03/12/2012 às 19:53, atualizado em 12/05/2016 às 17:54

Polícia Militar do DF adota tecnologia inédita no Brasil

Há uma semana, homens da Rotam testam o uso de microcâmeras nos uniformes para registrar as apreensões. Estratégia do Distrito Federal é pioneira

Por Leandro Cipriano, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal

A tecnologia se torna mais uma vez aliada da segurança pública do Distrito Federal. Desde 26 de novembro, os policiais militares das Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam) utilizam microcâmeras de vigilância instaladas nos uniformes, para gravar o que ocorre nas apreensões de alto risco. A polícia de Brasília é a primeira do país a adotar a tecnologia.
 

As câmeras podem ser instaladas de 12 formas distintas no uniforme dos oficiais, ajustadas em capacetes, bonés, ombreiras ou óculos, com capacidade de registrar tudo o que o policial vê e faz. “A Segurança Pública é uma área fundamental no Distrito Federal, e a Polícia Militar precisa estar bem equipada no combate à criminalidade. Uma das tarefas do governo é proporcionar os equipamentos para auxiliar os oficiais”, destacou o governador Agnelo Queiroz.
 

A nova forma de vigilância oferece mais segurança ao trabalho dos militares. “A partir de agora teremos provas detalhadas de tudo o que ocorrerá nas apreensões”, afirmou o coronel Leonardo Sant’anna, comandante da Rotam em Brasília. As câmeras já são utilizadas pelas polícias de 200 cidades norte-americanas. O uso do equipamento se espalhou pelos Estados Unidos após a experiência iniciada em Salt Lake City (EUA).
 

Gerenciamento – Atualmente, os 200 policiais da Rotam têm à disposição 18 equipamentos, cada um incluindo microcâmeras, assessórios e um smartphone. A tecnologia é revezada pelos policiais durante as apreensões de alto risco, e conta também com um sistema de gerenciamento de imagens, que conecta pela internet tudo o que foi registrado.
 

Durante as apreensões, é comum que os envolvidos contestem as informações da polícia, principalmente em relação à origem de objetos apreendidos. Nessas situações, os policiais respondem a inquéritos e arcam com as despesas dos advogados. Com a novidade, as ocorrências podem ser organizadas on-line. Também é possível gerenciar tudo que foi gravado, como o rosto dos suspeitos, e adicionar a um banco de dados.
 

“Em muitos casos, os criminosos são reincidentes e sabem como manipular a Justiça. Com esse instrumento, podemos comprovar as nossas ações e mostrar à população que desenvolvemos um trabalho sério e dentro da lei”, explicou o coronel Leonardo Sant’anna. A Rotam é responsável por fazer o patrulhamento especializado no Distrito Federal, com policiais treinados para obter mais informações durante as rondas.
 

Treinamento – O coronel Sant’anna revela que foi necessário um ano e meio de pesquisas até o material ser trazido dos EUA para Brasília. “Fizemos o treinamento nos Estados Unidos. Agora, estamos fazendo os treinamentos necessários aqui, que poderão ser interessantes para outros órgãos, como Detran e Polícia Civil”, disse. Até o final de dezembro a Rotam deverá apresentar um relatório técnico sobre a qualidade dos equipamentos. A proposta é oferecer o recurso a todos os oficiais.