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20/04/2013 às 20:19
GDF enriquece cotidiano dos brasilienses no terminal de ônibus com uma semana inteira de poesia, música e arte para celebrar o aniversário da capital
BRASÍLIA (20/4/2013) – “Brasília, terra tombada / Sua história condiz / Capital da esperança / Orgulho do meu país / A capital federal / É patrimônio cultural / E isto só me faz feliz”. Essa estrofe é parte da poesia “Capital Brasileira”, escrita e declamada hoje pelo maranhense Luiz Vieira Rocha, 65 anos. Ele saiu de Samambaia com a família (filha e duas netas) para estar entre as dezenas de pessoas que prestigiaram e aprovaram o encerramento do evento realizado pelo governo Agnelo Queiroz ao longo da semana na Rodoviária do Plano Piloto.
“Esses eventos de rua são uma grande oportunidade para os poetas populares, nós somos um país poeta, e são em eventos assim que se descobrem grandes artistas”, avaliou Vieira Rocha.
Desde segunda-feira, para comemorar os 53 anos de Brasília, poetas, músicos e grupos de artistas da cidade se apresentaram naquele que é considerado o local mais movimentado da cidade.
Entre outros, compareceram Adeilton Lima, Lilia Diniz, Cacá, Tribo das Artes, Cultura de Classe, Radicais Livres, Nicolas Behr, Marcio Bonfim, Rodrigo Vivar e Jorge Amâncio.
O GDF, pelo projeto da Secretaria de Cultura, levou manifestações artísticas variadas do povo para o povo. O jornalista e poeta Alexandre Moreno, 56 anos, por exemplo, foi e recitou algumas poesias.
“Acho fantástico levar poesia aonde circula todo tipo de pessoa. Existe o mito de que poesia não vende, mas esse evento mostra que as pessoas se interessam por poesia”, exaltou Moreno.
“Funciona e as pessoas adoraram. Teve gente que chegou a chorar ao lembrar os familiares com poesia”, comentou o professor da UnB, ator e poeta Adeilton Lima, idealizador e organizador do Sarau. Para ele, a poesia inclusive alivia a dor das pessoas em situação de rua, que passam pela Rodoviária.
Antônio dos Santos, 41 anos, foi uma das pessoas em situação de rua que teve sua autoestima elevada. Ele participou de todo o evento, declamou poesias próprias e de outros autores. “Isso aqui eleva o espírito, é promissor, muito bom para a alma da gente. A gente não quer só comida, a gente quer arte”, explicou Santos, ao citar parte da música “Comida” dos Titãs.
“É maravilhoso porque ocupa a cidade com poetas e artistas. A declamação da poesia está muito invisível, ninguém mais vê poesia declamada, é preciso mostrar mais”, conta Carolina Matos, estudante de 20 anos. Ela, ao passar pela Rodoviária, parou para acompanhar o evento.
O professor Anderson Berson, 37 anos, acompanhado da mulher e do filho, disse que: “É importante dar espaço para os artistas locais. Brasília tem muitos artistas.”
A estudante Lorena Hirllory, 17, por passar todo dia pela Rodoviária e acompanhou todo o evento. “As pessoas prestam atenção, interagem, param para assistir”, comentou.