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11/11/2012 às 14:21
Em entrevista à AGÊNCIA BRASÍLIA, secretário de Trabalho, Renato Andrade, destaca os avanços do programa de qualificação do GDF, o Qualificopa, e das demais iniciativas da pasta
Ao encerrar o ano com quase 6 mil pessoas formadas pelo programa Qualificopa, o GDF, por meio da Secretaria de Trabalho, reforça a meta de qualificar 27 mil pessoas até 2014. Com a absorção de quase 100% da última turma formada em telemarketing pelo mercado de trabalho, o programa segue com alta inserção de formandos nos empregos formais disponíveis no DF. Para o secretário de Trabalho, Renato Andrade, a comprovação da eficiência do programa é apontada na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada no dia em 31 outubro. O estudo mostra que 8 mil pessoas foram inseridas no mercado de trabalho em setembro.
Em entrevista à AGÊNCIA BRASÍLIA, o secretário de Trabalho destaca os cursos que tiveram maiores índices de absorção de pessoal no mercado de trabalho. Andrade detalha ainda a reforma, em 2013, das Agências do Trabalhador, que passarão por uma reestruturação na parte física e de funcionamento. De acordo com o secretário, atualmente, a média de colocação no mercado de trabalho das pessoas que procuram as Agências do Trabalhador é de 20%. A meta do GDF é elevar essa porcentagem para 60%.
Ele fala também dos cursos de capacitação oferecidos pelo GDF à população, além de uma linha de crédito que incentiva empreendedores de baixa renda, informais e formais das áreas urbanas e rurais, o Prospera.
Faça um balanço do programa Qualificopa. Até o final do ano quantas pessoas terão se formado pelo programa?
As inscrições para esse ano já estão encerradas. A última formatura, da sexta turma, está marcada para 22 de dezembro, e o total de qualificados chegará a quase 6 mil. Hoje, contamos com 4,5 mil pessoas qualificadas no programa. A nossa meta é qualificar 27 mil pessoas até 2014. O grande problema no Distrito Federal sempre foi a qualificação profissional. E é isso que a atual gestão está fazendo: qualificando e oferecendo oportunidade de ingresso no mercado de trabalho.
Qual é o índice de absorção no mercado de trabalho da mão de obra formada no Qualificopa?
Varia de acordo com cada curso. Quase 100% dos alunos do curso de telemarketing estão inseridos no mercado de trabalho. O índice de alunos contratados pela rede de hotelaria varia de 50% a 80%. Fizemos um acordo com a empresa responsável pela qualificação dos alunos para que ela contratasse 30% dos formados pelo programa. Em alguns cursos chegamos a quase 100%. As áreas que mais empregam são telemarketing, camareiro e garçom. Na primeira turma de supervisor de hospedagem, mais de 50% dos alunos estão no mercado de trabalho. Na segunda turma, foram os cursos de supervisor de hospedagem e camareira que atingiram 40% do número de alunos absorvidos no mercado de trabalho. Na terceira turma, foram os garçons, com 58%, e camareira com 42%. Na terceira turma, foram 53% no telemarketing, e na quarta turma, 100%, além de operador de caixa e garçom, ambos como 90%.
De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada em 31 outubro, 8 mil pessoas foram inseridas no mercado de trabalho no mês de setembro. Como o senhor avalia esse desempenho?
Acho que não só o Qualificopa, mas todos os nossos programas de capacitação profissional têm contribuído muito para o aumento desse nível de ocupação. Nessa mesma pesquisa, é importante destacar que o DF teve a menor taxa de desemprego registrada nos meses de setembro desde 1992. Em agosto eram 183 mil desempregados, e em setembro foram 173 mil. A tendência, daqui para frente, é que esse número caia ainda mais, porque as contratações de final de ano aquecem a economia. Além disso, a pesquisa mostrou uma redução no tempo de procura por emprego. Antes a pessoa passava uma média de 43 semanas procurando emprego, e agora esse número caiu para 42 semanas. Isso quer dizer que quem está procurando emprego está achando.
Qual outro programa de qualificação profissional do GDF , na sua opinião, contribuiu com mão de obra qualificada no mercado de trabalho? Há outros projetos para o futuro?
No programa +Autonomia, por exemplo, já qualificamos 1000 pessoas. Encerramos as inscrições este ano para recomeçar em janeiro de 2013. Quanto a outros projetos para 2013, tivemos um pedido do Sindicato dos Farmacêuticos para qualificar 3 mil pessoas. Há também outro projeto voltado para a Copa do Mundo de 2014. A FIFA exigiu que a segurança fosse particular, e, por isso, junto ao Sindicato dos Vigilantes, prepararemos pelo menos três mil trabalhadores para atuarem no mercado de trabalho até 2014. Temos planos para outro projeto de qualificação de trabalhadores para atuar na Cidade Digital. O curso de farmacêutico deve começar no início do ano de 2013. Estamos ajustando o dos vigilantes com a Secretaria de Educação, porque ela vai oferecer alguns profissionais do Centro Integrado de Línguas. Ambos os cursos começarão antes de março. Já os cursos da Cidade Digital ficarão para o segundo semestre de 2013.
Quais outros projetos integram o planejamento da Secretaria de Trabalho?
A nossa secretaria é uma das poucas que têm o planejamento estratégico pronto até 2005. Toda segunda-feira temos uma reunião na qual traçamos todas as nossas metas semanais e mensais. Também temos metas para 2013 e 2014 que vão durar aí pelo menos mais quatro anos, independentemente de o nosso governo continuar ou não. Vamos, portanto, deixar uma sequência de ações em andamento. Também estamos dando valor ao servidor efetivo, pois é ele quem sempre levará adiante os trabalhos da secretaria. Queremos profissionalizar o pessoal da própria secretaria. O nosso público é muito específico. Precisamos dar o melhor tratamento para o nosso cliente, o desempregado que precisa de qualificação para entrar no mercado de trabalho.
As 18 Agências do Trabalhador vão passar por reformas, não?
Nós vamos dar uma roupagem nova às Agências do Trabalhador. Reinauguraremos uma por mês a partir de fevereiro e treinaremos o pessoal que ali atende. Cada servidor terá um uniforme de acordo com a função exercida. Em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego teremos uma agência modelo. Vamos instituir senhas, local de espera e uma prestação de contas diária em relação ao contato entre trabalhador empregador. A inserção das pessoas no mercado de trabalho tem que acontecer diariamente. Mas não vamos dar apenas uma roupagem, vai ser uma mudança radical nas agências do trabalhador, na estrutura física, de pessoal e de relacionamento do trabalhador com o empregador. Hoje o índice de contratação das pessoas que procuram a Agência do Trabalhador é de 20%. Precisamos elevar isso aí, no mínimo, para 60%. Essa é a meta, além da modernização completa das agencias com equipamentos de informática.
O GDF tem ainda um programa de empréstimo ao empreendedor de baixa renda, o Prospera. Como funciona essa iniciativa?
O Prospera é a menina dos olhos do governador Agnelo Queiroz. Esse programa foi reestruturado no início da atual gestão. Antes se emprestava, mas não se recebia esse dinheiro de volta. Recuperamos recursos que estavam praticamente perdidos. Negativamos quem não pagou e estamos responsabilizando quem não cumpriu o programa nos termos da lei.Mais do que isso, em parceria como o Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas], queremos ensinar ao beneficiário do programa como empregar esses recursos. Então, a secretaria empresta, via BRB [Banco de Brasília] a quem tem a vocação para o pequeno negócio, ou quer começar o seu empreendimento. Até nisso houve essa mudança. Isso é o que garante que vamos emprestar, mas vamos receber também. Todas as quintas e sextas, algumas cidades recebem as nossas equipes para falar sobre o Prospera.
O senhor foi empossado na secretaria em 19 de setembro deste ano. Mesmo com pouco tempo na pasta, qual avaliação o senhor faz da secretaria?
Eu sou um admirador do governador Agnelo Queiroz pela humildade, competência e pela maneira com que trabalha. Ele dá oportunidades para que todos possam apresentar os resultados do seu trabalho. Isso não foi diferente quando passei pela Secretaria do Entorno. Agora, apesar do pouco tempo, queremos fazer com que a Secretaria do Trabalho seja uma pasta com ações efetiva e com profissionais preparados para prestar o melhor serviço à população.