15/05/2013 às 19:33, atualizado em 12/05/2016 às 17:54

Desocupação de acampamento em Planaltina acontece de forma pacífica

No primeiro dia de operação foram retiradas 90 construções habitadas

Por Fábio Magalhães, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal-15/05/2013

BRASÍLIA (15/5/13) – A desocupação iniciada hoje do Acampamento Mangabeira, em Planaltina, onde havia 600 lotes demarcados de forma irregular, deverá ser finalizada amanhã com a retirada das últimas 60 construções, de um total de 150 que eram habitadas.

 

“O GDF vem negociando desde o início da ocupação e ofereceu benefícios sociais. Na saída dessas pessoas, não houve acordo, mas também não houve resistência por parte deles”, esclareceu o secretário de Governo, Gustavo Ponce de Leon.

 

Na operação, que teve inicio às 10.30, o Comitê de Combate ao Uso Irregular do Solo utilizou 22 caminhões de mudança e maquinário pesado para as demolições e retirada de entulho, além de 560 servidores.

 

Ao todo, na área do acampamento, que é equivalente a 27 campos de futebol –segundo informações oficiais–, existiam 428 construções, das quais 388 eram feitas de alvenaria e 40 de madeira, distribuídas em 10 quadras.

 

As moradias eram abastecidas com água e energia elétrica recebida por gambiarras ligadas às redes de fornecimento desses serviços.

 

GRILAGEM – Iniciada em fevereiro de 2011, a ocupação Mangabeira teve à frente integrantes do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasília, que reivindicava um lugar para a reforma agrária.

 

O secretário de Ordem Pública e Social, José Grijalma Farias Rodrigues esclareceu que as pessoas residentes no acampamento não fazem parte do movimento social iniciado com a invasão.

 

De acordo com ele, diversas atitudes dos acampados dão indícios de grilagem de terras.

 

“Observamos muita especulação imobiliária naquela região. Tínhamos a informação de grilagem, mas não conseguimos identificar ainda. De qualquer forma, se essas pessoas forem pegas, serão presas”, destacou o secretário.

 

Embora o GDF tenha buscado o diálogo para avançar nas negociações, nenhum dos ocupantes aceitou participar de programas sociais, como o Morar Bem.

 

COMBATE – Durante fiscalização realizada hoje no Núcleo Rural 26 de Setembro, em Taguatinga, um homem foi preso enquanto tentava comercializar 20 lotes com áreas entre 500 m² e 800 m² por até R$ 70 mil.

 

Se condenado, poderá cumprir pena de até cinco anos de prisão e pagar multa que pode chegar a 100 salários-mínimos (R$ 67,8 mil) pelo crime de parcelamento irregular do solo.

 

Em outra operação, no Setor Habitacional Pôr do Sol, em Ceilândia, duas mulheres foram presas for invasão de área pública.