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06/07/2013 às 13:20
Mais do que acolhimento, espaço oferece oportunidade para quem quer mudar de vida
BRASÍLIA (6/7/13)- Um ano após a inauguração do primeiro Centro Pop de Brasília, na 903 Sul, a média diária de atendimento à população de rua dobrou (40 para 80 pessoas/dia) e a coordenação da entidade acredita que o aumento da procura se deva à avaliação positiva do serviço.
“É o boca a boca entre eles que estimula a procura pelo centro”, disse hoje o coordenador da unidade, Plínio Fernandes Labrichosa, em alusão ao fato de muitos assistidos procurarem o local após conversarem com outros que foram ou ainda são atendidos.
Para ele, há um consenso de que o local oferece muito mais do que acolhimento, pois proporciona a possibilidade de construir novos projetos de vida e estimula a autonomia e a cidadania.
O serralheiro Davi Santos (33 anos) vivia nas ruas desde os 7 anos de idade e conheceu o Centro Pop por meio de amigos que também estavam na mesma situação.
Ele foi atendido pela equipe técnica da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), participou de grupo com psicólogos e assistentes sociais e recebeu encaminhamento para tratamento em comunidade terapêutica.
“O Centro Pop é um canal de reflexão, pois aqui nos fazem pensar sobre nossas vidas e que precisamos reagir. Aqui me ofereceram mais que um espaço para banho e descanso, aqui pude perceber que ainda estou vivo e que precisava mudar”, disse durante as comemorações de um ano Centro Pop Brasília, hoje.
Segundo o coordenador, o trabalho desenvolvido na unidade representa um ganho para a política pública, pois oferta dignidade e reconstrói a identidade da população de rua que procura o local.
Lá eles podem tomar banho, se alimentar, lavar a roupa e ainda ter acompanhamento individual psicossocial.
A pedido dos que passam pela unidade, o centro ganhou uma horta de 100 metros², ondem cultivam milho, ervas para chá, folhagens diversas (alface, rúcula, agrião, couve) e mandioca, entre outros.
O coordenador destacou como outra vitória, a parceria com a Secretaria de Educação, para que eles pudessem voltar a estudar, mesmo sem a documentação necessária.
“Hoje, 25 deles vão diariamente de ônibus ofertado pelo GDF até a Escola de Meninos e Meninas do Parque e estudam entre 12h45 e 17h”, disse Labrichosa.
Uma parceria com a Secretaria de Segurança Pública possibilitou que alguns participem da oficina de música.
Para Antônia Cardoso, coordenadora do Movimento Nacional da População em Situação de Rua no Distrito Federal, o trabalho desenvolvido no Centro Pop tem auxiliado as pessoas a ter acesso a serviços e direitos.
“O Centro Pop oferece oportunidade e atendimento digno. Aqui as pessoas podem perceber como é importante se organizar para cobrar e conhecer seus direitos”, disse.
Jared Kalled (24 anos) conheceu o o centro por meio de um amigo e fez um trabalho voluntário – ele é o responsável pelo grafite que destaca a palavra ‘Paz’ e que agora enfeita uma das paredes do lcoal.
“Conheci o Pop por meio de um amigo que elogiou bastante o atendimento recebido na unidade. Fico feliz em contribuir de forma voluntária com um trabalho que tem ajudado muitas pessoas”, disse.
(V.R/T.V)