18/12/2012 às 18:11, atualizado em 12/05/2016 às 17:54

Restaurantes comunitários têm avaliação positiva

Dados apresentados mostram satisfação dos frequentadores e apontam caminhos para realização de melhorias na Política de Segurança Alimentar

Por Suzano Almeida, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura

Preço baixo e qualidade da alimentação são os principais atrativos dos 13 restaurantes comunitários em funcionamento no Distrito Federal. É o que demonstra a primeira etapa da Pesquisa de Identificação e Percepção dos Usuários dos Restaurantes Comunitários do DF. O levantamento, realizado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), foi divulgado nesta terça-feira (18) e apresentou dados sobre o perfil dos usuários e dos serviços prestados. Foram entrevistadas 4.900 pessoas, entre os dias 20 de agosto e 28 de setembro deste ano, nos 13 restaurantes comunitários (RCs). Em 2012, as unidades serviram 10,2 milhões de refeições, cerca de 35 mil por dia.
 

O levantamento permitirá aperfeiçoar o modelo de política de segurança alimentar adotado pelo GDF. A pesquisa abordou consumidores que estavam frequentando os restaurantes comunitários há pelo menos uma semana. A segunda etapa do estudo detalhará o perfil de cada unidade e será apresentada em fevereiro de 2013.
 

De acordo com a pesquisa, mais da metade da clientela é formada por pessoas residentes na própria cidade onde se localiza o restaurante comunitário, com exeção da Estrutural, onde 48,1% são residentes. A pesquisa também revela que 36,5% dos usuários possuem renda familiar de  até meio salário-mínimo por pessoa; 8,4% estão na faixa da pobreza (recebem até R$ 140 mensais), e 1,6% é considerado em situação de extrema pobreza (até R$ 70 por mês).
 

“Nosso objetivo é aprimorar a política pública de segurança alimentar. Essa é uma validação do que estamos fazendo nesta e em outras áreas. Estamos realizando reformas estruturais e estudos para que possamos ampliar o serviço”, considerou o secretário de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, Daniel Seidel.
 

Para 78,6% dos entrevistados, o preço da refeição, R$ 1, é o principal motivo que os leva aos restaurantes comunitários. A qualidade da alimentação atrai 72,7% dos usuários, enquanto 51,9% dos frequentadores procuram os restaurantes comunitários por causa da oferta de alimentação saudável. Já para 36,7% dos consumidores, a proximidade do trabalho ou da residência é a principal vantagem dos restaurantes.
 

Os dados também mostram que aproximadamente 60% das pessoas consomem o alimento nos próprios restaurantes; 16% levam marmita – cada pessoa pode comprar até duas –, e outras 24% se alimentam no local e também compram a marmita. Dessas, 52% levam para familiares; 39,6% preferem comer em casa, e 28,3% levam para o jantar.
 

Quantidade e qualidade – Em média, quem frequenta os restaurantes costuma fazer, por semana, 3,6 refeições no local e outras 2,6 refeições diárias fora dali. Mais de 70% dos entrevistados acham adequada a quantidade de alimento servido, à exceção da carne, considerada suficiente por 62,2% dos usuários. O diretor de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan, Osvaldo Russo, justifica que o percentual, um pouco abaixo das demais médias, pode estar ligada ao fato de que 67,5% dos frequentadores são homens, que normalmente consomem mais carne dos que os demais itens servidos.
 

Segundo a amostra, 47,8% dos consumidores classificam o sabor dos alimentos como bom, 48,8% o acham regular, e 3,4% o consideram ruim. Entre os quesitos avaliados, o item refeição saudável teve 58,6% de avaliações positivas, numa relação que incluiu sabor, atendimento, ambientação e higiene.
 

Perguntados se realizariam outras refeições, caso fossem oferecidas pelos RCs, 29,2% dos entrevistados responderam que jantariam; 24,7% tomariam o café da manhã, e 20,1% fariam as duas refeições.
 

Daniel Seidel diz que a secretaria estuda o fornecimento de outras refeições, mas que a atual estrutura não comportaria novos turnos de trabalho. Ele explicou que os restaurantes começam a funcionar muito cedo e não têm espaço físico para o trabalho simultâneo de equipe mais numerosa.
 

O levantamento também mostrou que a média de idade dos frequentadores é de 43 anos. Entre as principais ocupações, destacam-se assalariados com carteira assinada (34,1%), autônomos com conta bancária própria (23,1%) e aposentados e pensionistas (16,6%).
 

Melhorias – Os restaurantes comunitários do Distrito Federal estão localizados nas regiões administrativas de Brazlândia, Ceilândia, Itapoã, Gama, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Estrutural e Sobradinho II.
 

O secretário Daniel Seidel explica que alguns restaurantes estão sendo reformados, como o de Samambaia, que deve ficar pronto em janeiro do ano que vem. As unidades de São Sebastião e do Paranoá estão com obras contratadas. Aguardam licitação a reforma dos restaurantes do Recanto das Emas, Planaltina, e Ceilândia, que deverá contar com outro equipamento, na região do Sol Nascente.