos. Cada paciente internado em UTI tem um custo médio de R$ 3 mil por dia. Já a diária do serviço de Home Care custa cerca de R$ 1,2 mil. Apenas com a transferência dos 40 pacientes, o governo vai economizar R$ 72 mil por dia.

Beneficiados – A princípio, serão favorecidos 18 pacientes que possuem alguma doença ou problema de saúde que exige o uso de aparelhos para respirar. Alguns exemplos são os casos de esclerose lateral amiotrófica, atrofia muscular espinal infantil tipo I, doença do neurônio motor, paralisia cerebral quadriplégica espástica e distrofia muscular.

Com o novo serviço, a Secretaria de Saúde pretende suspender os contratos que garantem a internação domiciliar de alta complexidade de oito pacientes. Eles garantiram esse benefício por meio de decisão judicial. “Vamos analisar cada caso e ver como será feita essa transição”, informa o subsecretário de Atenção à Saúde, Roberto Bittencourt.

A primeira paciente beneficiada será Raphaela dos Santos, de 9 anos, internada há um ano e dez meses na UTI do Hospital Regional de Santa Maria. A criança, que possui uma síndrome não especificada, sofreu uma parada cardíaca e, desde então, respira com ajuda de aparelho. O serviço era um anseio da família, que vive em Brazlândia. “Está tudo pronto em casa, só falta ela”, diz Suelen dos Santos, irmã da paciente.

Como funciona – Para ser incluído no Serviço de Atenção Domiciliar de Alta Complexidade, o paciente que depende de ventilação mecânica deve ser classificado pela equipe médica como de alta complexidade. A indicação é feita após avaliação de diagnóstico, condições clínicas e necessidades quanto ao uso de aparelhos e cuidados intensivos de enfermagem.

Além disso, o paciente precisa morar no DF, em residência que ofereça condições adequadas à assistência domiciliar. A família deve assinar um termo de autorização. Aos contemplados, são garantidos equipamentos, medicamentos, dietas, tratamentos, exames e recursos necessários ao atendimento em casa.

A internação domiciliar inclui atendimento individualizado e humanizado, 24 horas por dia. “O atendimento abrange desde ações simples, como curativos e aplicação de medicamentos, até procedimentos mais complexos, como ventilação mecânica”, afirma o gerente de Assistência Intensiva, Rubens Antônio Ribeiro.

A equipe multidisciplinar de saúde é formada por médico, enfermeiro, nutricionista e fisioterapeuta. Um técnico de enfermagem fica disponível 24 horas por dia e é responsável pelo manuseio dos equipamentos. Os pacientes recebem assistência em casa enquanto for necessário. O serviço só será suspenso para quem apresentar melhora clínica e puder dispensar a ventilação mecânica, for internado, ou, ainda, a pedido da família.

O serviço – Modalidade de assistência disponível em vários países, o Home Care reduz as internações hospitalares prolongadas. Entre os fatores que contribuem para o aumento da oferta do serviço estão o envelhecimento da população, o surgimento de mais casos de doença crônica, o aumento das demandas por serviços de saúde e a necessidade de redução de custos e de mais humanização no atendimento.