03/06/2013 às 19:42, atualizado em 12/05/2016 às 18:04

Fábrica sul-coreana negocia abrir filial no DF

Empresa que faz peças para aeronaves iniciou entendimentos com GDF, que hoje recebeu comitiva do país asiático interessado em investir na região

Por Fábio Magalhães e Manuel Martínez, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura 03/06/2013

BRASÍLIA (3/6/13) – A Korea Aerospace Industries (KAI) -fabricante de aeronaves- pode ser a primeira empresa da Coreia do Sul a se instalar no Distrito Federal, onde intensificou entendimentos com o governo para negociar a abertura de uma filial, informou hoje o secretário de Desenvolvimento Econômico, Gutemberg Uchôa.

 

“Houve sinalização para que essa empresa se instale no DF e vai ter a segunda rodada de conversas no final de junho ou início de julho”, declarou Uchôa, após se reunir com representantes do país asiático, com quem abordou o assunto, entre outros temas afins.

 

Fundada em 1999, a empresa produz aeronaves – como o T-50, modelo supersônico de treinamento e caça, e o KT-1, um turboélice monomotor para treinamento de pilotos de caça –, peças para aviões de asas fixas e rotativas, além de turbinas para helicóptero.

 

O encontro do secretário com integrantes do Instituto de Avaliação Coreano de Tecnologia Industrial (Korean Evaluation Institute of Industrial Tecnology – Keit), serviu para tratar os interesses da KAI – que tem receita próxima a R$ 1,9 bilhão – assim como o de outros grupos empresarias sul-coreanos.

 

“Queremos aprofundar a ideia de trabalhar juntos em pesquisas, principalmente nos setores aeronáuticos e de agricultura”, revelou o diretor do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento para Indústria e Convergência do (Keit), Han Sang Cheol.

 

De acordo com ele, num segundo momento, “queremos continuar os contatos com o Governo do Distrito Federal para estudar a instalação de outras empresas da Coreia do Sul em Brasília”, conforme falou.

 

Os representantes do Keit também escutaram de Uchôa as vantagens de infraestrutura, econômicas e fiscais que a região oferece e que foram definidas para torná-la um dos maiores polos nacionais de tecnologia da informação.

 

“Brasília dispõe de condições privilegiadas no cenário nacional, como, por exemplo, a mão de obra qualificada para trabalhar nessas empresas”, lembrou o titular da pasta.

 

O próximo passo para continuar as negociações será a produção de um memorando com as intenções dos dois governos, onde as instituições brasilienses Fundação de Apoio a Pesquisa e a Universidade de Brasília poderão participar como geradores de conhecimento para a produção de novas tecnologias.

 

O interesse dos sul-coreanos ganhou impulso desde a reunião entre o embaixador Bom-woo Koo com o governador Agnelo, ocorrida no dia 7 de maio, ocasião em que o diplomata foi apresentado aos benefícios de se investir no DF.

 

De acordo com o secretário, a chegada das empresas sul-coreanas à capital abrirá um leque de oportunidades para que outras corporações internacionais também se mudem para o Parque Tecnológico, que está em fase de construção no DF.

 

Como parte dos atrativos, o titular da pasta prevê o incentivo fiscal, com abatimentos de impostos, mas, segundo ele, Brasília tem muito mais a oferecer.

 

“Acreditamos que o diferencial que move a empresa e faz com que ela decida investir aqui é a possibilidade de comercialização de seus produtos e a expansão, e, para isso, nós temos um cenário favorável”, garantiu Uchôa.

 

A expectativa do GDF é que as empresas asiáticas, ao decidirem vir para o Brasil, se instalem no Parque Tecnológico Capital Digital, localizado entre a Granja do Torto e o Parque Nacional de Brasília.