15/12/2012 às 10:06, atualizado em 12/05/2016 às 17:54

Economia e preservação ambiental no zoo

Aniversário de 55 anos do Jardim Zoológico de Brasília é marcado pelo sucesso administrativo e pelo trabalho social da instituição

Por Suzano Almeida, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal

Inaugurado antes mesmo de Brasília, o Jardim Zoológico, fundado em 6 de dezembro de 1957, comemora 55 anos. A programação marcada para este domingo (16) inclui tendas culturais, com teatro de fantoches, exibição de vídeos educativos, entre outras atrações. O zoo funcionará normalmente das 9h às 17h. A programação ocorrerá das 10h às 16h. De acordo com a direção do zoo, aproximadamente 1 milhão de visitantes têm a oportunidade de conhecer cerca de 1.250 animais, plantas nativas do Cerrado, além de aproveitar, com conforto e segurança, das áreas para prática esportiva e parques infantis.

Mas essa não era a realidade de há quase dois anos. A estrutura sofria com a falta de manutenção, e gastos que impossibilitavam uma gestão qualificada. Hoje, além da recuperação física e administrativa, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB) mantém programas sociais, como recuperação de jovens infratores e preservação do meio ambiente, o que gerou benefícios para a natureza e para os cofres da instituição.
 

“Quando recebemos o zoo, ele se encontrava em situação deplorável, sem ações estruturantes. O zoológico tem a missão de trabalhar com a educação e conservação ambiental, além de proporcionar lazer às pessoas”, afirmou o diretor-presidente da FJZB, José Belarmino da Gama Filho.
 

Um dos primeiros passos para a recuperação da estrutura foi a reforma do hospital veterinário, que ganhou novos e modernos equipamentos de cirurgia com imagem, raios X e ultrassom. Também foi reativado o laboratório, que passou a realizar 80% dos exames e reduziu os gastos do setor de R$ 20 mil por mês para apenas R$ 4 mil.
 

Proteção do meio ambiente e economia – As mudanças na atuação administrativa foram ainda mais longe. Entre os problemas encontrados estavam o alto custo da conta de água, que, ao final de 2010, chegou a R$ 1.024.334,00. Para aperfeiçoar a utilização da água e reduzir essa despesa, a administração do Jardim Zoológico criou o programa Zoo Ambiental, que prevê a gestão inteligente de recursos hídricos. A medida produziu resultados: ao final de 2011, a conta baixou para R$ 787.519,36. Em 2012, já somado o mês de dezembro, o total a ser pago chegou a pouco mais de R$ 23 mil.
 

“Não inventamos a roda, apenas tomamos medidas simples, como fechar o registro da Caesb. O zoológico possui cisternas e poços artesianos de onde podemos retirar água utilizada. Tanto a do registro quanto a dos poços iam pelo ralo”, explicou o chefe da Unidade de Programas e Projetos do Zoológico de Brasília, Raimundo Pereira Barbosa. Com a redução dessa despesa, foi possível reinvestir o valor economizado em outras áreas, melhorando os serviços e as instalações do zoo.
 

As medidas fazem parte da Agenda Ambiental assumida pelo Governo do Distrital Federal. “O próximo passo será um programa que também ajude a economizar o consumo de energia elétrica e de papel”, anuncia.
 

Projetos sociais – Desde o início de 2012, a FJZB mantém o Projeto Zoo Ressocialização, que já recebeu 50 jovens em conflito com a lei para cumprirem medidas socioeducativas. No zoo, eles realizam trabalhos como a limpeza de recintos e cuidam dos animais, além de trabalharem como guias de grupos escolares.
 

“A cada edição, são selecionados dez jovens que cometeram pequenas infrações e precisam prestar contas à Justiça. O projeto não possui desistências, já que os jovens querem permanecer”, afirma o coordenador do projeto Zoo Ressocialização, José Vieira da Silva. “Estamos estudando uma alternativa para o pós-ressocialização. Queremos que eles fiquem aqui, e já temos novo projeto pronto, para transformá-los em jovens aprendizes”.
 

José Vieira acredita que trocar serviços pelas penas beneficia os jovens que trabalham no local. “Eles entram devendo a sociedade e saem no lucro”. Segundo o coordenador, os jovens que passam pela ressocialização dificilmente voltam ao mundo do crime e procuram alternativas que lhes permitam buscar novos rumos. “A informação tende a mudar a vida deles.”
 

No próximo dia 19, a turma que está prestando serviço no zoo vai se despedir. Para marcar a passagem deles pelo local, a coordenação realizará o plantio de árvores no Jardim Zoológico.
 

Outros projetos – A FJZB mantém ainda o projeto Zoo Toque, que proporciona a crianças cegas contato com os bichos. “Elas saem daqui com outras percepções do mundo a sua volta, o que nos emociona muito”, disse José Vieira da Silva. O diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB), José Belarmino, explica que o zoológico está sendo adaptado para que pessoas com necessidades especiais possam ter acesso como todos os outros visitantes.
 

Ainda há o Zoo Vai a Escola, que leva projetos científicos de preservação do meio ambiente às salas de aulas do DF. Posteriormente, o Jardim Zoológico receberá a visita de alunos dessas escolas. O projeto deverá se estender à criação do Zoo Ciência, que escolherá estudantes para participar de experiências dentro da instituição.