21/04/2013 às 22:43, atualizado em 17/05/2016 às 14:50

Desafio de MCs agitou o Complexo Cultural da República

Na festa preparada pelo GDF nos 53 anos da capital, batalha de rimas levou público ao delírio e mostrou que o hip-hop já saiu do gueto

Por Lucas Pordeus Leon, da Secom


. Foto: Mariana Raphael

BRASÍLIA (21/04/2014) – Entre as atrações na Praça Ibero-Americana da Juventude, a tenda do hip-hop foi uma das mais animadas e concorridas no espaço que trouxe a arte de rua de várias cidades do DF para o centro da capital nas comemoração dos 53 anos de Brasília, organizada pelo governo Agnelo Queiroz.

 

“É uma das melhores coisas da minha vida. É muito bom para os MCs estarem aqui, fazendo amizades, isso é uma família. O importante é construir uma relação com o público, já que são poucos os que vivem do rap”, afirmou Marcos Levi ,16, o MC Levi, que veio de Valparaíso de Goiás.

 

Centenas de pessoas, a maioria jovens, acompanharam as apresentações e batalhas de 16 MCs hoje. Ontem (20/4), o palco foi ocupado pelas apresentações de dança no estilo break.

 

A batalha de MCs segue o ritual do desafio de rimas, dois MCs se enfrentam no palco e o público determina o vencedor. No intervalo dos confrontos, outros artistas se apresentavam individualmente. Há quatro anos reunindo MCs do Distrito Federal, o projeto Calango Pensante organizou a festa do hip-hop no aniversário de Brasília.

 

ORGULHO E AFIRMAÇÃO – Integrantes do Calango Pensante  ficaram satisfeitos com o evento em um local que contou com grande circulação de pessoas. Vindo de Taguatinga, Caíque dos Santos, 20, chamado MC Mocotó, falou como quem estava realizando um sonho.

 

“Estar aqui no Centro da capital é o ápice para a gente. O governo olhou para nós e percebeu que temos público para a nossa música”. Ele explicou que cresceu ouvindo rap no som dos carros que estacionavam em sua rua e estavam sempre cercados de jovens.

 

“A ideia é apresentar os MCs da cidade que não têm espaço nos grandes eventos, além de promover as batalhas”, disse outro idealizador, Jorge Henrique Pinho, 23, o MC Ahoto, ao considerar que o movimento cumpriu seu papel ao participar da festa.

 

Representante de Vicente Pires na batalha, Walisson Ferreira, 22, o MC Tikin, comemorou a conquista do espaço e o respeito com que o rap foi tratado pela organização do evento. “É fundamental investir no hip-hop, pois a gente sabe que essa cultura atrai os jovens. O hip-hop não é mais uma coisa do gueto, ganhou mais espaço como cultura e conhecimento”, comentou.